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Moss e Moss: Book 2 | REVIEW

O que dizer sobre Moss Book 1 e 2? Confesso que fui surpreendido de uma forma inexplicável, e ao final de toda a jogatina só conseguia pensar na seguinte frase: “Que experiência!”. Os jogos da franquia Moss, remasterizados para o PSVR2 me possibilitaram uma experiência literária incrível e uma gameplay muito divertida e um visual que vez ou outra me deixava boquiaberto.

Se eu tivesse uma palavra para descrever a jornada que experimentei em Moss, diria que foi uma jornada épica. Os dois jogos contam a história de Quill, uma ratinha que vivia uma vida tranquila em uma clareira, mas que foi chamada a trilhar uma jornada que decidiria o futuro de seu mundo, o futuro de Moss.

Antes de seguir com a análise, devo dizer que a experiência para nós brasileiros vai ser metade boa, isso porque são dois jogos, mas apenas o segundo possui legendas em português do Brasil. Para aqueles que entendem inglês, tanto o primeiro jogo quanto o segundo possuem um enredo incrível, mas que infelizmente não vai ser tão acessível para aqueles que não leem em inglês. Uma pena.

Mas voltando ao jogo, o subtítulo “Book” faz muito jus ao jogo pois a história funciona basicamente como um livro, onde ao acessar o jogo, damos de cara com o livro de Moss. No jogo não temos cutscenes, pelo menos não muitas, a maior parte das cenas de transição ocorrem por meio de livros.

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A história do jogo e do universo em que ele está inserido nos é contada por uma narradora, e por meio dos controles, foleamos os livros página a página. Cada uma dela com uma arte estática com alguns efeitos por cima, que nos contam de forma satisfatória a história do jogo. Temos uma crescente constante no primeiro jogo e no segundo, onde presenciamos a clássica jornada do herói e o nascimento de uma amizade que vai contra tudo e todos em busca de um objetivo em comum.

É uma história literalmente épica, mas não é nada que já não tenhamos visto antes, Senhor dos Anéis já fez isso décadas antes, porém, apesar de uma inspiração bem perceptível, não é necessário reinventar a roda para contar uma boa história. E é isso que Moss 1 e 2 fazem, contam uma história não tão inventiva, mas que é muito bem feita, cheia de camadas que a tornam emocionante.

Quando eu digo que não é uma história tão original, não quer dizer que ela seja uma cópia de algo que já existe. A história tem fortes inspirações em outras franquias, mas consegue criar um universo cheio de camadas, com personagens fortes, e um toque de épico que fazem a pena todo o tempo gasto, que não é muito, sendo possível terminar os dois jogos em mais ou menos umas 12-13 horas.

No mundo de Moss, nós conhecemos Quill, uma ratinha com sonhos de grandeza além dos limites de sua moradia. Um dia, enquanto explorava a floresta, ela encontrou uma pedra misteriosa e uma magia antiga foi despertada. Eventos se desenvolvem rapidamente à medida que um mal distante se propaga. Com seu tio, Argus, em perigo, Quill deve embarcar em uma jornada épica, e ela precisa de nós, o leitor, ao seu lado. Nessa jornada, viajamos para reinos esquecidos, solucionamos enigmas desafiadores e lutamos contra inimigos ameaçadores.

Queria poder falar mais da história, mas tiraria muito da experiência e das descobertas que o jogo me possibilitou e que com certeza possibilitará a você também. No primeiro jogo somos introduzidos a este mundo fantasioso e no segundo jogo tudo o que conhecemos ganha uma profundidade ainda maior a medida que os perigos que encontramos crescem. A primeira vista, parece ser um jogo bem infantil, principalmente por seu visual “bonitinho”, mas é um jogo que não tem medo de se arriscar, trazendo alguns momentos mais pesados. Mas deixando claro, não espere um jogo adulto, temos momentos fortes mas é uma história recomendada para maiores de 12 anos.

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Dito isso, como o jogo funciona?

