“Mulher Hulk” – Episódio 1
No dia 18 de agosto, os fãs da Marvel Studios tiveram motivos para tanto comemorar quanto voltar à rotina de especuladores de plantão: o primeiro episódio de “Mulher Hulk” foi liberado na plataforma de streaming Disney Plus, com um CGI melhorado da protagonista, proposta ousada de quebra da quarta parede e um estilo bem semelhante aos quadrinhos da Marvel em termos narrativos. O primeiro episódio de “Mulher Hulk” estreou com 95% de aprovação no Rotten Tomatoes, caindo para 85% no consenso do site, nota 7 estrelas pelo IMDB e muitas críticas positivas internacionalmente.
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Para você que não saiba, “Mulher Hulk :Defensora da Lei” é uma série de comédia que vê Bruce Banner ajudando sua prima, Jennifer Walters, que após uma transfusão de sangue, se torna Hulk igualmente como seu primo. A Mulher Hulk tem força e agilidade mais elevada, comparando-a com Bruce, além de um controle muito acima. Ao longo do seriado, veremos Jennifer conciliando sua vida como advogada e super-heroína, ou até os dois unificados, quando Walters recebe o cargo de trabalhar numa divisão jurídica para pessoas super-capacitadas.
“Mulher Hulk: Defensora de Heróis” conta com Tatiana Maslany sendo a personagem-título, enquanto Mark Ruffalo e Tim Roth retornam como Bruce Banner/Hulk e Emil Blonsky/Abominável, respectivamente. Jameela Jamil interpretará a vilã Titânia e Ginger Gonzaga será Nikki Ramos, melhor amiga de Jennifer. Kat Coiro e Anu Valia são as diretoras, enquanto Jessica Gao e Dana Schwartz cuidaram do roteiro.
Nota Importante: esta crítica contém spoilers do primeiro episódio de “Mulher Hulk”. Caso não tenha assistido ainda, salve o link da matéria em um lugar que lembre e volte depois! Caso queira prosseguir a leitura mesmo assim, é por livre e espontânea vontade, por sua diversão e entretenimento em risco.
Análise crítica do primeiro episódio – “Mulher Hulk”
O primeiro episódio de “Mulher Hulk” foi focada na origem da mudança drástica de vida de Jennifer Walters. Com uma duração de 33 minutos, o primeiro episódio se chama “Uma Quantidade Normal de Raiva”, referência a uma fala dita na produção e uma oposição ao que verdadeiramente acontece na trama. A quebra de uma linha cronológica dos eventos foi algo bem usado e muito favorável para o estilo de série que a Marvel colocou como sua identidade característico.
Os primeiros minutos da Jennifer ensaiando suas considerações finais para o caso que representará já mostra sua competência, sabedoria e eloquência como advogada; e a cena de quebra da quarta parede, logo em seguida, mostra a afinidade de Tatiana Maslany nesses tipos de seriados cômicos e como que a atriz, com uma excelente direção da Kat Coiro e roteiro de Jéssica Gao, dominou esse recurso. Já introduzir um clima de leveza aliando-se à apresentação da originalidade de “Mulher Hulk”, faz o público entender o que será daqui para frente e prende a atenção já logo de cara.
Ainda em todo o take inicial de “Mulher Hulk”, as considerações finais falam uma abordagem que foi mais além do que foi discutido em “Capitão América: Guerra Civil”, que focou no massivo poder bélico que os poderes e as tecnologias dos heróis causam na sociedade. Walters questiona sobre se a responsabilidade dos heróis está mais entrelaçada em combater as pessoas que fazem o mal uso dos poderes ou o dever moral de defender aqueles que não possuem nenhum, que é um ponto-chave no quesito de ideologias.
Heróis que mais tendenciam punir outros pelo o ‘uso errôneo’ de suas capacidades, na real, usa o preceito do heroismo para propagar somente o que defende, como a famosa expressão “de boas intenções, o inferno têm um monte” já expressa. O Barão Zemo e o Capitão América John Walker são exemplos claros dessa afirmativa. Quem sabe que essa discussão moral não seja pauta para mais episódios de “Mulher Hulk”, sendo um perfeito alinhamento com o filme “Thunderbolts”?
