Críticas

Homem formiga e a Vespa: Quantumania

Houve tempos em que ir ao cinema assistir a um filme da Marvel era a garantia de contemplar um ótimo filme de ação, com um roteiro bem amarrado, grandes efeitos visuais, ótimas piadas recheando o filme e a cereja do bolo: cenas pós-créditos que além de surpreender o público lincavam o filme assistido ao próximo projeto cinematográfico do MCU. Mas de alguns anos pra cá a fórmula Marvel tem dado sinais claros de fadiga, chegando ao ponto de produzir filmes tão pouco inspirados que as rápidas cenas apresentadas após o término do longa é que tornaram-se o grande atrativo.

Com a ingrata missão de fazer com que os filmes do universo cinematográfico da Marvel retornem às origens o filme Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania inaugura a fase 5 do MCU e além de ser o terceiro filme solo do herói que conversa com formigas, tem a finalidade de reintroduzir o mais novo supervilão desse grande universo compartilhado, após a derrota do titã Thanos: Kang, o conquistador.

Formiga 1
Imagem: Divulgação

Após os eventos de Vingadores: Ultimato Scott Lang (Paul Rudd) aproveita seus momentos de paz ao lado da família e desfruta da notoriedade conquistada após ter ajudado a salvar o mundo, ao mesmo tempo em que tenta disciplinar sua filha Cassie (Kathryn Newton) e impedir que a menina repita seus erros do passado.

Enquanto tentava se conectar com sua filha, após anos de afastamento causados pelo Blip (ou estalo de Thanos), Scott acaba sendo duplamente surpreendido, primeiro ao descobrir que Cassie havia desenvolvido um aparelho que consegue monitorar as atividades do reino quântico através da emissão de sinais e depois ao ser sugado pelo aparelho e ser conduzido ao mundo subatômico juntamente com Cassie, Hank (Michael Douglas), Hope (Evangeline Lilly) e Janet (Michelle Pfeiffer).

Formiga 2
Imagem: Divulgação

Uma vez no Reino Quântico pai e filha descobrem que o lugar é habitado não apenas por microscópicas criaturas irracionais, como também por uma população inteligente, com costumes bastante peculiares e que luta contra a opressão de Kang, o soberano que govera o lugar com mãos de ferro.

Enquanto tentam encontrar um caminho para escapar do reino Quântico Scott e Cassie precisam enfrentar um velho conhecido, cujo corpo converteu-se numa verdadeira máquina de combate (uma ótima introdução do clássico vilão dos quadrinhos MODOK) e escapar da terrível ambição de Kang, que precisa do auxílio do Homem-Formiga para escapar do seu exílio no mundo subatômico.

Formiga 3
Imagem: Divulgação

O filme tenta a todo o momento passar a ideia que o Conquistador é uma grande ameaça ao multiverso, mas com um roteiro tão fraco e genérico nem mesmo a impressionante performance de Jonathan Majors como Kang é suficiente para dar credibilidade à trama do terceiro filme do Homem-Formiga. Aliás, a personagem Vespa perdeu bastante relevância nesse terceiro filme, e mesmo a sua interação com Scott Lang, que outrora dava um certo charme ao casal que flertava constantemente, ainda que Hope dificultasse as coisas, agora parece protocolar e muito pouco inspirada.

Os cenários deslumbrantes do Reino Quântico são um dos pontos altos do filme que apresenta criaturas fantásticas que lembram muito aquelas apresentadas nas primeiras trilogias de Star Wars e dão ao filme um colorido bem característico dos filmes do cineasta Taika Waititi (Thor: Ragnarok e Thor: Love and Thuder).

Formiga 4
Imagem: Divulgação

A fase 5 do MCU foi inaugurada com um filme bem mediano, pouco criativo e com uma das tramas mais rasas de todo o universo cinematográfico da Marvel, embora tenha servido ao propósito de apresentar Kang como a maior ameaça à existência do multiverso e conte com duas ótimas cenas pós-créditos que indicam o caminho a ser percorrido pelos próximos filmes.

No fim das contas Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania nos faz sair do cinema com um forte sentimento de saudade. Saudade de assistir a um filme da Marvel com um roteiro caprichado, saudade de diálogos com piadas inteligentes, mas acima de tudo saudade de assistir a um longa-metragem do MCU com uma história que consiga ser mais interessante que os 20 segundos de uma cena pós-créditos.

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