O Estrangulador de Boston (2023) – Crítica

Durante a década de 1960, 13 mulheres foram assassinadas em toda a área de Boston. Muitos acreditavam que pelo menos 11 desses assassinatos foram cometidos pelo mesmo indivíduo pela maneira semelhante em que cada assassinato foi cometido. Em todos os casos, as vítimas foram estupradas e as mortes, na maioria das vezes, foram causadas por estrangulamentos. Esta série de crimes era muitas vezes referida como “Os Assassinatos da Meia de Seda” e o procurado ficou conhecido como “O Estrangulador de Boston”.

Caso que a 20th Century Studios e diretor Matt Ruskin trazem em um thriller de true crime sobre as repórteres pioneiras que divulgaram a história dos notórios assassinatos em Boston com o nome O Estrangulador de Boston, estrelado por Keira Knightley (Piratas do Caribe), Carrie Coon (Ghostbusters: Mais Além), Alessandro Nivola (Amsterdã), David Dastmalchian (Homem-Formiga e a Vespa) e Chris Cooper (O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro). O filme estreou exclusivamente na Star+ em 17 de março. Veja na crítica a seguir. 

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Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.

O filme de Matt Ruskin segue o caso na perspectiva das duas repórteres que divulgaram a história e expuseram a incompetência da polícia. Keira Knightley interpreta Loretta McLaughlin, uma repórter que está frustrada por ser colocada na área de estilo de vida, onde sua última matéria é sobre uma nova torradeira. Até que uma notícia de um assassino em série solto em Boston dá a McLaughlin uma história de primeira página. Quando mais vítimas são encontradas, uma repórter mais experiente, Jean Cole, vivida por Carrie Coon, é designada para fazer parceria com ela na investigação dos crimes.

O Estrangulador de Boston é um thriller melancólico, pintado em verdes, azuis e cinzas escuros, e Ruskin transmite o horror dos crimes sem sensacionalismo, mas também sem coragem de inovar em um estilo de narrativa tão usada, como em Se7en – Os Sete Crimes Capitais e Zodíaco. Ruskin utiliza uma série de ângulos de câmera fortes que sugerem o terror e a iminência do jornalismo investigativo na nova realidade da protagonista com close-ups invasivos nos rostos dos personagens e belas jogadas de plano-contra-plano em diálogos intensos e momentos que proporcionam um tom ameaçador. O design de produção remete a época retratada e concentra-se no estado mental de seus personagens. 

Knightley e Coon apresentam atuações fortes como as duas repórteres que vivem em tela em O Estrangulador de Boston (e são as únicas, pois o resto atua no piloto automático), reunindo pistas, entrevistando testemunhas e navegando no sexismo tanto no departamento de polícia quanto em sua própria redação. As tentativas de mostrar às mulheres que equilibram o trabalho com a vida doméstica são menos bem-sucedidas – toda vez que o marido de Loretta (Morgan Spector) reclama que ela não está em casa o suficiente com as crianças, ficamos tão ansiosos quanto ela para voltar ao trabalho.

Em um momento crucial em O Estrangulador de Boston durante seu inquérito em andamento, McLaughlin faz uma pergunta direta ao detetive com quem compartilha informações. Ela pergunta: “Como você simplesmente para de se importar depois de tudo isso?”, representando anos de pistas sem saída e o descontentamento público pelo departamento de polícia, o detetive pensa por um segundo e responde: “Quando você percebe que pode dar a sua vida por isso e ninguém daria a mínima”. Pela primeira vez, a inteligente Loretta não tem um contraponto em resposta.

Pois parte do fascínio com o caso do Estrangulador de Boston é que ele foi encerrado, mas nunca realmente resolvido e o filme especula que a polícia de Boston, que estava fora de alcance na tentativa de capturar o assassino, foi muito rápida em aceitar e esquecer o caso pelo valor nominal do interesse da conveniência.

Essa especulação e o roteiro são as partes mais fracas do filme, rotulados como “inspirado em uma história real” O roteiro, em alguns momentos, parece nada dinâmico e embora Ruskin não distorça os fatos, ele preenche muitos dos espaços em branco entre os fatos com teorias ainda não comprovadas. Muito mais forte é o retrato de duas repórteres, determinadas a falar por 13 mulheres que não podiam mais falar por si mesmas.

No final, vamos chamar O Estrangulador de Boston de “outra vitrine bem-feita” para o tipo de jornalismo investigativo que raramente existe atualmente, mesmo que o filme tenha suas qualidades e uma história de “marca famosa”, é esquecível e não está exatamente no mesmo nível de Se7en, Zodíaco ou até mesmo de Ela Disse do ano passado. Aquele, é claro, contou como um grupo mais moderno de mulheres repórteres ajudou a prender Harvey Weinstein e, infelizmente, falhou miseravelmente nas bilheterias. Talvez seja por isso que O Estrangulador de Boston vive exclusivamente no streaming e não nos cinemas.

Já assistiu “O Estrangulador de Boston“? Qual é a sua opinião sobre o filme? Comente!

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Fabrizio Galluzzi

Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.