Como concluir a jornada de um grupo cósmico formado por seres desajustados?
“Guardiões da Galáxia: Volume 3”, filme dirigido e escrito por James Gunn (“Guardiões da Galáxia”, “Guardiões da Galáxia: Vol. 2” e “O Esquadrão Suicida”) imagina os resultados: um encerramento épico, divertido e comovente à altura de seus icônicos heróis. A 41ª produção da Marvel Studios será lançada nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4 de maio de 2023) e marcará a despedida dos Guardiões da Galáxia em quase dez anos após sua estreia nos cinemas em um sucesso surpreendente.
Crítica:
Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.
Quando a Marvel Studios resolveu trazer os Guardiões da Galáxia para a tela grande, ninguém sabiam quem eram e muitos presumiram que seria o primeiro grande fracasso do estúdio. “Como pode um filme sobre uma grande assassina de cor verde, um prisioneiro que deseja vingar a morte de sua família, uma árvore cujo único diálogo é ‘Eu sou Groot’, um guaxinim com um problema de controle da raiva e aquele cara gordinho de ‘Parks & Recreation’ fazendo um audaz ladrão abrir as portas para exploração do núcleo cósmico do UCM?”.
O cineasta James Gunn, que até aquele momento era conhecido como roteirista dos live-actions de Scooby Doo, tinha uma tarefa difícil: tornar esses personagens conhecidos e agradáveis para o público. E com a função de expandir o UCM para além da Terra, o primeiro filme, lançado em 2014, apresentou personagens carismáticos e os colocou em uma ópera espacial cheia de ação, humor e emoção. Quase dez anos, com muitos altos e baixos (e demissões) depois, esse equilíbrio, que carregou a equipe ao longo de vários longas – e um especial de Natal –, chega ao ápice em “Guardiões da Galáxia: Volume 3” e o filme em si é… muito bom!
Uma das primeiras informações liberadas a respeito do terceiro filme da franquia comandada, pela última vez, por James Gunn foi a de que o longa marcaria o adeus a essa formação dos Guardiões da Galáxia que conhecemos. Ótima decisão para criar uma expectativa e uma ligação mais emocional com o público, sendo acompanhada por um grande desafio. Afinal de contas, se essa é a última vez que o público verá esses personagens tão queridos juntos na mesma equipe, a experiência precisa ser memorável ao ponto de compensar o gosto amargo da partida.
Conforme a sinopse de “Guardiões da Galáxia: Volume 3” a nossa adorada equipe de desajustados galáticos estão se estabelecendo em Luganenhum, mas não demora muito para que suas vidas sejam viradas de cabeça para baixo por ecos do passado turbulento de Rocket. Peter Quill, ainda cambaleando pela perda de Gamora, precisa reunir sua equipe em uma missão perigosa para salvar a vida de Rocket — uma missão que, se não for bem-sucedida, pode levar ao fim dos Guardiões como os conhecemos.
Como um diretor e roteirista bem criativo, James Gunn escreveu o roteiro de “Guardiões da Galáxia: Volume 3” com muita inspiração em uma ópera espacial com sua típica aventura cômica e ação estilosa, mas também focando no drama para família Guardiões, a fim de aproveitar todos os cenários possíveis em que a carga emocional do encerramento se torne o centro das atenções.
Inclusive, um dos melhores pontos do filme é o tratamento que o roteiro recebeu nas mãos de James Gunn. Eu acreditava que a definição de “o melhor filme da Marvel desde ‘Vingadores Ultimato‘” era exagerada, mas acontece que “Guardiões da Galáxia: Volume 3” é realmente uma grande ópera espacial com uma aventura épica e cheia de momentos engraçados e comoventes que enchem os olhos.
