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Resident Evil Village | REVIEW

Vivencie um jogo de terror como nenhum outro em Resident Evil Village, o oitavo lançamento da franquia lendária.

Resident Evil é uma das franquias mais importantes no mundo dos games. Responsável por revolucionar e inspirar, mais de uma vez, jogos de todo mundo, sua relevância é inegável. Uma franquia que ano a ano vem evoluindo, trazendo novas experiências, tendo seus pontos altos e baixos que a fez sobreviver até aqui.

Essa é uma análise de seu jogo mais recente, Resident Evil Village, que traz de volta tudo aquilo que fez a franquia ser amada e que marcou a todos os fãs. Uma história de evolução e superação não só da franquia como da própria produtora, a Capcom.

Resident Evil Village | REVIEW

Um breve histórico…

Antes de seguir com a análise, é importante retornar um pouco na história da franquia, ao seu início. No dia 22 de março de 1996, foi lançado o jogo que revolucionou o gênero de jogos survival horror em sua época. Dirigido por Shinji Mikame, Resident Evil, primeiro jogo da franquia, foi lançado para PlayStation. O jogo teve um sucesso absoluto que rendeu a ele diversas sequências que cada vez mais evoluíram a experiência do jogador.

Evoluindo organicamente, a franquia chegou a um ponto que conseguiu trazer não apenas o terror dos zumbis, mas também uma boa dose de ação com o lançamento de Resident Evil 3: Nemesis em 1999. A evolução da franquia era clara, mas apesar disso, ano a ano, as vendas estavam caindo. Vários spin-offs estavam sendo lançados, mas nenhum alcançava as vendas que a Capcom esperava alcançar. Então era hora de uma nova revolução.

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Em janeiro de 2005 foi lançado, originalmente para Game Cube, Resident Evil 4. O jogo revolucionou não apenas a franquia, mas também o mundo dos games. Ele deixava um pouco de lado o terror e focava mais, bem mais, na ação. E o resultado? Resident Evil 4 foi um sucesso absurdo. Quebrou todos os recordes possíveis e influenciou o mundo dos games de maneira geral.

Com tal sucesso, a Capcom viu nele um caminho para seguir, e assim os jogos sequentes focavam cada vez mais na ação, se afastando cada vez mais do terror que originou a franquia. O jogo numerado seguinte Resident Evil 5, seguiu essa lógica de focar na ação e arrecadou expressivos 13 milhões de cópias vendidas, superando as vendas do 4 que até aquele momento era o jogo com mais vendas. A Capcom estava muito satisfeita, mas o mesmo não poderia ser dito dos fãs mais saudosistas.

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Em outubro de 2012, viria a ser lançado o próximo jogo numerado da franquia, Resident Evil 6. Assim como acontece no universo cinematográfico da Marvel, onde existiam vários filmes, mas o Vingadores era considerado um evento além dos filmes, para a Capcom, Resident Evil 6 não seria apenas mais um jogo e sim um evento. Os mais famosos protagonistas estavam no jogo que era o Resident Evil mais caro da franquia. Todos os olhos no mundo dos games estavam virados para esse jogo até que ele foi lançado.

Considerado até hoje o pior jogo da franquia, Resident Evil 6 foi um fracasso nas críticas. Era praticamente um jogo de guerra com momento nível Call of Duty. Os fãs mais antigos da franquia chegaram ao ápice da insatisfação. O jogo alcançou a marca de 11.2 milhões de cópias vendidas, o que não deixa de ser um número expressivo, porém, abaixo do esperado pela Capcom. Era o momento de mudar.

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Cinco anos depois, chegou ao mercado Resident Evil 7. Um jogo totalmente diferente de tudo o que havia sido feito antes na franquia, mas que preservava o sentimento que originou a franquia. Mas ele também tinha as suas diferenças. A perspectiva havia mudado de terceira para primeira pessoa. Era a estreia da nova RE Engine da Capcom. Não existiam mais zumbis no jogo. Apesar de alguns fãs se queixarem das mudanças, é consenso que o jogo era o respiro que a franquia precisava. Resident Evil 7 foi um sucesso de críticas e de vendas, que mostrou para a Capcom que o caminho a seguir era ser aquilo o que a franquia sempre foi.

Após o sucesso, a Capcom começou a retornar aos games anteriores, refazendo-os do zero e os apresentando para um novo público. Em 2019 foi lançado Resident Evil 2 Remake e em 2020 o Remake do 3. O primeiro deles foi muito bem recebido pela crítica pois retornou as suas origens trazendo um jogo realmente aterrorizante e divertido. Já o segundo, as reações foram mais polarizadas, pois era um jogo que novamente focava mais na ação. Então, era hora de dar o próximo passo na evolução da franquia: Resident Evil Village.

Resident Evil Village | REVIEW

Resident Evil Village

Lançado hoje, 07 de maio de 2021, Resident Evil Village traz em si uma verdadeira evolução para a franquia pelo simples fato de ter em si tudo o que fez sucesso em toda a franquia, além de todas as novidades.

