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REVIEW | Elex II

Elex II, como usual da Piranha Bytes, é um título cuja balança é extremamente pesada tanto para o lado da ambição quanto para o lado dos problemas no seu desenvolvimento.

Continuando a linha de jogos RPG com uma história muito boa e jogabilidade não tão boa assim, as próximas reações ao título talvez sirvam de aviso para os desenvolvedores da Piranha Bytes colocarem o pé no freio e priorizarem os problemas que vêm sendo reproduzidos nos seus últimos lançamentos.

Você confere agora com a gente todos os pontos positivos e negativos encontrados nessa nova aventura em Magalan, mais uma vez na pele de Jax, o líder renegado dos Albs.

ENREDO:

Após a queda de um cometa em Magalan que trouxe destruição e uma espécie de energia chamada de Elex, que viria a ser precursora do estabelecimento e desenvolvimento de facções e do papel fundamental desenvolvido por Jax no primeiro título, nós retomamos em Elex II na pele do mesmo personagem, dessa vez com a missão de enfrentar inimigos alienígenas premeditados no enredo do título anterior, que destruíram a sua casa e o deixaram quase morto, enquanto as facções ainda continuam em extremo conflito e ignorando essa nova ameaça catastrófica.

O ponto melhor do jogo, realmente é a história, sendo que a variedade de caminhos a se tomar nesse RPG é o maior atrativo, desde poder seguir por caminhos diferentes ou interpretar personalidades distintas, até as alianças com as facções, cada uma moldando o enredo e o desfecho da sequência de forma única.

Basicamente, a história está formada em um contexto de guerra civil, entre as facções espalhadas por toda Magalan. Um grupo de alienígenas sanguinários invade o cenário, mas nenhum dos povos parece se importar com a situação, visto que as guerras estão tomando toda a atenção. Jax, então, se vê encurralado entre procurar uma cura desconhecida para os ferimentos causados pelos alienígenas em um confronto no início do jogo e combater essa nova ameaça enquanto tenta trazer a atenção dos habitantes de Magalan.

ELEX II

Dependendo de qual facção escolher ajudar, você conseguirá acesso à uma grande variedade de missões secundárias únicas, além de moldar o destino de Magalan com base em suas escolhas, que tem um impacto grandioso no roteiro da história principal.

Para quem se interessar, deixaremos no final dessa análise um guia com todas as facções disponíveis em Elex II, com as principais características e influências na jogabilidade, que é o próximo ponto a ser analisado no nosso Review.

JOGABILIDADE:

A movimentação é básica de todo RPG, permitindo ao personagem andar, correr e rolar para desviar de ataques. O diferencial do universo de Elex, o Jetpack, agora permite que Jax voe por pequenas distâncias no início. Existem diversas bancadas pelo mapa para fazer upgrades no dispositivo, a fim de aumentar a potência, distância percorrida e tempo no ar. Os últimos upgrades permitem Jax a ficar integralmente no ar, sem se preocupar com o combustível. Porém, o tempo gasto para se conseguir uma experiência de exploração eficaz e divertida é extremamente alto.

Inicialmente, armas básicas como pedaços de cano, espadas gastas e arco e flecha logo podem ser utilizados, com uma grande variação de magias, poderes, armas, escudos e armaduras únicas desbloqueáveis de acordo com o progresso nas interações com as facções disponíveis no jogo.

Porém, se você está esperando um RPG fluido, com comandos responsivos ou inovação no sistema de combate, talvez Elex II não seja para você. Os inimigos, além de muito fortes no começo do jogo (o que pode ser contornado momentaneamente pela seleção de dificuldade), quando se unem aos bugs presentes no combate em áreas abertas, tornam a mecânica nem um pouco chamativa. É tudo muito rígido, difícil de masterizar, pouco recompensador e muitas vezes frustrante.

A experiência “mapa-aberto” é vultuosa, mas sem inovação, lembrando algo como os primeiros Fallout, e o reaproveitamento da ambientação do título anterior é visível, a não ser pelo fato de possuir mais áreas verdes. Porém, apesar da atmosfera bem estabelecida, acessar os destroços de estruturas e áreas remotas em busca de “loot” é uma experiência acompanhada de muitos travamentos. Diversas vezes o personagem ficou preso em algum prédio, dificultando a movimentação, forçando até mesmo a reiniciar o salvamento mais recente para conseguir contornar o erro.

Aliás, esse é outro ponto extremamente importante de ser discutido: a quantidade de salvamentos manuais que eu tive que aprender a fazer. Um dos problemas que Elex II carrega de seu antecessor, é a falta de divisão do mapa-aberto em níveis de dificuldade. Isso significa que, em um momento, você pode estar enfrentando um pequeno lagarto mutante, que com muito esforço pode ser derrotado. De repente, surge uma espécie de cachorro zumbi que em uma investida te faz querer trocar de jogo, então sim, a cada 40 segundos você é tomado por uma vontade incessante de salvar o progresso. Subir de nível em Elex II é um verdadeiro teste de paciência, encontrar e criar itens para Jax, mais ainda.

A variedade de itens é imensa, mas tanto a coleta dos itens para confecção de armas e armaduras quanto o escalamento de níveis e atributos para utilizá-los são extenuantes, o que torna a proporção entre o valor para fabricação e o tempo gasto para a coleta de insumos desanimadora. São horas para se começar a pensar em explorar as áreas iniciais do jogo com certa segurança.

