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Transformers: O Despertar das Feras (2023) – Vale a pena ou não?

Como diria o Optimus Prime: “Autobots, vamos rodar!”.

“Transformers: O Despertar das Feras”, filme dirigido por Steven Caple Jr. (“Creed II”) apresenta uma aventura nostálgica cheia de lutas com robôs alienígenas gigantes e coração em uma história inspirada em “Beast Wars: Transformers”. O filme, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (08 de junho de 2023), mostrará para os fãs que cresceram assistindo à animação lançada em 1996 (e também para os fãs dos filmes) os poderosos Autobots e Maximals diante da ameaça dos terríveis Terrorcons na tela grande.

Vídeo: “Transformers: O Despertar das Feras | Novo Trailer Oficial” – (Divulgação: Paramount Pictures Brasil).

Em 2007 a franquia “Transformers” ganhou seu primeiro filme em live-action nos cinemas, acumulando cerca de $4 bilhões nas bilheterias globais com quatro outros longas: “Transformers: A Vingança dos Derrotados” (2009), “Transformers: O Lado Oculto da Lua” (2011), “Transformers: A Era da Extinção” (2014) e “Transformers: O Último Cavaleiro” (2017). Então, em 2018, os filmes de ação passaram por uma fase nebulosa com filme solo de Bumblebee, onde não tínhamos certeza se a franquia havia sofrido um reboot, mas agora temos a resposta.

Sim, “Transformers: O Despertar das Feras” deixa muito claro que a história do Camaro amarelo, reiniciou efetivamente os filmes, que eram anteriormente comandados pelo diretor Michael Bay, para dar novos rumos a franquia e acomodar o encontro de Optimus Prime e seus aliados com os Maximals, que segundo a sinopse, os Autobots estão em 1994 — apenas alguns anos após o final de “Bumblebee” — tendo seus primeiros contatos com a humanidade com Noah Diaz e Elena Wallace quando percebem que entraram no meio da grande batalha entre as novas facções de Transformers, os Maximals e os Terrorcons. 

NotaEstá é uma crítica sem grandes spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadoresAs informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.

Imagem: Transformers: O Despertar das Feras (Divulgação: Paramount Pictures Brasil).
Imagem: “Transformers: O Despertar das Feras” (Divulgação: Paramount Pictures Brasil).

A história de “O Despertar das Feras” em si é muito atraente, graças ao fato de ser inspirada em “Beasts Wars: Transformers e uma continuação de “Bumblebee”. E com magia do cinema podemos ver como a Hasbro e a Paramount pretendem convencer o público em todo o mundo de que sua franquia tem Energon suficiente para continuar.

Como já mencionado anteriormente, uma das primeiras informações liberadas a respeito do sétimo longa da franquia “Transformers”, é que teríamos a introdução de outras facções dos robôs, além da já conhecida Autobots, sendo o caso dos Maximals, e os monstruosos Terrorcons. O que confesso que foi uma ótima decisão para criar uma expectativa e uma novidade para atrair o público de volta a franquia. Afinal de contas, essa é a sétima parcela dela e os espectadores querem ver coisas diferentes dessa história e desses personagens.

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Imagem: “Transformers: O Despertar das Feras” (Reprodução: Paramount Pictures Brasil).

O roteirista Joby Harold (“Army of the Dead”), ao lado das duplas Darnell Metayer e Josh Peters (“Red: Aposentados e Perigosos”Erich Hoeber e Jon Hoeber (“Megatubarão”), receberam a difícil tarefa de criar um novo capítulo de uma franquia bilionária ao mesmo tempo que tentam trazer novos ares para ela e escreveram o roteiro de “Transformers: O Despertar das Feras” com muita nostalgia noventista, além da inspiração em “Beasts Wars: Transformers, para uma grande aventura cheia de ação, coração e humor, com o propósito de aproveitar todos os cenários possíveis em que a batalha entre os robôs alienígenas possa ser algo além de um CG bem feito e personagens superficiais e bobos (e planos-detalhes nos corpos das personagens femininas).

Inclusive, um dos melhores pontos de “O Despertar das Feras” é a maneira como ele se desvincula de Michael Bay, seja no seu estilo de direção ou como ele trabalha os personagens. A direção de Steven Caple Jr. é muito melhor e mais consistente do que a de Bay, e a sua composição artística criada para o filme, ao lado da equipe técnica, brilha e salva o filme ao apresentar vários cenários da década 1990 impressionantes em meio a cenas bem pensadas, utilizando uma série de ângulos e movimentos de câmeras energéticos, em conjunto com CG e ação sensacionais, que certamente ficarão na memória dos espectadores.

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Imagem: “Transformers: O Despertar das Feras” (Reprodução: Paramount Pictures Brasil).

