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Power Rangers: Agora e Sempre.

Na década de 1990 o empresário Haim Saban conseguiu colocar em prática uma grande ideia surgida durante uma viagem feita ao japão: Utilizar uma série japonesa em que cinco jovens transformam-se em super-heróis com roupas coloridas para combater as forças do mal, mas utilizando atores norte-americanos e uma temática envolvendo dinossauros, muito em alta na época devido ao sucesso de Jurassik Park, e assim criar seu próprio grupo de heróis. Surgia a partir dessa ideia a série Mighty Morphin Power Rangers e com ela uma legião de fãs que perdura até os dias de hoje.

Com o objetivo de homenagear o legado da série que completa 30 anos a Netflix, em parceria com a Hasbro, lançou recentemente o especial comemorativo “Power Rangers – Agora e sempre”, com o que seria uma tentativa de reunir a equipe clássica da atração, mas no fim das contas somente conseguiu trazer de volta os intérpretes Billy, o ranger azul (David Yost) e Zack, o ranger preto (Walter Emanuel Jones).

Power 1

Austin St. John, o ranger vermelho Jason não foi convidado para o projeto por enfrentar um processo de fraude nos Estados Unidos. Amy Jo Johnson, que interpretou a ranger rosa Kimberly (o primeiro amor de muito marmanjo) recusou o convite por questões contratuais, assim como Jasom David Frank, o ranger verde, que faleceu ao final do ano passado. Já Thuy Trang, a Trini, morreu tragicamente em um acidente de carro no ano de 2001 e é justamente a morte da ranger amarela, durante um confronto da equipe contra a vilã Rita Repulsa (uma versão robótica dela), que serve como ponto de partida da história contada nesse especial.

Tendo sido o responsável por por ter acidentalmente libertado Rita Repulsa, enquanto tentava resgatar Zordon, desaparecido desde os tempos de Power Rangers no Espaço, o ranger azul Billy carrega em si um sentimento de culpa pela morte de Trini, e também sofre pelas acusações da filha da antiga Ranger Amarela, Minh (Charlie Kersh), uma jovem que foi criada por Zack e que carrega o forte sentimento de vingança contra a responsável direta por ter ceifado a vida de sua mãe.

Power 2

A produção do especial consegue reproduzir muito bem os cenários da série original o que, juntamente com rostos e personagens conhecidos, ajudam a fortalecer a nostalgia em todo o filme que traz pouquíssimas atualizações justamente para preservar essa atmosfera, mas mesmo assim traz uma boa evolução nas coreografias de luta, principalmente quando a personagem Minh está em ação.

Ao tratar sobre a questão do legado o filme procura homenagear a antiga Ranger Amarela, dando-lhe uma despedida digna da série, mas peca ao não fazer o mesmo pelo Ranger Verde, cujo intérprete também faleceu, mas que é tratado como se ainda estivesse em atividade, sem nunca retirar a máscara. Um cuidado que poderia ter sido observado com mudanças simples no roteiro, ainda que já estivesse finalizado por ocasião da partida do ator.

Power 3

O desenrolar natural do filme leva os heróis a lançarem mão do poderoso Mega Zord para resolverem a parada quando o problema agiganta-se, literalmente, e nesse ponto a produção preferiu utilizar a computação gráfica, para dar maior liberdade de movimento durante o combate, do que lançar mão de atores fantasiados lutando em um cenário cheio de miniaturas, algo que sempre deu certo ao longo de 30 anos e que poderia ter sido mantido aqui.

Tecnicamente falando o roteiro do filme é muito fraco, as atuações são medianas e o Mega Zord em computação gráfica proporcionou um espetáculo muito aquém do esperado. Mas para um verdadeiro fã esses são meros detalhes que não chegam a atrapalhar o saudosismo resgatado pelo filme, principalmente quando vemos atores veteranos empunhando distintivos coloridos, com emblemas de dinossauros e exclamando a plenos pulmões uma das frases mais ouvidas e reproduzidas na infância de um garoto dos anos 90: É hora de Morfar!

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