No Resident Evil Village, acompanhamos novamente Ethan, protagonista do RE7. Alguns anos após os acontecimentos do jogo anterior, Ethan se encontra casado com a Mia e com uma filha chamada Rose, aparentemente vivendo felizes em algum lugar da Europa. Até que em determinado momento, soldados invadem a sua casa, liderados por Chris Redfield. Matam a Mia, sequestram a Rose e levam Ethan apagado. Após isso, Ethan acorda em um local desconhecida e parte em busca de respostas e do resgate da sua filha.

Partindo dessa premissa, o jogo segue uma história cheia de momentos marcantes no que considero o melhor Resident Evil de todos. Antes do lançamento de Resident Evil 7, Village já estava em produção, então existem ligações entre os dois jogos muito significativas. É recomendado jogar o Resident Evil 7 antes de partir para o Village. Esse jogo consegue fazer ligações, por meio de sua história, com toda a franquia de forma brilhante trazendo um enredo épico ao mesmo tempo que muito pessoal.

O jogo possui um visual incrível, claramente uma evolução daquilo que foi visto no Resident Evil 7, em todos os sentidos. Junto com a atmosfera criada pela ambientação, seu som, que transmite uma sensação de espacialidade incrível, Village consegue ser um jogo muito imersivo e cativante que faz o jogador querer seguir adiante sempre.

V2

Em relação a sua jogabilidade, é bem semelhante ao Resident Evil 7. O jogador pode andar, correr, se defender, atirar com um amplo arsenal de armas e utilizar muitos itens também. Uma mudança em relação ao anterior é que agora o gerenciamento de itens lembra bastante o Resident Evil 4, com uma grade limitada de itens, que pode ser aumentada posteriormente. Os baús onde podiam guardar os itens agora não existe mais, o que pode ser um problema visto que as armas, que ocupam muito espaço, não podem ser removidas do inventário.

Novamente inspirado no Resident Evil 4, agora existe um vendedor no jogo, Duque. Por meio dele é possível comprar munições e itens consumíveis, fazer upgrade das armas, e vender itens para ele, que geram Lei, o dinheiro do jogo. Também foi implementado um tipo de caça a animais no jogo, que possibilita ao Duque criar alimentos que dão ao Ethan “mutações” permanentes, com aumento de vida, menos dano sofrido, entre outros.

Resident Evil Village | REVIEW

O jogo possui um grande arsenal de armas que quase impossibilita ao jogador ficar sem nada pra se defender. No inventário é possível criar munição para as armas utilizando itens encontrados no cenário, além disso é possível também criar outros itens consumíveis como poção de vida. O jogo dá ao jogador muita munição, mas em contra partida, muitos inimigos também.

E variações de inimigos é o que não falta nesse jogo. Existem os licanos, seres semelhantes a lobisomens, que são rápidos e possuem grande força física. Existem outros monstros que são semelhantes a zumbis, mas que portam armas brancas. Esses inimigos também possuem diversas variações, que não são apenas estéticas, que torna esse o Resident Evil com a maior variedade de inimigos.

Resident Evil Village | REVIEW

Esse jogo é a perfeita união daquilo que fez a franquia ganhar notoriedade em seu início com aquilo que deu uma virada mais tarde em sua história. Resident Evil 7 havia retornado ao cerne dos primeiros jogos da franquia, criando uma atmosfera de aterrorizante. Porém, um ponto de virada na história da franquia tão importante quanto foi o Resident Evil 4 com a sua ação bem cadenciada.

Pode-se dizer que Village é a fusão entre Resident Evil 7 e Resident Evil 4, trazendo em si momentos de ação muito bem reproduzidos assim como cenas tensas e aterrorizantes. A união de dois mundos reproduzida de forma extremamente satisfatória e agradando aos fãs dessas duas variantes da franquia.

Resident Evil Village | REVIEW

No Village, sem tem uma grande evolução também nos cenários do jogo. Agora são cenários bem mais abertos, onde o Ethan pode ir e voltar, levar e trazer itens, assim como acontecia no Resident Evil 7, só que agora, em uma proporção maior.

Esses grandes cenários também possuem um alto nível de exploração, novamente, superior ao encontrado no jogo anterior. Explorando o cenário é possível encontrar itens consumíveis, colecionáveis, tesouros escondidos e até mesmo batalhas contra chefes secretas. A exploração dos cenários é muito recompensadora.

Resident Evil Village | REVIEW

Outro ponto muito alto do jogo é o próprio protagonista. O Ethan agora é muito melhor desenvolvido e está muito mais carismático. Suas motivações são compreensíveis e isso é mérito da direção do jogo e da atuação.

Falando em atuação, pela primeira vez na franquia, Resident Evil Village está totalmente localizado em português do Brasil, com legenda e dublagem. Além de estar presente, a dublagem é muito boa, não só do Ethan como de todos os outros personagens presentes no jogo.

Resident Evil Village | Review

Resident Evil Village não é um jogo longo, o que desagrada alguns dos jogadores, mas em minha opinião, ele tem a duração correta. Não muito curto, mas também não muito longo a ponto de se tornar enjoativo.

Village é o ápice da franquia. Uma evolução em termos de gameplay, narrativa e atmosfera. Apesar dos pontos baixos na história, Resident Evil continua sendo extremamente relevante no mundo dos games, uma das franquias mais importantes. Resident Evil Village vem para lembrar o quão grande a franquia é e mostra que ela tem potencial para crescer ainda mais.

Resident Evil Village está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC.

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