Para imaginar a carismática e emocionante história do “Volume 3”, James Gunn utiliza-se da manipulação de emoções que permite o filme saber o que devemos sentir diante ao que vemos na tela. A gratificação pela aventura muito bem conduzida pela narrativa deixa o espectador à vontade, especialmente combinado com o apelo da despedida. Apesar de qualidades majoritárias, o roteiro tem algumas batidas do enredo que costumam tomar rumos facilitados e a comédia se excede um pouco em alguns momentos, principalmente aqueles com cruzamentos de gêneros.
Os atores do elenco de “Guardiões da Galáxia: Volume 3” estão excelentes em seus respectivos papeis. Todos conseguem transmitir, seja individualmente ou em conjunto, carisma, afeto, empatia e realmente entendem o que os personagens precisam ser para essa história de conclusão. As dinâmicas entre eles está incrível e Chris Pratt como Peter Quill, Bradley Cooper como Rocket Raccoon, Chukwudi Iwuji como Alto Evolucionário e Karen Gillan como Nebulosa se destacam por se entregarem aos personagens de uma forma impecável.
E embora os personagens principais sejam incríveis (e únicos) devido aos seus magistrais ciclos de desenvolvimentos construídos desde o primeiro filme e agora concluídos. O “Volume 3” soube introduzir novos personagens de forma orgânica, como a gentil Lontra Lylla vivida por Linda Cardellini e o Alto Evolucionário interpretado por Iwuji, que sem dúvida nenhuma é um dos melhores vilões do UCM, mas peca em não saber utilizar alguns dos personagens secundários apresentados tanto nos outros filmes da franquia quanto neste novo, igual ao Kraglin de Sean Gunn, que é mais uma participação especial barata do que um personagem bem desenvolvido de fato e Adam Warlock de Will Poulter com uma ingenuidade boba e sem sentido dentro da narrativa do filme.
Por fim, a composição artística idealizada para “Guardiões da Galáxia: Volume 3” pelo diretor e sua equipe técnica brilha e salva o filme ao apresentar vários cenários impressionantes em meio a cenas bem pensadas, utilizando uma série de ângulos e movimentos de câmeras inventivos e energéticos em conjunto com playlist de músicas sensacionais que certamente ficarão na memória dos espectadores e transmitem as emoções necessárias para cada cena. Seja a chegada, extremamente hilária, dos Guardiões da Galáxia à Contra-Terra ou uma batalha épica entre os heróis e vilões, feita em um notável fake plano-sequência.
Conclusão Em Um Parágrafo:
O “Guardiões da Galáxia: Volume 3” certamente não é perfeito, – falha ao criar rumos facilitados e momentos excessivos de humor, mas se beneficia com a direção brilhante e na roteirização competente de James Gunn e pelo contexto em torno desse encerramento de um dos tesouros mais amados e queridos do Universo Cinematográfico da Marvel que, claramente, ajuda no passeio cheio de aventura, diversão e emoção.
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Mais Informações sobre os Guardiões da Galáxia:
Guardiões da Galáxia é um nome compartilhado por duas equipes de super-heróis para as histórias em quadrinhos publicadas pela Marvel Comics. Ambas as versões atuam no espaço para proteção de planetas e galáxias contra ataques e guerras alienígenas. A equipe dos Guardiões da Galáxia que conhecemos nos cinemas foi criada por Dan Abnett e Andy Lanning em 2008 e tem Senhor das Estrelas, Gamora, Drax o Destruidor, Groot, Rocket Raccoon, Phyla-Vell e Adam Warlock como membros originais do grupo.
Os Guardiões da Galáxia de 2008 foram formados por Peter Quill, o Senhor das Estrelas, à luz de duas crises subsequentes que forçaram os “heróis” independentes a unirem forças quando a galáxia estava ameaçada com a incursão da Onda de Aniquilação e a conquista do Império Kree pela Falange. Os Guardiões da Galáxia geralmente transitam entre ser uma força policial sancionada no espaço e um grupo de mercenários fora da lei.
“Guardiões da Galáxia: Volume 3” será lançada nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (4 de maio de 2023) e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre o filme.
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Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.