Dando prosseguimento à história, após uma viagem que fizeram juntos, os primos Jennifer Walter e Bruce Banner estão em uma estrada vazia, conversando sobre uma tese de Walters achar que o emblemático Steve Rogers morreu virgem. Neste momento de descontração – muito bem cronometrado e escrita pelo roteiro, aliás -, surge uma nave de Sakaar – antiga casa de Hulk por dois anos como foi visto no terceiro filme de Thor – fazendo com que o carro perdesse o rumo e capotasse ladeira abaixo.
Nestas cenas, muitas informações podem ser extraídas. Primeiramente, “Mulher Hulk” conta como que Bruce voltou em sua forma humana, visto pela primeira vez na cena pós-crédito de “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”: Banner criou um protótipo que deixava inativo a radiação gama em seu corpo, pois seria em sua forma humana que o braço machucado em “Ultimato” seria cicatrizado. Logo, podemos concluir que “Mulher Hulk” é jogada para frente na linha cronológica da Marvel. Segundo a roteirista Jessica Gao, os acontecimentos de “Mulher Hulk” é ‘relativamente curto’ que de Shang-Chi, colocando-a logo em sequência.
Segundamente, a mudança da origem dos poderes da Mulher Hulk foram completamente alteradas, fato que incomodou os fãs. Nos quadrinhos, Jennifer defendia juridicamente um criminoso, que tinha sido contratado por um gângster para cometer assassinato. Banner e Walters estavam sem se ver por anos e tinham se encontrado no dia do julgamento. Após o término, homens que trabalhavam pro gângster atiraram em Walters, deixando-a em uma situação grave pela perda excessiva de sangue. Bruce, por ter o mesmo tipo sanguíneo da prima e pela urgência que o momento se encontrava, decidiu fazer a transfusão de sangue.
Em “Mulher Hulk”, após o carro capotar, Jennifer se corta com metal pontiagudo do veículo na mão e tenta socorrer seu primo que ainda estava imobilizado dentro do carro. Foi nesta prestação de socorro que o sangue de Banner entrou em contato com a ferida aberta de Walters, fazendo com que ela se transforme em Hulk na mesma hora. A Jessica Gao, em entrevista ao Inverse, explicou que a mudança foi feita devido que Banner, no UCM, vê sua condição como uma espécie de maldição, portanto nunca doaria seu sangue para ninguém. Algo que foi muito claro nas conversas entre Bruce e Jennifer depois do ocorrido.
Apesar de se distanciar com as HQ’s, a mudança foi algo muito plausível e coerente sobre a personalidade de Banner nesse Universo Cinematográfico da Marvel. Somente agora, em “Ultimato”, que Bruce conseguiu entender e aceitar seu alter-ego, ainda que em partes – Banner ainda convive fora da cidade e afastado até de sua família, que encontra só em festas, mostrado em “Mulher Hulk”.
E, para finalizar o assunto da cena, a nave Sakaariana terá um papel futuro em “Mulher Hulk” e no UCM, como prometido pelo próprio Bruce Banner em um dos diálogos com Walters. A espaçonave tratava-se de uma nave mensageira, provavelmente querendo saber onde o Hulk está para trazê-lo de volta. Possivelmente, personagens de Sakaar podem vir para a Terra, uma vez que a roteirista Jessica Gao revelou que muitos personagens vão dar às caras, como o nosso querido Matt Murdock, o Demolidor, que promete não simplesmente participar, mas ser um coadjuvantem uma vez que o ator está listado no IMDB para 8 episódios.
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Além do peso racional do papel dos heróis, outro importante assunto em “Mulher Hulk” foi o machismo, retratado brilhantemente em cenas humorísticas. Desde quando Jennifer fala que os gatilhos medo e raiva para a transformação do Hulk são a base da existência de uma mulher; a cenas que aconteceram na balada, com as meninas prestando suporte à Jennifer pensando que foi agredida, e sua sequência mostrando homens assediando verbalmente Jennifer, que se transforma em Hulk e é imobilizada pelo Professor Hulk.
Não somente em cenas específicas, mas também em uma importante explicação geral: Banner sempre teve dificuldade de controlar a raiva, ao contrário de Jennifer, que se não controlasse, seria diminuída e rotulada como uma ‘louca’, ’emotiva’ e ‘descontrolada’ pela sociedade. Cenas assim sempre são cruciais de serem mostradas, ainda mais para uma personagem com tanto apelo e carinho do público.
