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The Last of Us Parte II | Review

Sete anos depois o ódio está nas mãos de Ellie, a protagonista principal de The Last of Us Parte II

ATENÇÃO: O texto a seguir CONTÉM SPOILERS para expressar da melhor maneira possível o sentimento que tive ao jogar o game do início ao fim.

Bem vindo à Jackson:

Por meio de uma incrível narrativa e inúmeros flashbacks, o usuário irá da melhor maneira possível entender tudo o que aconteceu após a frase “Eu juro” e a triste expressão de Ellie no final do primeiro jogo. Desta vez entramos em um universo totalmente diferente do primeiro, um mundo vasto e que em alguns momentos se torna quase semi-aberto para você de livre e espontânea vontade explorar cada cantinho do centro de Seattle, seja a pé ou a cavalo.

História:

The Last of Us Parte II nos trás uma história de ódio e vingança… Ou será que não? Muitos podem entender exatamente assim mas analisando profundamente não é isso que acontece, na verdade, é algo muito maior do que se pode imaginar. Logo no início do jogo podemos reparar que Ellie e Joel não estão de bem um com o outro, conforme vamos jogando conseguimos entender isso através de conversas e flashbacks.

Sete anos depois o ódio está nas mãos de Ellie, a protagonista principal de The Last of Us Parte II. Confira a review completa com spoilers do jogo.

Um dos últimos flashbacks presente em The Last of Us Parte II se trata da festa que ocorreu na noite anterior do início do jogo onde Ellie e Dina após uma dança lenta deram um beijo e Seth criticou as duas e disse ser um local de família, chamando a Ellie de “Sapatão”. Após essa frase, Ellie vai pra cima de Seth e Joel separa a briga por não ter gostado da atitude de Seth porém podemos ver Ellie ficando brava com Joel… O motivo? ela pode se virar muito bem sozinha, e acredite, ela pode mesmo.

O grande motivo de Joel e Ellie estarem brigados é que Ellie descobriu o real motivo dos Vaga-lumes não terem utilizado ela para fazer uma cura para a infestação do cordyceps ainda no primeiro jogo e com essa breve explicação podemos prosseguir e entender o peso da história do game.

O jogo não se trata de ódio e vingança como muitos estão retratando e sim sobre uma história de dor, sofrimento e os dois lados da moeda. Assim como no primeiro jogo onde controlamos Joel e em certos momentos a Ellie, em The Last of Us Parte II por um curto período podemos estar na pele de Joel, um pouco mais da metade do jogo na pele de Ellie e o restante na pele de Abby, uma nova velha personagem na história de The Last of Us. Você deve estar se perguntando nesse momento “nova velha personagem?” e é por isso que irei explicar isso da melhor maneira possível.

No final do primeiro jogo Joel e Ellie chegam ao hospital dos Vaga-lumes para conseguirmos a cura da infestação do cordyceps através da imunidade de Ellie ao mesmo, porém ao descobrir que Ellie iria morrer na cirurgia, Joel fez de tudo para conseguir retira-la de lá, e isso tudo ficou em suas mãos. Após você entrar na cirurgia havia três pessoas ao redor da maca onde Ellie estava deitada, uma próxima a porta de saída da direita, uma ao centro e uma exatamente na sua frente e é exatamente dela que quero falar. O único médico que seria capaz de fazer a cura da infestação do cordyceps e o primeiro médico a morrer através do ódio de Joel.

Jerry, o médico morto por Joel era pai de Abigail ou para os mais íntimos, Abby. Onde na época era apenas uma garotinha que após entrar na sala de cirurgia via seu pai morto no chão e que a partir daquele momento ela queria apenas vingança. Na época filha de um Vaga-lume, agora afiliada ao Washington Liberation Front, ou apenas Lobos (WLF).

Facções:

Sete anos depois o ódio está nas mãos de Ellie, a protagonista principal de The Last of Us Parte II. Confira a review completa com spoilers do jogo.

Dois afiliados dos Lobos após capturarem Ellie e Dina em um dos momentos do jogo.

