CríticasSéries e Filmes

Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes (2023) – Crítica

Você já sonhou embarcando em uma grande aventura com seus amigos em um mundo onde elfos, magos e dragões realmente existem?

Nas primeiras décadas de Dungeons e Dragons, os jogadores apaixonados muitas vezes escondiam sua paixão pelo jogo. Para a cultura dominante da época, eles eram idiotas, depois satanistas, depois voltaram a ser idiotas e para alguns atualmente é difícil imaginar um mundo sem o famoso D&D. O RPG tornou-se uma grande parte da Cultura Nerd e mudou como o gênero de fantasia era visto. Desde a sua primeira publicação em 1974, passando pela Caverna do Dragão em 1983 e até hoje, quando Stranger Things trouxe uma nova geração para o jogo de mesa.

Os jogadores de D&D têm total liberdade de ação em um mundo de fantasia, onde eles formam um grupo de personagens com diferentes raças e classes para uma grande aventura onde tudo pode acontecer. Bem como a experiência que Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes, filme dirigido por John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein promete reproduzir em formato cinematográfico da maneira mais gratificante possível.

Vídeo: “Trailer final de Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes” – (Divulgação/Paramount Pictures).

NotaEstá é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadoresAs informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.

A Paramount Pictures apostando US$ 151 milhões em uma nova franquia sem um planejamento prévio é um movimento corajoso, quase imprudente (se pensarmos bem) e isso torna Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes um pouco mais interessante, pois é difícil entender completamente o pensamento por trás de uma jogada tão ousada, especialmente considerando que uma série de D&D para a Paramount+ também está em andamento e o sucesso de um filme está ditando a existência de todo um universo estendido.

Essa responsabilidade recaiu sobre a brincadeira amável dos diretores Jonathan M. Goldstein e John Francis Daley (Noite do Jogo), que co-escreveram o roteiro com o estreante Michael Gilio. Eles adotam uma abordagem genial para trazer D&D para as massas com muita inspiração na aventura em uma trama de assalto, mas com muita comédia para aproveitar todos os cenários possíveis de uma rotineira trama de RPG. Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes é essencialmente um Onze Homens e Um Segredo em um cenário de fantasia cômica.

Imagem: Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes - (Divulgação/Paramount Pictures)
Imagem: “Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes” – (Divulgação/Paramount Pictures).

Inclusive, um dos melhores pontos de Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes é a sensação de que a história realmente parece ter saído de uma mesa de RPG. Permitindo admirar, precisamente, ao que estamos vendo na tela. A gratificação pela aventura e a energia descontraída dos personagens deixa o espectador à vontade, especialmente combinado com o apelo do retrocesso de um estilo que remete aos clássicos de fantasia dos anos 80 como Willow – Na Terra da Magia e Labirinto – A Magia do Tempo.

A composição artística idealizada para Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes pelos Dungeon Masters, Jonathan M. Goldstein e John Francis Daley, apresenta alguns cenários impressionantes com cenas bem pensadas que certamente ficarão na memória dos espectadores. Seja pelo momento em que o grupo procura informações no cemitério ou àquela hora que um notável plano-sequência mostra as habilidades de uma personagem.

Chris Pine in Dungeons and Dragons Honor Among Thieves Review
Imagem: “Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes” – (Reprodução/Paramount Pictures).

Acontece que Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes é uma ótima aventura, divertida e cheia de fantasia, mas não consegue uma boa coesão e um bom ritmo. Para imaginar a carismática história, o roteiro de Daley, Goldstein e Gilio cria várias “missões secundárias” para preencher as lacunas causadas pela história principal e embora cada missão seja moderadamente interessante, o filme se esforça demais para dar a cada uma, o seu tempo e acaba não dando a nenhuma delas. O pouco tempo não permite.

Felizmente, os atores do elenco estão operantes, alguns não conseguem transmitir carisma, outros estão no piloto automático e Chris Pine (Star Trek) com seu charmoso e carismático bardo Edgin, junto com o inseguro mago Simon de Justice Smith (Pokémon: Detetive Pkachu) e o encantador paladino Xenk vivido por Regé-Jean Page (Bridgerton) conseguem trabalhar com um timing cômico inusitado e aproveitam cada momento para brilhar. Principalmente Pine e Page, que quando essa estranha dupla está contracenando, protagoniza uma das interações mais divertidas do filme, mas infelizmente é breve.

dungeons and dragons honor among thieves movie cast 2k wallpaper uhdpaper.com 687@1@j
Imagem: “Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes” – (Divulgação/Paramount Pictures).

Dungeons e Dragons: Honra Entre Rebeldes certamente se beneficia em nunca se levar a sério e pela coragem que ajuda a tornar o filme em um passeio cheio de aventura e diversão, mas certamente não é um filme perfeito. Alguns pontos importantes da trama acabam parecendo muito subdesenvolvidos, como a jornada bagunçada de Edgin e seus amigos, do qual a maioria da narrativa deve depender. O filme pode parecer um pouco exagerado, mas é o seu maior charme que, com certeza, agradará ao público com personagens adoráveis ​​e o tipo certo de energia para uma comédia.

Mesmo que seu conhecimento de D&D não vá muito além de Stranger Things, você pode se surpreender com o quanto vai gostar dessa aventura na tela grande.

História de Dungeons e Dragons:

pp840x830
Imagem: “Dungeons e Dragons” – (Divulgação/TSR/Wizards of the Coast/Hasbro).

Dungeons e Dragons (comumente abreviado como D&D ou DnD) é um RPG de mesa de fantasia que surgiu do encontro de Gary Gygax e Dave Arneson, sobre um jogo de guerra medieval chamado Chainmail.

Quando D&D estava pronto, com três livros de jogo (Men & Magic, Monsters & Treasure e Underworld & Wilderness) em uma caixa de papelão cor de madeira, eles tiveram dificuldades em encontrar uma editora, então Gygax decidiu publicá-lo ele mesmo, formando a Tactical Studies Rules Inc (ou TSR) para lançar o jogo em 1974.

D&D vendeu 150 cópias no primeiro mês e, no verão, a TSR encomendou mais 1.000 cópias e assim a empresa começou a crescer da mesa de jantar de Gygax para uma corporação avaliada em milhões de dólares com escritórios na Grã-Bretanha e em Los Angeles.

Então tudo desmoronou…

A história pode ser bem conhecida: uma pequena empresa criativa se torna uma grande entidade corporativa e com ela vem o drama da diretoria (pense na Apple). Como Steve Jobs, Gary Gygax foi forçado a sair da empresa que fundou e a TSR chegou à falência, parando de publicar jogos (incluindo Dungeons e Dragons) e acabou sendo vendida para várias outras empresas até chegar à Wizards of the Coast uma subsidiária da Hasbro, onde permanece até hoje.

Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes estreia nos cinemas brasileiros em 13 de abril.
SIGA A NERDS DA GALÁXIA

Facebook Twitter Instagram YouTube Pinterest

7

O que você achou desse post?

Gostei
0
Adorei
0
Mais ou menos
0

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

0 %