Séries e Filmes

Festival de Cannes seleciona curta-metragem brasileiro para a mostra

“Solos”, curta-metragem de São Paulo, terá sua estreia mundial na mostra “La Cinef”, parte do Festival de Cannes, que ocorre de 16 a 27 de maio em Cannes, França, um dos festivais de cinema mais prestigiados da indústria, dada a equipe de jurados renomados e especialistas da Sétima Arte e seus convidados, geralmente artistas cênicos em plena ascensão. O curta, por ser um filme de conclusão de curso (TCC) de alunos da FAAP, se encaixará na mostra ‘La Cinef’, uma seção de Cannes voltada para filmes universitários. Para esta edição de 2023, “Solos” será o único representante latino na competição da mostra ‘La Cinef‘, o que coloca um prestígio ainda maior à seleção.

O curta-metragem “Solos” conta a história de Leonardo, um jovem pedreiro que passa a escutar um estranho som vindo do chão na obra em que está trabalhando. O filme, que será exibido na 76ª edição do Festival de Cannes, passa por temas como a expansão desenfreada do mercado imobiliário e a ligação desse fato com o apagamento das memórias ancestrais e originárias.

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Cartaz de “Solos” (esquerda) e foto de Pedro Vargas (direita). (Foto: Reprodução)

O curta-metragem, escrito e dirigido pelo paulista Pedro Vargas, de 25 anos, foi produzido durante a pandemia e contou com uma filmagem cercada de precauções e cuidados. A temporalidade do filme ficou registrada nas máscaras usadas pelos personagens, mas sem transformar a COVID-19 no tema principal do filme.

Com 13 minutos de duração, a ficha técnica de “Solos” conta com os nomes de Jorge Neto como o ator principal, Nathalya Macchia na produção, Marina Kosa na montagem, Raffaella Rosset na direção de fotografia, Igor Yamawaki na direção de som e trilha sonora do cura-metragem, Miguel Monori na assistência de direção e a dupla Paula Soares e Giulia Zanini responsáveis pela direção de arte.

Pedro Vargas, mesmo com 25 anos, já desempenhou importantes atividades no meio cinematográfico brasileiro, como quando criou a mostra independente “Sessões de Cinema” e trabalhou como assistente de direção nas produções “Aruanas”, de Estela Renner (série exclusiva da Globoplay); “Barba Ensopada de Sangue”, de Aly Muritiba e “Marcelo Marmelo Martelo”, de Duda Vasmen – essas últimas duas ainda na fase de pós-produção e adaptações audiovisuais de grandes contos literários do Brasil.

O diretor e roteirista, que será agraciado pelo Festival de Cannes 2023 com seu curta-metragem “Solos”, não está estreando como diretor e roteirista na área de filmes curtos. Seu primeiro curta é o “”Estação-Senhora”, estreou no Metrô – Festival do Cinema Universitário Brasileiro. “Solos”, portanto, é seu sua segunda produção.

Pedro Vargas está, atualmente, se dedicando ao desenvolvimento de seu primeiro longa-metragem, “Tubarão de Guaratuba”, e captando recursos para seu próximo curta-metragem, “Peixes”, produzido pela Ladaia filmes.

Representantes brasileiros em Cannes 2023

A 76ª Festival de Cannes contará com 5 representantes brasileiros – contando com “Solos” na mostra ‘La Cinef’. O cineasta cearense Karim Aïnouz (A Vida Invisível; Marinheiro das Montanhas) concorrerá à Palma de Ouro, principal premiação do festival, com seu título “Firebrand” (2023). O filme é uma produção internacional, que conta com os atores Alicia Vikander (A Garota Dinamarquesa – na qual ganhou o Oscar de 2017 na categoria ‘Melhor Atriz Coadjuvante’) e Jude Law (Capitã Marvel; Sherlock Holmes) em um drama histórico sobre Catherine Parr, a última esposa do rei Henrique VIII. Karim Aïnouz já é uma figura recorrente, tendo vencido o prêmio principal da ‘Mostra Um Certo Olhar‘ com “A Vida Invisível”, em 2019.

Além de Karim, outro diretor brasileiro que estará na disputa no Festival de Cannes 2023 é Kleber Mendonça Filho (Bacurau; Aquarius), com seu documentário “Retratos Fantasmas” (2023), descrito como um filme-ensaio sobre as salas de cinema de rua, selecionado para exibições especiais fora de competição. Aliás, o diretor acabou integrando-se ao Júri do Festival, após sair vitorioso na edição de 2019 com “Bacurau”.

Kléber Mendonça Filho em 2019 no Festival de Cannes. (Foto: Reprodução/ O Povo)
Kléber Mendonça Filho em 2019 no Festival de Cannes. (Foto: Reprodução/ O Povo)

Renée Nader Messora e João Salaviza, brasileiros que também estavam em 2019 em Cannes, novamente estarão no festival, com o filme “A Flor do Buriti” (2023), selecionado para a ‘Mostra Um Certo Olhar‘, uma das mostras paralelas mais importantes de Cannes, na qual Karim Aïnouz já saiu como ganhador. O longa documentário aborda os 15 meses de permanência dos diretores na terra Indígena Krahô.

Por último, a diretora Lillah Halla estará no Festival de Cannes para a Semana da Crítica, organizada pelo Sindicato Francês de Críticos de Cinema, pela sua obra “Levante” (2023). Na trama, uma promissora jogadora de vôlei tenta abortar depois de descobrir uma gravidez indesejada.

A O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, cujo sócio é o renomado diretor Fernando Meirelles, pode ampliar este número, com uma série de produções que a produtora está levando para Cannes. A 76ª edição do Festival de Cannes iniciará na próxima terça-feira (16) e se estenderá até o dia 27 de maio.

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