MAMONAS ASSASSINAS – O Filme (2023) | Cinebiografia conquista pela nostalgia e diversão da maior banda nacional dos anos 1990
“ATENÇÃO, CREUZEBEK. AO TOQUE DE QUATRO ‘JÁ VAI’. JÁ, JÁ, JÁ, JÁ VAI!“
Eu acredito que seja difícil algum brasileiro não conhecer a banda “Mamonas Assassinas“, mesmo vinte e tantos anos depois da sua popularidade nos anos 1990. Entretanto, nunca se sabe… para aqueles que ainda não os conhecem, “Mamonas Assassinas” foi uma banda brasileira de rock cômico que teve um grande sucesso, porém meteórico, com pouco menos de um ano (de junho de 1995 a março de 1996) quando o grupo foi vítima de um acidente aéreo sobre a Serra da Cantareira, que ocasionou a morte de todos os seus integrantes e uma grande comoção nacional.
Bom, agora que todos conhecem a banda, podemos falar da cinebiografia sobre a vida e a carreira de Dinho, Bento, Júlio, Sérgio e Samuel, que chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira (28 de dezembro), sob direção de Edson Spinello (“Amor e Intrigas“) e com Ruy Brissac (“O Musical Mamonas“), Rhener Freitas (“Efeito Dominó“), Adriano Tunes (“Home Office“), Beto Hinoto (sobrinho de Bento) e Robson Lima (“Grease – O Musical“) no elenco. Será que o resultado é positivo? Confira na crítica abaixo:
Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência ao assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta e/ou uma resposta definitiva para a sua dúvida sobre assistir ou não à obra. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores e desenvolver sua formação de opinião. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.
Conforme a sinopse, “Mamonas Assassinas – O Filme” acompanha a trajetória de Dinho, Bento, Júlio, Sérgio e Samuel que, juntos, formaram um grupo inesperado e inicialmente desacreditado pelo grande público, “Mamonas Assassinas”. Provando-se um sucesso estrondoso em um curtíssimo espaço de tempo, o quinteto precisou de muitas tentativas frustradas para conseguir mostrar que podia ser a próxima grande banda do Brasil.
Uma das primeiras informações liberadas a respeito de “Mamonas Assassinas – O Filme” foi a de que o longa seria uma cinebiografia fiel à essência da banda, formada em Guarulhos, para trazer, não apenas, o fator nostalgia, mas também a identidade que Dinho, Bento, Júlio, Sérgio e Samuel passaram na época. O que posso afirmar ter sido uma ótima decisão, tornando-se capaz de criar uma sensação mais pessoal e uma ligação mais profunda tanto com o público que acompanhou a trajetória na década de 1990, quanto com as novas gerações que cresceram escutando as músicas de carisma inigualável, e quem sabe tentar criar uma nova legião de admiradores a partir dessa história.
O diretor Edson Spinello foi escolhido para comandar o “Mamonas Assassinas – O Filme” e ele entrega uma direção um tanto inconsistente. Com a maioria das vezes se mantendo inspirado (como nas partes musicais), ele consegue criar cenas impressionantes com ângulos e movimentos de câmeras inventivos através da boa direção de fotografia que se harmoniza com a essência da banda. Porém, o que prejudica é quando Spinello se torna mais mecânico em certas seções dramáticas, que não condiz com a narrativa e não consegue criar um verdadeiro impacto por ter uma carga artificial. Assim como a edição de Rodrigo Daniel Melo (“Crô em Família“), que contém “time skips” exagerados e uma estranha montagem de cenas, afetando todo o ritmo do longa.
Agora, sobre as músicas da banda em “Mamonas Assassinas – O Filme“, elas continuam fantásticas e eu adorei a ideia de regravá-las (pelo próprio elenco) para usufruir da potência do sistema de som 5.1 e também para colocar mais autenticidade no filme, capaz de fazer qualquer pessoa cantar até cansar.
Falando do elenco, os atores estão bem em seus papéis. Conseguindo transmitir carisma, afeto, empatia e outras emoções e sentimentos, com destaque para Ruy Brissac como Dinho, que se entregou de forma impecável e entendeu o que o personagem precisa ser para essa história, construindo uma sinergia atraente com o resto do elenco e sendo a melhor parte do filme. Porém, o Beto Hinoto, que faz o Bento (o seu tio na vida real) foi totalmente escanteado, sendo resumido a uma mera participação especial com uma ou duas pequenas linhas de diálogo.
Para imaginar uma história circunstancial em torno da carreira efêmera de Dinho, Bento, Júlio, Sérgio e Samuel, o roteirista Carlos Lombardi (“Malhação 1997“), ao lado de Carlos Amorim (“Fantástico“), escreveu um roteiro simples e no padrão de cinebiografias tradicionais, mostrando as diferentes fases da banda com uma narrativa contínua, desde o começo com os integrantes se conhecendo sob o nome “Utopia“, até em seus últimos dias como “Mamonas Assassinas“. O que permitiu “Mamonas Assassinas – O Filme” contar uma história muito boa e muito divertida sobre perseverança, amizade e triunfo do espírito humano bem solar, de cores vivas e cheio de boas energias para aproveitar todos os momentos possíveis desta jornada cheia de homenagens e nostalgia.
No entanto, os problemas em “Mamonas Assassinas – O Filme” começam a surgir com os erros de tom e ritmo, bem semelhantes aos problemas explicados sobre a direção e a edição, e com uma construção de rumos facilitados com arcos extremamente fúteis que tomaram proporções absurdas e certas situações ou diálogos que foram inseridos de uma forma nada orgânica. E por fim, com sequências subdesenvolvidas, expositivas.
Não tem como negar que “Mamonas Assassinas – O Filme” é um excelente filme para os admiradores da banda e um bom filme para aqueles que vão assisti-lo somente por puro entretenimento. E por mais que não seja perfeito, – falha ao criar rumos facilitados com inserções nada orgânicas e arcos fúteis, problemas com tom e ritmo e conter sequências subdesenvolvidas e expositivas, ele se beneficia com atuação de Ruy Brissac que se entregou de forma impecável permitiu que o roteiro fluísse bem, mesmo com ressalvas, com uma bela história sobre perseverança, amizade e triunfo do espírito humano.
Mamonas Assassinas – O Filme estreia na próxima quinta-feira (28 de dezembro de 2023) nos cinemas brasileiros e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre o filme.
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Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.
Mamonas Assassinas - O Filme
Mamonas Assassinas - O Filme acompanha a trajetória de Dinho, Bento, Júlio, Sérgio e Samuel que, juntos, formaram um grupo inesperado e inicialmente desacreditado pelo grande público, "Mamonas Assassinas". Provando-se um sucesso estrondoso em um curtíssimo espaço de tempo, o quinteto precisou de muitas tentativas frustradas para conseguir mostrar que podia ser a próxima grande banda do Brasil.