Curiosidades

Body Horror | Conheça mais sobre o subgênero do terror

O Body Horror (horror corporal na tradução PT-BR) é uma das categorias mais repugnantes e inquietantes do cinema. Em sua forma mais básica, os filmes dentro do subgênero de terror corporal mostram o corpo humano distorcido de maneiras grotescas. Mas, ao contrário de subgêneros como Crimes do Futuro, o terror corporal é tipicamente sobre transformação mais do que destruição.

Crimes do Futuro de David Cronembeck
Crimes do Futuro – Diretor: David Cronenberg

Os filmes de terror corporal geralmente visam provocar uma sensação de repulsa no espectador, jogando com o medo da vulnerabilidade física (que pode explorar o horror psicológico). Os filmes geralmente envolvem doenças, parasitas, infecções ou alguma outra força invasora que se instala dentro do corpo, transformando-o por dentro. Filmes como A Mosca (1986) se encaixam nessa categoria. Outras vezes, o horror corporal é o resultado de uma força externa, como um cientista maluco modificando o corpo de uma pessoa de maneiras horríveis. A Centopéia Humana (2009) é um exemplo disso.

a centopeia humana
A Centopeia Humana (Primeira Sequencia) 2009 – Diretor: Tom Six

Algumas pessoas argumentam que filmes como A Mosca (1986) e até mesmo Frankenstein (1931) contêm elementos de horror corporal. No entanto, o gênero de horror corporal começou a existir predominantemente a partir da década de 1970, quando avanços incríveis em efeitos especiais práticos permitiram aos cineastas mostrar corpos humanos distorcidos de maneiras apenas sonhadas décadas antes. Os filmes de David Cronenberg Shivers (1975) e Rabid (1977) iniciaram uma onda de filmes de terror que utilizavam esses efeitos especiais grotescos como componentes-chave.

a mosca
A Mosca (1986) – Diretor: David Cronenberg

A onda do body horror continuou ao longo da década de 1980, e o termo “body horror” foi descrito naquela época para descrever o subgênero recém-formado. À medida que os efeitos digitais se tornaram mais proeminentes na década de 1990, o terror corporal começou a desaparecer do fluxo dominante. A popularidade do “pornô de tortura” nos anos 2000 continuou a manter o terror corporal como uma categoria de nicho por mais uma década. Então, talvez inspirado pelo medo da doença e um diálogo social crescente sobre a autonomia corporal, o horror corporal começou a ressurgir no ano de 2010.

Esta lista a seguir destaca os melhores filmes da era de ouro do terror corporal nas décadas de 1970 e 1980, até hoje.

O primeiro da lista é um dos mais conhecidos de todos os tempos;

Frankenstein

Frenkstein

Com direção de James Whale o terror de 1931, conta a história do Dr. Frankenstein que ousa intrometer-se entre a vida e a morte, criando um monstro humano utilizando partes de cadáveres.

O segundo longa famoso na década de 80;

A Mosca

Trailer A Mosca

David Cronenberg não economizou no horror em A Mosca, o longa conta a história do cientista Seth Brundle que testa uma máquina de teletransporte de matéria e inadvertidamente onde permite que uma mosca entre na câmara junto com ele. Quando se dá a reintegração, o DNA de Seth funde com o do inseto, dando início a uma perigosa mutação genética. A transformação é testemunhada pela jornalista Verônica Quaife.

The Brood – (A Ninhada 1979)

A ninhada
Samantha Eggar teve a ideia de lamber seu bebê recém-nascido como um animal após o parto. A lambida tornou-se um problema com os censores.

David Cronenberg foi inspirado a criar The Brood após um divórcio particularmente desagradável. Samantha Eggar estrela como Nola Carveth, uma réplica contundente da ex-esposa de Cronenberg e uma mulher submetida a uma forma extrema de psicoterapia para seus problemas mentais. O ex-marido de Samantha, Frank (Art Hindle) e sua filha Candice (Cindy Hinds) temem por suas vidas quando as pessoas ao seu redor são assassinadas por crianças estranhas e distorcidas . O final de A Ninhada é um espetáculo para ser visto quando Nola dá à luz uma criança através de um útero externo criado como um subproduto da terapia “psicoplasmática” experimental de seu médico (Oliver Reed). É bizarro e mais do que um pouco perturbador.

Titane

Inspirada em Cronenberg, a francesa Julia Ducournau transfere as imagens chocantes do body horror para temas como gênero, sexo, maternidade e família. Em ‘Titane‘, acompanhamos uma mulher estranha que, ao cometer uma série de assassinatos e fazer sexo com um carro, assume a identidade do filho perdido de um bombeiro. Com seu corpo se transformando com a gravidez e vagando entre os gêneros masculino e feminino, ela explora seu lugar na estranha família que forma com seu novo ‘pai’, enquanto algo estranho se desenvolve dentro dela.

Possessor

Tal pai tal filho. Brandon Cronenberg, filho de David, também se aventurou na ficção científica e no body horror com uma proposta muito interessante e adequada ao nosso mundo tecnológico. ‘Possessor‘ segue uma mulher assassina que trabalha para uma organização misteriosa que opera através de implantes mentais. Eles permitem que ela entre na mente de outras pessoas para cometer assassinato. No entanto, uma dessas mortes dá errado e sua mente fica presa na de uma de suas vítimas. As chocantes imagens sangrentas funcionam em um nível metafórico, mostrando a transformação gradual e perturbadora de uma mente se perdendo em outra.

O Enigma de Outro Mundo

Este clássico de John Carpenter –curiosamente, também um remake – acompanha um grupo de pesquisadores em uma estação remota na Antártida, o pior lugar para enfrentar a invasão de um ser alienígena. Mas a ameaça é mais séria, pois esse invasor pode invadir o corpo de suas vítimas, aniquilá-las e imitá-las infalivelmente. ‘O Enigma de Outro Mundo‘ é então, uma história sobre identidades roubadas dentro de um grupo, colocando em cheque a confiança entre os sobreviventes.

Aniquilação

Para seu segundo filme, o renomado diretor e roteirista Alex Garland (‘Ex_Machina’) optou pela ficção científica e terror, em um filme que trata de uma ameaça cósmica para falar de questões sobre a impermanência do ser e da identidade. Em ‘Aniquilação’, um grupo de pesquisadores entra em um estranho campo eletromagnético criado pelo impacto de um meteorito na Terra, onde outros seres vivos – e eles mesmos – estarão sujeitos a transformações aberrantes.

Crimes do Futuro

O mais recente filme de David Cronenberg marca seu retorno à ficção científica e ao body horror como suas obras clássicas, mas com o estilo reflexivo que marcou seus filmes mais recentes. ‘Crimes do Futuro‘ se passa em um futuro onde a humanidade perdeu sensações como a dor e começou a desenvolver novos órgãos em ritmo acelerado. Neste contexto, um artista passa por cirurgias públicas como uma forma de arte performática, enquanto o mundo debate se deve reprimir essas mutações humanas ou ceder a elas como o próximo passo na evolução humana.

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