PERCY JACKSON E OS OLIMPIANOS (1ª temporada) | Nova adaptação equilibra nostalgia com novidade, mas peca na exposição e no ritmo
“Percy Jackson e Os Olimpianos” é uma das sagas literárias mais amadas de todos os tempos e foi responsável por reavivar nosso interesse na mitologia grega com uma sólida narrativa que, até hoje, consegue angariar fãs. E a Nerds da Galáxia já comentou, em algumas ocasiões, a trajetória de suas adaptações. Mencionamos os longa-metragens que fracassaram em contar essas histórias na tela grande em 2010 e 2013; além das expectativas de Rick Riordan (e dos fãs) em receber uma segunda chance para desenvolver algo e mostrar o verdadeiro potencial de seu universo no Disney+ após anos de conversas com a Casa do Mickey.
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Com isso em mente, a primeira temporada de “Percy Jackson e Os Olimpianos” foi finalizada na noite desta terça-feira (30 de janeiro). Agora muitos estão perguntando se a série, estrelada por Walker Scobell, Leah Sava Jeffries e Aryan Simhadri, correspondeu à qualidade da saga literária. Será que o resultado foi positivo dessa vez? Confira a resposta na crítica abaixo:
Nota: A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta e/ou uma resposta definitiva para a sua dúvida sobre assistir ou não à obra. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores e desenvolver sua formação de opinião. As informações contidas foram apresentadas em sinopses e trailers.
Conforme a sinopse, “Percy Jackson e Os Olimpianos” acompanha o jovem Percy Jackson, um garoto que, após chegar ao Acampamento Meio-Sangue, descobre que ele, além de ser um semideus e filho de Poseidon, está sendo acusado por Zeus de ter roubado o seu mais precioso raio-mestre. Sendo assim, Percy embarca em uma jornada com seus novos amigos, Annabeth e Grover, para encontrar a arma e restaurar a ordem no Olimpo.
Rick Riordan decidiu une-se a Jonathan E Steinberg para dar vida à nova adaptação e durante as minhas primeiras impressões, eu afirmei que essa série tomou uma ótima decisão quanto a fidelidade ao primeiro livro. Já que conseguiu trazer o fator da nostalgia, com a aventura e a fantasia da qual a saga se originou, construindo uma sensação mais pessoal e uma ligação mais profunda com o público que já se aventurou neste universo. Bem, de certa forma, continuo acreditando nisso em relação à série completa. Mesmo que a dupla tenha conseguido realizar algumas alterações que coloquem a obra numa ambientação mais contemporânea, sem cair nos controversos anacronismos do gênero.
Quando se trata de séries, normalmente há mais de um diretor envolvido nas produções e com “Percy Jackson” não foi diferente. Riordan e Steinberg escolheram três diretores para comandar os oito episódios: James Bobin (dois episódios), Anders Engström (três episódios) e Jet Wilkinson (três episódios). Infelizmente, os três diretores entregam uma direção inconsistente, com a maioria das vezes sendo incapazes de lidar com variações de tons em momentos específicos, criando algumas cenas sem uma emoção acentuada. Porém, os diretores se encontram inspirados e cativam quando entram as cenas de ação, que condiz com os ângulos e movimentos de câmeras energéticos, planejados por Pierre Gill e Jules O’Loughlin.
Apontamento: Eu sei que cheguei a elogiar bastante a direção de Bobin nas minhas primeiras impressões, mas notei as inconsistências mencionada acima ao rever os episódios dirigidos por ele.
Rick Riordan e Jonathan E Steinberg escreveram os argumentos de cada episódio de “Percy Jackson e Os Olimpianos” e depois supervisionaram o trabalho de cinco roteiristas nas próximas etapas do processo. E não tem como negar que os roteiristas escreveram roteiros que sabem exatamente o que são e não tentam reinventar a roda, porém, conseguem reconstruir a identidade da obra original utilizando, ao seu favor, a nostalgia e uma criação de universo com máximo de fidelidade possível. Permitindo a série contar uma história sobre aceitação e coragem, bem nos moldes da “Jornada do Herói”, com referências, homenagens e a mitologia da saga literária, além de expandir com algumas novidades bem-vindas.
Os problemas dos roteiros em “Percy Jackson” começam a surgir com a curta duração dos episódios, o que também afetou a edição da série, criando um ritmo acelerado e cortes secos em meio a facilitações com alguns elementos desenvolvidos as pressas, que evitam o engajamento na história. Além disso, tem as questões com os diálogos expositivos, que são desnecessários e acabam antecedendo informações importantes da trama em uma cena futura, resultando em momentos anticlimáticos.
Os atores estão muito bem em “Percy Jackson e Os Olimpianos” e conseguem transmitir carisma, afeto, empatia e outras emoções e sentimentos, com destaque para Walker Scobell, Leah Sava Jeffries, Aryan Simhadri e Virginia Kull. Entretanto, por mais que o elenco consiga nos cativar e demonstre empenho, os problemas com tom, ritmo e exposição (mencionados acima) entram em conflito com os seus personagens. Deixem-me explicar: Scobell está impecável como Percy Jackson (sendo a melhor coisa do série), no entanto, Percy é um personagem com uma personalidade forte e sempre solta alguma piada ou comentário sarcástico e irônico, mas as aquelas cenas sem emoções e com diálogos expositivos acabam impossibilitando que tal personalidade funcione em sua totalidade.
Não tem como negar que “Percy Jackson e Os Olimpianos”, nova adaptação da saga literária de Rick Riordan, é uma ótima série para os admiradores dos livros e uma boa série para aqueles que vão assisti-lo somente por puro entretenimento ou por curiosidade. E por mais que não seja perfeito, falhando no tom, ritmo e exposição, ele se beneficia com a atuação dos três protagonistas, permitindo que esqueçamos os defeitos para flutuarmos nessa jornada sobre aceitação e coragem.
A primeira temporada de “Percy Jackson e Os Olimpianos” está com todos os episódios disponíveis no Disney+ e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre a série.
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Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.
Percy Jackson e Os Olimpianos
Percy Jackson e Os Olimpianos acompanha o jovem Percy Jackson, um garoto que após chegar ao Acampamento Meio-Sangue, descobre que ele, além de ser um semideus e filho de Poseidon, está sendo acusado por Zeus de ter roubado o seu mais precioso raio-mestre. Sendo assim, Percy embarca em uma jornada com seus novos amigos, Annabeth e Grover, para encontrar a arma e restaurar a ordem no Olimpo.