Você já sonhou embarcando em uma grande aventura com seus amigos em um mundo onde elfos, magos e dragões realmente existem?
Nas primeiras décadas de Dungeons e Dragons, os jogadores apaixonados muitas vezes escondiam sua paixão pelo jogo. Para a cultura dominante da época, eles eram idiotas, depois satanistas, depois voltaram a ser idiotas e para alguns atualmente é difícil imaginar um mundo sem o famoso D&D. O RPG tornou-se uma grande parte da Cultura Nerd e mudou como o gênero de fantasia era visto. Desde a sua primeira publicação em 1974, passando pela Caverna do Dragão em 1983 e até hoje, quando Stranger Things trouxe uma nova geração para o jogo de mesa.
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Os jogadores de D&D têm total liberdade de ação em um mundo de fantasia, onde eles formam um grupo de personagens com diferentes raças e classes para uma grande aventura onde tudo pode acontecer. Bem como a experiência que Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes, filme dirigido por John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein promete reproduzir em formato cinematográfico da maneira mais gratificante possível.
Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.
A Paramount Pictures apostando US$ 151 milhões em uma nova franquia sem um planejamento prévio é um movimento corajoso, quase imprudente (se pensarmos bem) e isso torna Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes um pouco mais interessante, pois é difícil entender completamente o pensamento por trás de uma jogada tão ousada, especialmente considerando que uma série de D&D para a Paramount+ também está em andamento e o sucesso de um filme está ditando a existência de todo um universo estendido.
Essa responsabilidade recaiu sobre a brincadeira amável dos diretores Jonathan M. Goldstein e John Francis Daley (Noite do Jogo), que co-escreveram o roteiro com o estreante Michael Gilio. Eles adotam uma abordagem genial para trazer D&D para as massas com muita inspiração na aventura em uma trama de assalto, mas com muita comédia para aproveitar todos os cenários possíveis de uma rotineira trama de RPG. Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes é essencialmente um Onze Homens e Um Segredo em um cenário de fantasia cômica.
Inclusive, um dos melhores pontos de Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes é a sensação de que a história realmente parece ter saído de uma mesa de RPG. Permitindo admirar, precisamente, ao que estamos vendo na tela. A gratificação pela aventura e a energia descontraída dos personagens deixa o espectador à vontade, especialmente combinado com o apelo do retrocesso de um estilo que remete aos clássicos de fantasia dos anos 80 como Willow – Na Terra da Magia e Labirinto – A Magia do Tempo.
A composição artística idealizada para Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes pelos Dungeon Masters, Jonathan M. Goldstein e John Francis Daley, apresenta alguns cenários impressionantes com cenas bem pensadas que certamente ficarão na memória dos espectadores. Seja pelo momento em que o grupo procura informações no cemitério ou àquela hora que um notável plano-sequência mostra as habilidades de uma personagem.
Acontece que Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes é uma ótima aventura, divertida e cheia de fantasia, mas não consegue uma boa coesão e um bom ritmo. Para imaginar a carismática história, o roteiro de Daley, Goldstein e Gilio cria várias “missões secundárias” para preencher as lacunas causadas pela história principal e embora cada missão seja moderadamente interessante, o filme se esforça demais para dar a cada uma, o seu tempo e acaba não dando a nenhuma delas. O pouco tempo não permite.
Felizmente, os atores do elenco estão operantes, alguns não conseguem transmitir carisma, outros estão no piloto automático e Chris Pine (Star Trek) com seu charmoso e carismático bardo Edgin, junto com o inseguro mago Simon de Justice Smith (Pokémon: Detetive Pkachu) e o encantador paladino Xenk vivido por Regé-Jean Page (Bridgerton) conseguem trabalhar com um timing cômico inusitado e aproveitam cada momento para brilhar. Principalmente Pine e Page, que quando essa estranha dupla está contracenando, protagoniza uma das interações mais divertidas do filme, mas infelizmente é breve.
Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes certamente se beneficia em nunca se levar a sério e pela coragem que ajuda a tornar o filme em um passeio cheio de aventura e diversão, mas certamente não é um filme perfeito. Alguns pontos importantes da trama acabam parecendo muito subdesenvolvidos, como a jornada bagunçada de Edgin e seus amigos, do qual a maioria da narrativa deve depender. O filme pode parecer um pouco exagerado, mas é o seu maior charme que, com certeza, agradará ao público com personagens adoráveis e o tipo certo de energia para uma comédia.
Mesmo que seu conhecimento de D&D não vá muito além de Stranger Things, você pode se surpreender com o quanto vai gostar dessa aventura na tela grande.
História de Dungeons e Dragons:
Dungeons e Dragons (comumente abreviado como D&D ou DnD) é um RPG de mesa de fantasia que surgiu do encontro de Gary Gygax e Dave Arneson, sobre um jogo de guerra medieval chamado Chainmail.
Quando D&D estava pronto, com três livros de jogo (Men & Magic, Monsters & Treasure e Underworld & Wilderness) em uma caixa de papelão cor de madeira, eles tiveram dificuldades em encontrar uma editora, então Gygax decidiu publicá-lo ele mesmo, formando a Tactical Studies Rules Inc (ou TSR) para lançar o jogo em 1974.
D&D vendeu 150 cópias no primeiro mês e, no verão, a TSR encomendou mais 1.000 cópias e assim a empresa começou a crescer da mesa de jantar de Gygax para uma corporação avaliada em milhões de dólares com escritórios na Grã-Bretanha e em Los Angeles.
Então tudo desmoronou…
A história pode ser bem conhecida: uma pequena empresa criativa se torna uma grande entidade corporativa e com ela vem o drama da diretoria (pense na Apple). Como Steve Jobs, Gary Gygax foi forçado a sair da empresa que fundou e a TSR chegou à falência, parando de publicar jogos (incluindo Dungeons e Dragons) e acabou sendo vendida para várias outras empresas até chegar à Wizards of the Coast uma subsidiária da Hasbro, onde permanece até hoje.
Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes estreia nos cinemas brasileiros em 13 de abril.
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Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.