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Creed III | A franquia se mostra poderosa e autossuficiente sem a necessidade de Rocky Balboa.

Creed III já está entre nós! Depois de mais de 4 anos dos eventos do segundo filme, que contou com Sylvester Stallone no papel do lendário Rocky Balboa, o terceiro filme estrelado por Michael B. Jordan inova em dissociar cada vez mais do mundo direto de Rocky e se arrisca em apostar em sua singularidade e autonomia. Por falar em inovação, o longa da Metro Goldwyn Mayer Pictures e distribuído pela Warner Bros conta com a estreia de Michael B. Jordan na direção, além da atuação e produção que o cineasta se arriscou nas outras obras da franquia derivada.

Chegando nos cinemas brasileiros no dia 2 de março, assim como o filme Close e outros longas independentes do Oscar 2023, Creed III traz de novo B. Jordan como Adonis Creed, Tessa Thompson como a musicista e esposa de Adonis Bianca, Woody Harris como Tony Evers, Phylicia Rashad como a mãe de Adonis e Florian Munteanu como Viktor Drago – agora, não como um dos antagonistas, mas sim como parceiro de Creed nessa nova jornada. Vale lembrar que o filme seria lançado em novembro de 2022, mas sofreu adiamentos, conforme relatou a Variety.

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Cartaz de Creed III. (Foto: Reprodução/ Warner Bros)

Bem, se Viktor Drago não é mais o vilão, quem é? Simples: seguindo a mesma ideia de Creed II, Creed III explora o passado sofrido de Adonis Creed através de Damian, amigo de adolescência de Adonis que possui um forte vínculo com o protagonista e pendências mal resolvidas. Para a super produção, o super ator – e atualmente em alta – Jonathan Majors foi chamado para Creed III, sendo mais uma vez vilão de um blockbuster e estando em dose dupla com sua peversidade nas salas de cinema por Creed III e Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania.

Depois de dominar o mundo do boxe, Adonis Creed (Michael B. Jordan) tem prosperado tanto em sua carreira quanto em sua vida familiar. Quando um amigo de infância e ex-prodígio do boxe, Damian (Jonathan Majors), ressurge após cumprir uma longa sentença na prisão, ele está ansioso para provar que merece sua chance no ringue.

O confronto entre ex-amigos é mais do que apenas uma briga. Para acertar as contas, Adonis deve colocar seu futuro em risco para lutar contra Damian – um lutador que não tem nada a perder

Sinopse de Creed III

A Nerds da Galáxia assistiu antecipadamente o filme em uma cabine de imprensa nesta quarta-feira (28), a convite da Warner Bros. Fica registrado nosso agradecimento. Confira abaixo a crítica sem spoilers de Creed III.

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Cena de Creed III. (Foto: Reprodução/ Warner Bros)

NotaEstá é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir o filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir o filme ou não, tampouco um achismo absoluto do portal Nerds da Galáxia. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadoresAs informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.

Creed III é o melhor filme da franquia?

Desde que foi anunciado a ausência de Stallone, juntamente com seu personagem Rocky, algumas incertezas pairaram os cinéfilos. Pela franquia Creed reviver a saga de múltiplos filmes de Rocky Balboa, é inegável afirmar que muitos telespectadores se sentiram atraídos somente pela presença do lutador icônico dos anos 80, ao contrário do então novo legado de Michael B. Jordan.

Não há motivo de estranhamento: Creed III faz bonito e se prova uma verdadeira franquia que pode andar sozinha sem vincular obrigatoriamente a brilhante história contada por Sylvester Stallone, que está sumido somente na frente das câmeras – cumprindo o papel de produtor executivo ao lado de Jordan.

Claro que Creed (2015) é mágico e nostálgico pela re-introdução de Stallone no ramo do boxe, porém a estrela principal sempre foi Rocky, algo que não cabia pelo filme ter o nome do outro co-protagonista, Adonis Creed. Por ser o primeiro derivado, podemos “passar esse pano” – até como foi dito acima, para chamar tanto uma nova leva de amantes do cinema quanto os que cresceram e/ou acompanharam toda a saga de Rocky Balboa nas telonas.

O segundo já corrobora esse ofuscamento do universo de Rocky, com o personagem de Sylvester Stallone roubando o protagonismo e deixando Creed muito dependente de Rocky, além de que traz uma gama enorme de referências da saga de Balboa novamente mexendo com o passado do personagem, e um copia e cola sem autenticidade de Rocky IV (1985) repetindo o mesmo vilão.

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Cena de Creed III. (Foto: Reprodução/ Warner Bros)

Creed III veio para refazer as mesmas bateções de tecla muito amostras de seu anterior. Trazendo uma história totalmente original e intimista, muito correlacionado com a história de vida de Adonis, o roteiro de Keenan Coogler e Zach Baylin é bem escrito, com os arcos de Michael B. Jordan e Jonathan Majors contundentes com o background de seus personagens.