Washington Liberation Front:

A Washington Liberation Front chamada apenas de Lobos é uma facção que tocou a antiga força-tarefa oficial (FEDRA) de Seattle e possui um armamento militar pesado, cães treinados para farejar rastros de inimigos e inúmeras bases localizadas por toda Seattle.

Sete anos depois o ódio está nas mãos de Ellie, a protagonista principal de The Last of Us Parte II. Confira a review completa com spoilers do jogo.

Ellie se escondendo dos Cicatrizes no Parque de Seattle

Cicatrizes:

Os cicatrizes, ou como eles se denominam, Serafitas; é uma facção silenciosa onde em vez de utilizar postos de seguranças ao céu aberto como os Lobos eles utilizam bases escondidas no meio das florestas, ao invés de utilizar armamento pesado eles utilizam apenas Arco e Flechas e armas brancas além de ao invés de gritar com seus amigos, apenas assoviam para insinuar estado de alerta.

Guerra de Facções:

Você deve estar pensando, sempre que vemos a palavra “Facções” automaticamente nossa mente nos direciona para guerra entre as mesmas, e sim! em certos momentos do jogo podemos sim ver os Lobos e Cicatrizes lutando uns contra os outros, assim como também podemos ver Lobos lutando contra infectados.

Desenrolar da História:

Agora que aprendemos um pouco mais sobre a história do jogo podemos retomar ao ponto principal do jogo, a trama em que ele nos envolve é algo surpreendente. Assim como no primeiro onde aos poucos Ellie se apegava a Joel e aquilo acabaria por se tornar quase uma relação de Pai e Filha, podemos sentir isso no jogo inteiro porém infelizmente apenas através de sentimentos.

Nas primeiras horas de jogo, controlávamos Abby até quase ser pega por alguns infectados porém Joel e Tommy aparecem a tempo para salva-la, sim! Joel, o mesmo que matou o pai de Abby quando a mesma era ainda mais nova. Após um grande número de infectados vir atrás dos três, Abby diz para todos ir até o local onde ela e seus amigos estão alojados para poderem fugir dos infectados já que lá é “seguro”.

Porém infelizmente não tão seguro, após chegarem no local Joel e Tommy se apresentam e então é nesse momento que Abby diz quem ela é, os Lobos prendem Tommy e Abby começa a bater em Joel. No outro lado da moeda nós voltamos para a pele de Ellie que está à procura de Joel e Tommy após eles não voltarem de uma ronda porém após chegar no local ela também é capturada e vê o seu grande companheiro morrer em sua frente.

A partir deste momento o ódio entra no corpo de Ellie e o vazio no corpo de Abby, diferente do que muitos analisaram como uma história de vingança eu pude analisar como uma história de aprendizado. Ellie estava brava com Joel por ele ter salvo a vida dela e não a de milhares de pessoas e por culpa deste motivo não pode nem se abrir ou dar um adeus ao mesmo, e ao mesmo tempo Abby sentia apenas um vazio já que o objetivo que ela carregava em seus pensamentos a muito tempo já estava concluído e nada havia mudado, dor e sofrimento ainda permaneciam ali dentro.

No desenrolar da história enquanto Ellie está atrás de Abby; Abby conhece novas amizades, Lev e Yara que salvam Abby em um certo momento do jogo porém há algo nos dois que de certa forma é “surpreendente”. Eles são Cicatrizes ou talvez ex-cicatrizes já que os mesmos fugiram após Lev quebrar uma das regras da facção que era a de ser proibido mulheres rasparem a cabeça e o motivo de Lev ter feito isso era porque ele gostaria de ser guerreiro igual os homens e não futura esposa de um dos cicatrizes que foi a função cedida para ele pelos Serafitas.

Em um certo momento onde Abby e Lev estão se escondendo dos Serafitas , é possível escutar os outros membros chamando Lev por um nome feminino, o qual seria seu nome de nascimento. Lev deixa claro que não deseja conversar sobre o ocorrido e Abby não o pressiona sobre o assunto. Neste momento, vemos a razão da fuga do personagem e realmente entendemos que Lev é um personagem transgênero.

Após uma longa jornada de dor, sofrimento e agonia; Ellie consegue finalmente começar sua vingança começando pelos entes queridos de Abby, seus melhores amigos. Após Abby descobrir a morte deles, vai atrás de Ellie para mata-la porém após o pedido de Lev, ela deixa Dina e Ellie vivas e pedem para elas nunca mais irem atrás de Abby.