Para criar a energética história de “Transformers: O Despertar das Feras”, Harold e os outras roteiristas utilizam-se da empolgação e da gratificação pela aventura (e também da energia descontraída dos personagens) para deixar o espectador à vontade com uma narrativa bem conduzida, especialmente quando combinada com o apelo da nostalgia noventista com às inúmeras referências a década e momentos que deixam o seu coração quentinho. Fazendo com que “O Despertar das Feras” nos permita aproveitar uma boa aventura de ação, cheia de momentos engraçados e empolgantes.

Apesar de qualidades majoritárias de “O Despertar das Feras”, para imaginar uma história circunstancial em torno da invasão de Unicron pelas mãos de seu servo, o Scourge e dos arcos de desenvolvimentos dos personagens, o roteiro tem várias batidas do enredo que costumam tomar rumos rápidos e facilitados, que podem tornar a história previsível e desinteressante para alguns, e a comédia se excede em momentos que não deveriam ter nem um pingo de humor. Mas essas queixas deixam de ser relevantes, pois mesmo com uma história clichê, os espectadores se conectam com história, na verdade, a partir da ação despretensiosa e do bom relacionamento entre os personagens.

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Imagem: “Transformers: O Despertar das Feras” (Reprodução: Paramount Pictures Brasil).

Em “O Despertar das Feras”, os Autobots e Maximals têm um tratamento melhor do que em todos os filmes de Michael Bay (que costumava deixar os cybertronianos bobos, infantilizados e… máquinas de guerra sem emoção). Como Optimus Prime e Optimus Primal, que são considerados tanto iguais quanto diferentes, onde ambos querem o melhor para suas equipes, mas a forma de agir como lideres de cada um é onde fica a diferença, enquanto um nega o destino e pretende fugir, o outro aceita a missão para proteger aqueles que lhe é querido, custe o que custar.

Ou se preferirem, tem os personagens humanos, como Noah Diaz vivido por Anthony Ramos (“Em Um Bairro de Nova York”), um ex-militar com muita habilidade com equipamentos eletrônicos que procura um emprego para ajudar a sua família, e Elena Wallace, interpretada por Dominique Fishback (“Judas e o Messias Negro”), uma pesquisadora de artefatos antigos que trabalha em um museu, que está em busca de reconhecimento na área. Os dois terão suas vidas viradas de cabeça para baixo enquanto tentam salvar o mundo ao lado dos Transformers. A dupla é trabalhada de uma forma curiosa e impressionante ao mesmo tempo, pois os backgrounds deles são muito interessantes, mas os seus desenvolvimentos no decorrer da história podem ser um tanto dúbios.

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Imagem: “Transformers: O Despertar das Feras” (Reprodução: Paramount Pictures Brasil).

Do lado dos antagonistas de “Transformers: O Despertar das Feras”, temos o Scourge, o líder dos Terrorcons e o seu mestre, Unicron, o Devorador de Planetas, com o plano de destruir o universo, – ou no caso de Unicron é “comer o universo”, já que, na prática, o personagem se assemelha ao vilão da Marvel, Galactus, mas infelizmente Scourge e Unicron tiveram o tratamento um pouco raso, fazendo com que suas ameaças não tivessem o peso necessário para a trama, mesmo com as motivações plausíveis.

Os atores do elenco de voz (na dublagem brasileira) e atores em carne e osso estão muito bem em seus respectivos papeis em “O Despertar das Feras”. Alguns conseguem transmitir carisma e entendem o que os personagens precisam ser para essa história enquanto outros têm uma certa dificuldade. As dinâmicas entre eles está muito boa e o dublador, Guilherme Briggs (conhecido por fazer Superman) como Optimus Prime e Dláigelles Silva (conhecido por fazer M’Baku no “MCU”) como Optimus Primal se destacam por se entregarem aos personagens e dos atores de carne e osso quem se destaca é o ator Anthony Ramos como Noah Diaz, que certamente está se divertindo na pele do novo protagonista humano da franquia.

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Imagem: “Transformers: O Despertar das Feras” (Divulgação: Paramount Pictures Brasil).

Não tem como negar ou esconder que “Transformers: O Despertar das Feras”, é um trunfo tanto para fãs dos robôs alienígenas quanto para aqueles que vão assistir ao filme por puro entretenimento. E por mais que não seja perfeito, – falhando ao criar rumos facilitados e momentos excessivos de humor, ele se beneficia com o contexto em torno desse renascimento da franquia mais lucrativa da Hasbro/Paramount, de uma direção competente, personagens carismáticos e momentos que deixam o seu coração quentinho em uma narrativa bem conduzida.

Transformers: O Despertar das Feras estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 08 de junho de 2023.
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