O maior destaque é a sequência dos eventos de Creed III, honrando as típicas tramas de filmes do gênero de boxe e ao personagem Adonis Creed e sua esposa Bianca, com adições novas muito legais e interessantes sobre suas vidas, como exemplo a filha fruto da relação enre os dois, a Amara (Mila Dais-Kent).

A ordem em que os eventos são traçados beneficia muito a atuação e a presença de Majors, que passa dessa figura do bem a um grande antagonista egoísta de forma muito orgânica e natural. Principalmente visto na explicação do envolvimento de Creed e Damian no fatídico dia que Damian é preso por 18 anos, que chega a ter reviravoltas no que achávamos que seria. Damian é um dos antagonistas mais fascinantes e perturbadores da história das séries Rocky e Creed, nos apresentando as vulnerabilidades do personagem e depois chocando a todos com seu poder, fruto de muita determinação e força de vontade.

Já que citei indiratemente sobre as atuações, as performances de Michael B. Jordan, Jonathan Majors e Tessa Thompson são na medida, com maiores aplausos a Majors, que consegue ter o dom de falar tanto com seu personagem usando linguagem corporal, tornando-o extremamente satisfatório assistí-lo.

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Cartaz de Creed III. (Foto: Reprodução/ Warner Bros)

Foi muito inesperado que Creed III deu um maior foco no drama familiar, fazendo ser um longa mais dramático que de ação/ boxe em si. Com a aposentadoria de Adonis como um atleta, o personagem se mostrou um verdairo homem de família, cuidando de sua filha deficiente auditiva, Amara; apoiando sua mulher, Bianca, na seu precoce afastamento dos palcos com sua perda auditiva progressiva; e sua mãe, Mary Anne, que está sofrendo com a idade no risco de sofrer mais um derrame. O polo família é unificado a outro polo família, com essa última fazendo alusão a família de alma, aonde Damian entra nesse espaço.

Muitos desses elementos dramáticos se manifestam nas lutas, inclusive na luta final, que pode dividir opiniões com a galera que é mais amante do realismo do ambiente do boxe. A cena, em questão, de Creed III, trouxe um novo ar e determinou o terceiro filme como um dos mais diferentes do universo Rocky e Creed, sem contar que, com a qualidade boa desse filme, outros filmes com essa proposta ou atémais ambiciosas podem brincar perfeitamente com o cenário esportivo.

Afinal, tudo que traçamos em nossa vida têm impacto direto com as vivências passadas e com o lugar que crescemos e com a educação que tivemos. Em Creed III, esses elementos fizeram questão de ser mais aparentes, graças ao belo trabalho intimista e detalhoso de Michael B. Jordan na direção, rendendo uma série de elogios e parabenizações com o trabalho árduo de atuar e dirigir ao mesmo tempo.

Como Jordan é um verdadeiro fã de Animes, os otakus e os amantes de ação podem se deleitar com coreografias de lutas de tirar o fôlego e recursos que só somaram com a tensão e com a vibração de cada round de luta, como os close-ups extremos e as câmeras lentas na maior definição que se possa imaginar, usando todo o poder do IMAX. Os ângulos de câmera em Creed III são criativos e impactam positivamente na experiência visual e narrativa.

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Cena de Creed III. (Foto: Reprodução/ Warner Bros)

Mostrando uma velocidade rápida de maneira muito amistosa e natural – a ponto de ficar tão confortável que você fica incrédulo que quase 2 horas se passaram – Creed III traz uma história que funciona e é convincente e cheio de detalhes que te prendem, além de ser uma narrativa que favorece seus atores, dando liberdade para explorar mais a fundo seus backgrounds e suas personalidades. A ausência de Rocky, de Sylvester Stallone, foi estranha, mas de jeito nenhum sentida, com a decisão de afastar o personagem da franquia como uma das melhores já feitas.

Apesar da ideia não inovar muito – tirando a veia mais dramática -, seus diálogos um pouco melodramáticos e sua conclusão ser muito previsível – da forma apresentada em Creed III, até diria que preguiçosa, para honrar os tradicionais ‘finais felizes’ de redenção -, Creed III te prende do começo ao fim e te surpreende da mesma forma, principalmente na precisão imaginativa de Michael B. Jordan nas cenas das lutas nos ringues.

Não sabemos se teremos um quarto filme da franquia Creed – somente o desejo de Michael B. Jordan em voltar a dirigir mais obras, em uma entrevista ao Good Morning America, e o derivado focado no boxeador Ivo Drago (Dolph Lundgren) e seu filho, Viktor. Se Creed III for a despedida , será um final satisfatório, provando que a série nunca precisa terminar, desde que continue avançando independentemente.

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