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Desencantada (Encantada 2) – Crítica

Quinze anos atrás, a atriz Amy Adams mergulhou em uma das maiores desconstruções de esteriótipos dos contos de fadas, o divertido e lindo filme “Encantada“, lançado em 2007. Nessa produção, realizada pela Disney, Adams interpretou Giselle, uma personagem ansiosa, doce e ingênua, como se fosse tirada dos textos infantis (o que realmente acontece nessa história) que sempre associamos as produções do estúdio. Agora, em Desencantada, Adams volta a esse mundo mágico (realista) para explorar o que acontece no depois do “Felizes para Sempre”, com uma abordagem ensolarada e doce, servindo como um epílogo para o filme original.

Essa pergunta existencial, “O que vem depois de ‘Felizes para Sempre?’”, é atrevida e intrigante. Pois sendo uma história de Encantada, que mistura elementos mágicos com a realidade, as respostas que Desencantada mostra, não podem ser (exatamente) do que os sonhos são feitos, certo? Eu estava errado!

Vídeo: “Trailer oficial 2 de Desencantada no YouTube da Disney” – Divulgação/Disney.

NotaEstá é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência ao assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize em ver para estimular o trabalho dos realizadores.

Desencantada é um filme original do Disney+ dirigido por Adam Shankman. Após os eventos de Encantada, Giselle (Amy Adams) e seu marido Robert (Patrick Dempsey) decidem se mudar da cidade de Nova York para uma pequena cidade de subúrbio chamada Monroeville. Enquanto Giselle sente que a mudança é exatamente o que sua família precisa, ela tem que lidar com sua enteada adolescente rebelde Morgan (Gabriella Baldacchino) e a vilã Malvina Monroe (Maya Rudolph).

Quando Encantada estreou, fiquei surpreso com o quão novo parecia. Ele não apenas tinha um ótimo gancho de história em “terras de princesas de contos de fadas em Nova York”, mas também conseguia zombar de muitas das convenções dentro dos próprios contos de fadas.

Desencantada.
Imagem: “Desencantada” – Reprodução/Disney.

Com Desencantada, parece que tem várias histórias em guerra entre si, pois não souberam dosar e escolher as ideias. Fazendo com que filme sofra com o mal comum em sequências: “o mais e maior“. A ideia de Giselle se tornar inadvertidamente uma madrasta malvada poderia ter levado um filme inteiro, mas tem que dividir espaço com o enredo sobre a transformação de Monroeville. Como resultado, a premissa não chega com a mesma precisão de seu antecessor. E as alfinetadas para outros filmes da Disney parecem menos inteligentes e mais como publicidade subliminar para tentar fazer com que os espectadores confiram o restante do catálogo Disney +

Isso vale em dobro para as interpretações. Enquanto Adams não enfrenta o desafio de interpretar uma Giselle em conflito com sua forma doce e bondosa com a de madrasta perversa, o resto do elenco é uma confusão. Dempsey não tem muito o que fazer, o que é frustrante porque sua química com Adams foi uma grande parte do que faz Encantada funcionar. Marsden e Menzel estão lamentavelmente afastados, deixando uma energia vazia que não fede e nem cheira, junto com Baldacchino, que faz uma adolescente revoltada de qualquer filme que vier a mente. Quanto a Malvina, por mais que tente, Rudolph não pode dar a ela a ameaça de uma Malévola, Úrsula ou da Rainha Narissa (vilã do filme anterior).

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Imagem: “Desencantada” – Reprodução/Disney.

Até as músicas parecem desafinadas em mais de uma maneira. Alan Menken e Stephen Schwartz retornam para compor novas canções para Desencantada, mas eles não têm o toque mágico e cômico do original soando genéricas. A única exceção é “Love Power”, que por acaso é cantada por Menzel. Não é apenas uma música sólida, mas também permite que a atriz mostre seus talentos vocais. 

Honestamente, a melhor parte do filme é o retorno de Pip, que tem as falas mais engraçadas do filme. O mais engraçado fica por conta do momento em que Pip e Giselle veem Malvina em seu traje de rainha; Pip prevê corretamente que ela será um problema. Desencantada também traz de volta as lindas sequências animadas em 2D de Encantada, que me fizeram desejar que o filme inteiro pudesse ter sido feito nesse estilo.

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Imagem: “Desencantada” – Reprodução/Disney.

Desencantada não consegue capturar a magia de seu antecessor, pela má dosagem de ideias e o conflito entre elas minam o que poderia ter sido uma grande sequência. Muitos filmes clássicos receberam sequências estelares este ano, e me dói dizer que Desencantada não é uma delas. Os fãs ficariam melhor se continuassem com Encantada ou procurando outra alternativa de conto de fadas.

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Desencantada

5.8

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3 Comments

  1. 5,8???
    Esse filme é muito bom! Como você deu 5,8 para esse filme!?
    Eu amei
    O Pip é o melhor personagem!

  2. Concordo com a sua crítica, Fabrizio.
    Eu adoro Encantada! Foi o filme da minha infância e eu estava ansiosa para assistir mas, infelizmente, não gostei. Parece aqueles filmes do Disney Channel.

  3. Realmente, esse filme deixou a desejar!
    Eu acredito que ficaria melhor se fosse um drama.

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