Impossível não comentar sobre a interação entre Bruce Banner/Mark Ruffalo e Jennifer Walters/Tatiana Maslany em “Mulher Hulk”, que estão perfeitas – tanto que a Jéssica Gao revelou que mais cenas tiveram que ser acrescentadas no roteiro pela incrível parceria entre os atores. Mark, com seu vasto conhecimento em comédias e na Marvel, conseguiu superar nossas expectativas, trazendo um lado mais emotivo do personagem, nos conselhos de como que é arriscado ser o Hulk e ter conhecimento disso, na preoucpação com a Jennifer em tentar ajudá-la e nos desabafos da expressa saudade que sente do Tony Stark – momentos mais lindos do primeiro epiódio de “Mulher Hulk”.
Tatiana Maslany e Mark Ruffalo pareciam ser colegas de muito tempo com o entrosamento perante cena. Com um roteiro muito bem escrito e planejado – trazendo referências ao UCM e momentos sérios e engraçados se conflitando em harmonia -, claro que facilita, entretanto não é só de audio que se vive o cinema. Todos os momentos em conjunto tiveram uma funcionalidade além da importância cômica, o que admiro nas produções.
Exemplificando em outras partes de “Mulher Hulk”: nas cenas de comparações em transformação, força, agilidade e controle; foi desenvolvido uma comédia encima da inveja que Banner tinha ao ver Jennifer ser tão evoluída em ‘ser Hulk’, somada com a própria Walters tirando sarro dos treinamentos que são ‘irrelevantes’ para ela e a percepção por parte do público em ver que se trata de uma versão mais poderosa de Hulk. Não foi preciso fazer inúmeras cenas mostrando cada parte individualmente, conseguiu brilhantemente trazer todos esses aspectos em um só.
Em suma, a comédia rendeu muito bem para cada ator e para cada situação, brincando com diversos assuntos sem um consumir o outro. E claro que além das referências da Marvel, “Mulher Hulk” brincaria com produções do mesmo grupo da Disney, envolvendo na brincadeira a Pixar – ainda na cena de explicação que a transformação é ligada em aspectos emocionais – e a NatGeo – mostrando que os famosos documentários foram feitos no UCM, como um documentário da vida de Steve Rogers.
Conclusão de “Mulher Hulk”
O primeiro episódio de “Mulher Hulk” foi correspondente com os comentários que a imprensa já estava comentando: muito alto astral e bem feito. Se a série continuar nessa mesma qualidade técnica de atuação, roteiro e direção, tem tudo para ficar entre as três melhores da Marvel Studios. Atuações impecáveis da novata Tatiana Maslany – que realmente deu vida à Jennifer Walters dos quadrinhos – e Mark Ruffalo – ainda tendo alguma coisa a acrescentar em um personagem que interpreta há 10 anos -; e cumprindo o objetivo de apresentar a Mulher Hulk e Jennifer aos fãs com um gostinho de ‘quero mais’, quando Walters salva todos do júri do ataque da Titânia, revelando sua identidade como heroína.
Sua comédia é muito à frente, fazendo com que o público se divirta e também conheça a Jennifer.
A superioridade da Mulher Hulk perante o Hulk também foi algo que funcionou bastante, como uma forma fácil de entendimento e principal alívio cômico desse primeiro episódio de “Mulher Hulk”. No segundo episódio, que será lançado no dia 25, certamente veremos Jennifer sendo reconhecida como Mulher Hulk e gostando dessa sua nova identidade, semelhante às HQ’s, sendo convidada a ser a head jurídica de um departamento que cuida exclusivamente de pessoas com dons aprimorados.
E aí, marvete, gostou do primeiro episódio? Deixe aqui em baixo sua opinião!
Olá, Nerds da Galáxia! Sou Enzo Sapio, vida longa e próspera! Sou um estudante de jornalismo (até dezembro de 2023) completamente enlouquecido por cinema, sempre tentando ver alguma coisa nova por aí. Sim, sou marvete assumido, pai de gatos, gamer de Playstation e jogador de RPG nas horas vagas. Além disso, gosto de ler quadrinhos e falar sobre games, tecnologia, música (sou mais do rock) e de crushs pesados em famosas nas quais nunca conhecerei. Não tenho nenhum dinheiro no bolso, devido a periféricos gamers, funko pop’s e baldes/copos temáticos de alguma coisa nerdola. Ajude um necessitado e mete um pix… ou simplesmente compartilha minhas matérias! Obrigado!