Temos uma enxurrada de jogo de VR no mercado, e grande parte deles em primeira pessoa pois teoricamente a imersão é maior. E de fato, em primeira pessoa temos a sensação de estarmos literalmente naquele local, portanto, faz sentido a sua utilização em grande parte dos jogos disponíveis no mercado.

Mas alguns jogos de VR decidem ir contra essa maré de jogos em realidade virtual, não utilizando esta perspectiva amplamente disponível e apostando na boa e velha perspectiva de terceira pessoa. Um exemplo disso é o incrivelmente divertido ASTRO BOT Rescue Mission e, é claro, os dois jogos de Moss. Essa forma de jogar apesar de não ser anatomicamente semelhante a vida real, possibilita uma imersão tão interessante quanto, ainda mais quando está inserida na história, como ocorre em Moss.

Nós somos chamados de leitores, seres cuja existência não pode ser explicada, mas que conseguem interagir com o mundo de Moss de maneira bem ativa. Os leitores são seres poderosos que, em sua melhor forma, são capazes de reescrever toda a história do universo. Em Moss, nós ficamos atrelados a Quill pois nossos objetivos se alinham, e juntos formamos uma díade.

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Então, utilizamos nossos poderes no decorrer da história para ajudar a Quill a sobreviver aos inúmeros desafios que se apresentam durante a jornada. E com o constante contato com a personagem, somos imersos nesse mundo por meio de uma amizade improvável que é capaz de fazer grandes coisas. É uma forma diferente de nos imergir nesse mundo e uma maneira que nos faz sentir que fazemos parte daquela história.

Por ser desta forma, não temos um controle tão grande do personagem como costuma ocorrer com alguns outros jogos. Ficamos basicamente estáticos, observando um cenário que se assemelha bastante a uma maquete, e nela, vemos e controlamos Quill resolvendo todos os desafios proporcionados pela história.

Controlando a Quill, temos um jogo de plataforma com um foco bem grande em resolver puzzles de cenário. Como disse, o jogo se assemelha muito a maquetes, então vamos de maquete em maquete, resolvendo alguns puzzles para passar delas ou derrotando inimigos. Falando dessa forma, pode parecer que o jogo seja um pouco cansativo, mas na minha experiência não foi.

Os desafios aumentam no decorrer do jogo, mas em nenhum momento se tornam punitivos ou cansativos. São solucionáveis de forma simples e rápida e por conta disso, não chegam a incomodar. Temos também um pouco daquele leva e traz que vemos muito em franquias como Resident Evil, e que funciona de maneira bem fluida. E os cenários, apesar de pequenos, tem seu fator de exploração e em alguns casos, são criativamente bem impressionantes.

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Indo para o combate do jogo, não se tem nada de muito impressionante, mas em sua simplicidade se encontra a sua diversão. Temos uma variedade de inimigos, cada um com suas habilidades e aparência únicas, cuja estratégia para derrotar também é única. Por conta disso, apesar de enfrentarmos os mesmos inimigos por todo o jogo, dependendo da configuração que vierem, sempre serão experiências diferentes pois temos diferentes estratégias a colocar em prática.

Mas a variação não vem apenas nas estratégias, no decorrer do jogo temos acesso diferentes tipos de armas, cada uma com suas particularidades. Alguns inimigos precisam ser derrotados também com golpes de armas específicas, então, apesar de um sistema de combate simples, existem uma grande quantidade de variáveis que faz com que a experiência não se torne repetitiva, isso sem contar nas batalhas contra chefes que trazem experiências totalmente únicas.

A história dos jogos, conforme já dito, é de uma qualidade muito acima da média, ainda mais se levarmos em consideração ser um jogo de VR. E a gameplay, apesar de simples, é muito divertida e funcional, requer um costume devido a perspectiva, mas depois é só diversão. É aquilo que já falei, não reinventa a roda, mas faz muito bem tudo aquilo que propõe.

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Mas ambos os jogos são versões remasterizadas para o novo acessório da PlayStation, e caso já tenha o jogo para o VR da versão anterior, terá q comprar novamente. Para aqueles que já possuíam o jogo, já tinham acesso a todos os aspectos citados anteriormente, porém, a nova versão traz um visual renovado, mas será que faz diferença?

E o visual?