Para quem se identificar com o jogo, apesar de todos os problemas gráficos e mecânica que serão explanados a seguir, pode ser que o sistema de loot e crafting se transforme em algo positivo. É a famosa fórmula viciante da busca por caixas e baús com itens valiosos e nada mais.

GRÁFICOS:

Infelizmente, não foi possível obter uma boa experiência de jogo no Xbox Series S, plataforma em que foi realizada o teste, indicando uma má otimização da experiência para o console. O primeiro título, à época, já apresentava erros semelhantes com os que presenciamos durante o teste, mas algumas capturas disponíveis em outros dispositivos, como o PS5, demonstram os mesmos problemas listados abaixo, mesmo que de forma mais amena.

Os cenários muito bem desenhados são destaque, reproduzindo a temática sci-fi com inclusão de elementos naturais e enormes estruturas tecnológicas coexistindo em meio aos destroços de casas e prédios totalmente exploráveis.

Porém, um incômodo que não pode ser deixado de lado é a frequência com que presenciamos o “efeito stuttering”, travamentos no carregamento de elementos gráficos, indicado por pequenas pausas no jogo com o símbolo de salvamento automático, e a queda frequente de quadros por segundo durante a exploração em ambientes abertos, problemas que são visualmente desconfortáveis e influenciam negativamente na experiência de jogo. Em alguns momentos ocorre até mesmo ausência de texturas, além do efeito “pop-up” (em que os objetos aparecem aleatoriamente durante o seu carregamento).

Confira nossa captura de gameplay:

TRILHA SONORA:

A trilha sonora é simples, com notas orquestrais misturadas com sintetizadores. Não evoca muitas emoções, mas está presente nos momentos certos, seja para identificar a presença de um inimigo, incrementar o combate ou em tempos espaçados durante a exploração do mundo aberto. Cumpre seu papel de preenchimento da lacuna da trilha sonora, mas não comove a ponto de ganhar um lugar de destaque nos pontos positivos.

AS FACÇÕES:

Como prometido no começo do review, deixaremos abaixo as informações sobre as as 5 grandes facções disponíveis para você se juntar: os Berserkers, os Albs, os Otlaws, os Morkons e os Clerics.

Pela primeira vez em um jogo da Piranha Bytes, você pode escolher não se juntar a nenhuma dessas facções e terminar o jogo sem cumprir esse requisito. Entretanto, você deve se juntar à uma facção para conseguir acessar habilidades avançadas e equipamentos específicos de cada classe.

Os Berserkers contam com magia adaptada para o contexto sci-fi de Elex II e não usam nenhuma tecnologia. Essa facção representa a parte da “fantasia medieval”, então se você pretende interpretar um personagem do tipo mago atirador de bolas de fogo, essa facção é a ideal.

Os Albs consomem a energia Elex para melhorar o seu poder de ataque, além de utilizarem equipamentos com tecnologia de ponta como armas de laser ou escudos de energia. Ao invés da magia, eles usam poderem psíquicos (Psi-power) como relâmpagos em cadeia ou auto cura.

Os Morkos vivem em um sistema antigo de túneis, perto de onde Magalan foi atingida pelo meteoro no primeiro jogo. Apenas agora que eles começaram a ter contato com o mundo exterior novamente. Eles são fanáticos, rezam para um deus cruel e usam rituais para se tornarem mais fortes em combate. São ótimos lutadores corpo-a-corpo.

Os Outlaws foram expulsos de sua antiga base, o Fort, que agora está sob controle dos Berserkers. Os remanescentes dos Outlaws agora vivem em Ateris. Eles continuam usando Elex para criar compostos e drogas químicas, que são consumidas para torná-los mais rápidos, fortes e resistentes. Nota: Você só pode se juntar aos Outlaws se você for um membro dos Morkons e tiver alcançado pelo menos o nível 20.

Os Clerics sofreram muito durante os eventos de Elex, perdendo a maioria de seus irmãos e irmãs. Sendo uma facção excessivamente justa e altamente técnica, os Clerics continuam sendo temidos por muitos. Eles usam Elex para tornar as suas devastadoras máquinas de guerra ainda mais poderosas e usam armas com tecnologia de ponta. Nota: Você só poderá se juntar aos Clerics se você for um membro dos Albs e tiver alcançado pelo menos o nível 20.

CONCLUSÃO:

Para aqueles que há muito tempo não se relacionam com um título RPG excepcional (como Dragon Age: Inquisition, The Witcher 3, etc.) e que estejam dispostos a ignorarem falhas técnicas e bugs em prol de uma boa história, Elex II talvez seja uma boa pedida, gerando algumas horas de entretenimento na caçada por itens e desenvolvimento do personagem. Estamos mais uma vez diante de título ambicioso da Piranha Bytes, mas que precisa de muito polimento e atenção dos desenvolvedores para tornar a experiência de todo agradável.

Key cedida para análise do jogo*

#ELEX #THQNordic #PiranhaBytes

Plataformas de lançamento: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X

Data de Lançamento: 01 de março de 2022

Idiomas Disponíveis: Inglês, Alemão, Russo, Polonês, Francês, Espanhol’, Italiano, Chinês e Japonês simplificado.

 

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Elex II

4.3

Pontos Positivos
  • Enredo
  • Ambientação
  • Finais Alternativos
  • Variedade de Itens e Classes
Pontos Negativos
  • Ausência de modo performance no Xbox Series S
  • Queda frequente na quantidade de quadros por segundo, stuttering e efeito pop-up
  • Ausência de escalonamento na dificuldade
  • Sistema de loot e crafting extenuante
  • Ausência de localização em PT-BR

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