Neste momento iniciamos uma espécie de Epílogo para o jogo onde podemos ver um tempo depois Ellie e Dina morando juntas em uma fazenda como sempre sonharam e cuidando de JJ, o filho que Dina teve com Jesse e que teve seu nome em homenagem a Jesse e Joel. De início podemos ver um final feliz e de certa forma vazio já que Ellie fez tanto para nada mas em alguns momentos podemos ver que não é tão feliz assim já que é possível perceber que Ellie desenvolveu TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) após os acontecimentos. Após uma visita de Tommy e ele ter dado uma dura em Ellie por ela não ir atrás de Abby, ela finalmente decide após uma breve noite de sono realizar sua doce vingança.

Abby estava atrás dos rumores de que os Vaga-lumes estavam se reunindo novamente em Santa Barbara até que foi capturada por um grupo chamado de Cascavéis para ser utilizada como uma escrava. Ellie chega no local e é ferida por uma armadilha da mesma facção porém consegue contornar toda a situação até chegar na localização onde Abby se encontrava, presa em uma cruz à beira da morte após tentar escapar.

Neste momento por um curto momento da a entender de que Ellie mudou o pensamento da vingança após soltar Abby da cruz e ela ir correndo salvar Lev e deixar os dois embarcarem em um barco à remo porém após relembrar de tudo que Abby faz ela a chama para um batalha final onde a mesma recusa, então Ellie coloca uma faca no pescoço de Lev e ameaça mata-lo caso a batalha final não ocorra.

Controlando Ellie, vemos um combate de duas personagens em completa exaustão, e no seu limite. Ambas gostariam de viver suas vidas, porém a vingança levou ambas até esse momento. Ellie corta Abby em diversos lugares, chegando a perfurar seu ombro. Abby, sendo afogada por Ellie, no desespero arranca dois dedos de Ellie com uma mordida.

A briga acaba quando Ellie está prestes a matar Abby afogada, porém com um flashback de Joel ela desiste. Dizendo para sua inimiga, aos prantos, seguir sua vida.

Quando retorna a Wyoming, Dina não está mais lá, porém deixou os pertences de Ellie, incluindo o violão que ganhou de Joel, no qual ela não pode mais tocar por conta de seus dedos perdidos.

Outro flashback com Joel acontece, agora mostrando a cena completa do evento que impactou a mente de Ellie na praia. Joel e Ellie finalmente começam a reconciliar suas queixas em uma troca emocional onde Joel disse que salvaria Ellie novamente se os eventos do primeiro jogo acontecessem novamente. Ellie diz que não sabe se poderia perdoá-lo, mas que gostaria de tentar e, depois de um breve momento, a cena termina.

A cena do presente se encerra com Ellie deixando a casa e tomando um rumo de sua vida.

Acessibilidade:

The Last of Us Parte II possui mais de 60 configurações de acessibilidade, com opções expandidas com foco em audição e habilidade motora, além de novidades que beneficiam jogadores cegos ou com baixa visão. Encorajamos todos a aproveitarem essas opções para criar uma experiência de jogabilidade que se encaixa perfeitamente. Caso queira saber mais sobre a acessibilidade do jogo confira nossa matéria sobre.

Gráficos:

Sete anos depois o ódio está nas mãos de Ellie, a protagonista principal de The Last of Us Parte II. Confira a review completa com spoilers do jogo.

Foto capturada em um PlayStation 4 Slim.

Rodando em um PlayStation 4 Slim, The Last of Us Parte II é capaz de apresentar o melhor ou um dos melhores gráficos da atual geração de consoles onde podemos ver reflexos, sombras, iluminação, texturas e muito mais da maior qualidade possível. Do início ao fim os gráficos de The Last of Us Parte II te deixará deslumbrado e em todo o momento pensando em como será o jogo rodando em um PlayStation 5.