Não joguei a versão de lançamento de nenhum dos jogos, a Sony até deu o primeiro jogo de maneira gratuita para todos na época que a pandemia estava num momento preocupante e eu cheguei a adquirir o jogo. Porém, na época, não possuía os óculos de realidade virtual e por isso tive uma experiência totalmente nova com esses jogos.

Mas, fui atrás para ver se tinha mesmo alguma diferença das versões e a resposta é que sim. E não é uma diferença mínima, é uma diferença bem perceptível, principalmente em relação ao primeiro jogo. Os gráficos estão bem melhores em relação a versão anterior. Separei um vídeo abaixo que exemplifica isso bem:

Apesar de o vídeo ser bem explicativo, passarei a experiência de uma primeira vez jogando o jogo e já na melhor versão possível. E se teve algo que na minha primeira interação já me deixou impressionado, foi a qualidade das animações, em especial as animações da Quill. A personagem é bem fofinha e seus movimentos correspondem a isso de forma bem precisa, a ponto de me dar um pequeno choque inicialmente.

Já havia jogado alguns outros jogos em realidade virtual, e nenhum deles possuía uma qualidade de animação comparável ao Moss. Isso falando no primeiro jogo, o segundo é ainda melhor, mas já não houve esse choque que a primeira cena do primeiro jogo me proporcionou.

Os cenários, apesar de limitados e até mesmo pequenos, tem uma beleza considerável, pois tudo parece bem modelado e denso, com bastante elementos de cenário interativos, mesmo que isso não faça diferença na gameplay, mostra que houve um certo cuidado com o jogo. E apesar de o cenário ser pequeno, o horizonte nos mostra um mundo bem maior e nós o exploramos em toda sua glória.

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Houve um cuidado com a animação da Quill, mas os inimigos também são muito bem animados. Todas as animações trazem uma sensação de fluidez que torna a experiência muito mais confortável aos olhos. Porém, animações detalhadas dessa forma fazem com que a resposta aos controles seja um pouco grande, ocasionando um atraso, por exemplo ao golpear e usar o botão de esquiva, com uma animação mais longa, é possível que o inimigo acerte o ataque antes de ação de desviar ocorrer pois a animação de ataque ainda está ativa. Mas sendo sincero, isso não é algo que incomodou.

A trilha sonora também é muito boa, não tem uma musica que tenha me marcado, mas ela cumpre o papel de nos manter imersos com êxito. Mas se tem algo que me impressionou de fato são algumas cenas específicas. Como dito lá no início da análise, o jogo não possui muitas cutscenes, mas tem algumas cenas que conseguem transmitir uma emoção muito potente.

São cenas simples, basicamente com efeitos de zoom in e out, porém, utilizados da maneira correta. Essa boa utilização da câmera faz com que alguns momentos se tornem ainda mais pesados ou épicos. É o uso de todo o aprendizado que o cinema nos traz, mas com o toque especial que o VR proporciona.

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Mas então, vale a pena?

Escrevi essa análise exatamente após finalizar o segundo jogo, e fiz isso pois queria expressar da melhor forma possível a empolgação que senti ao terminar o jogo. Esse é um daqueles exemplos de algo no qual não esperamos nada, mas que nos entrega tudo o que precisava. A jornada que encontrei em Moss me deu uma sensação muito agradável que a tempos não sentia jogando algo.

Dito tudo isso, é meio que óbvio que eu recomendo com todas as minhas forças jogar Moss, se possível, com os dois jogos, mas jogando um ou outro, a experiência será igualmente satisfatória. É um jogo que não possui um orçamento gigantesco, gráficos de última geração e nem nada que o coloque em destaque, mas é algo que você percebe o quanto de amor foi depositado no projeto.

Na minha opinião, tanto o Moss 1 quanto o Book 2 valem totalmente a pena, para aqueles que curtem um feeling mais épico, vai ser um deleite. É bom deixar claro que o primeiro jogo está totalmente em inglês, assim como ocorre com grande parte dos jogos em VR, mas o segundo é de mais fácil acesso por todo aqui no país.

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Moss e Moss: Book 2

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