Jogabilidade:

Trazendo a jogabilidade do primeiro jogo porém agora muito mais refinado, The Last of Us Parte II trás a melhor experiência de um jogo de tiro em terceira pessoa que você pode ter, diferente do primeiro jogo, agora com Ellie podemos andar literalmenta em três direções, para frente, para cima ou para baixo. Isso porque caso você queira entrar em uma loja que tem uma porta trancada você pode simplesmente atirar, jogar um tijolo ou até mesmo bater com sua arma branca no vidro da loja e pular para dentro do estabelecimento.

Além disso algo que nos questionamos e muito do motivo de não ter no primeiro jogo era a opção de deitar no chão, agora inclusa no jogo não só para passarmos por lugares apertados que nos dão o rumo da história ou até mesmo de coisas opcionais mas também para podermos nos esconder de inimigos em gramados.

Retomando na direção de seguir em frente agora podemos nos estreitar para passar em vãos apertados já que Ellie diferentemente de Joel, é pequena.

No jogo anterior haviamos a opção de dar o famoso “pézinho” para subir em lugar altos assim como em The Last of Us Parte II, porém uma nova mecânica que amplia a complexidade da verticalidade é o uso de cordas para descer e subir em lugares ou até mesmo se balançar para se atirar em lugares mais longes.

HUD:

Trazendo uma versão mais limpa e aperfeiçoada da HUD presente no primeiro jogo, The Last of Us Parte II aprimora tudo o que havia de presente na HUD anterior, seja técnicamente ou visualmente deixando ela muito mais prática, bonita e completa.

Combate:

Sete anos depois o ódio está nas mãos de Ellie, a protagonista principal de The Last of Us Parte II. Confira a review completa com spoilers do jogo.

No fim do primeiro jogo era possível reconhecer uma Ellie mais sanguinária e sem dó de eliminar seus inimigos e isso só aumenta no segundo jogo nos trazendo um combate brutal e agoniante onde podemos estourar qualquer tipo de inimigos como por exemplo os Lobos, Cicatrizes, Infectados ou até mesmo cachorros; dar ataques com sua arma branca e tiros “críticos” onde nosso inimigo irá fraquejar para que podemos finalizar além de em inúmeras cenas termos a oportunidade de ver inúmeras cenas agoniantes e dolorosas sendo algumas delas no início do jogo onde Joel apanha, na cena do teatro onde Abby vai atrás de Ellie e na batalha final do jogo.

Trilha Sonora:

A trilha sonora de The Last of Us Parte II é algo simplesmente impecável, é impossível você jogar e não se arrepiar seja por músicas ambientes para complementar a incrível ambientação do jogo ou músicas onde a Ellie toca em seu violão como a clássica Take on Me da banda A-HA. Além disso também é possível tocar violão manualmente onde você pode escolher livremente os acordes e tocar as notas pelo touchpad de seu controle seja por acorde inteiro ou apenas dedilhando.

Infectados:

The Last of Us Part II Infectado scaled

Além de introduzir os clássicos infectados do jogo original também foi introduzido um novo infectado apelidado de Trôpego onde iremos encontrar em vários pontos da gameplay e teremos longos minutos de combate dependendo da dificuldade que você escolher. Além disso, os infectados também receberam uma melhoria em suas inteligência artificial para serem mais inteligentes e mortais.

Veredito

The Last of Us Parte II é um jogo que toca não toca no coração, e sim na alma. Diferente do primeiro jogo, a ambição aqui é muito maior, seja no seu vasto mundo, nos incríveis gráficos ou então na sua história ambiciosa onde podemos ver a morte de personagens queridos pelo público e um aprendizado de Ellie e Abby através da consequência de suas ações. Podemos sentir a cada momento a tensão dos personagens através das incríveis expressões faciais inclusas no jogo e da imersiva trilha sonora que a Naughty Dog soube oferecer para seu público.

The Last of Us Parte II já está disponível, exclusivamente para PlayStation 4. ATENÇÃO: NÃO RECEBEMOS NADA PARA REALIZAR ESSA REVIEW, O JOGO FOI COMPRADO PELA EQUIPE DA NERDS DA GALÁXIA, JOGADO E ANALISADO COM TOTAL CARINHO E DEDICAÇÃO! TUDO PRESENTE NESSA REVIEW É DE OPINIÃO PRÓPRIA.

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