As Tartarugas Ninja: Caos Mutante (2023) – Nova animação combina um quarteto carismático e comédia afiada com animação digna de AranhaVerso
COWABUNGA!
As Tartarugas Ninja é uma daquelas franquias que dificilmente alguém não gosta. São tartarugas adolescentes, mutantes e ninjas que gostam de pizza e moram em um esgoto com o seu pai-rato enquanto batalham contra alienígenas e grandes corporações. Porém, o que podemos fazer ou falar quando o assunto essa franquia que sofreu com várias curvas erradas na tela grande desde “As Tartarugas Ninja II – O Segredo do Ooze”, não é mesmo? Os personagens foram criadas em 1984 com HQs para maiores, mas o sucesso veio graças a série animada de 1987, que deu origem a pegada mais infantil para as tartarugas. Mas confesso que esqueci de mencionar o novo filme deles quando escrevi isso na crítica de “Através do AranhaVerso“:
“Algo no multiverso mudou quando “AranhaVerso” foi lançado nos cinemas. Ninguém poderia prever seu impacto nos filmes de super-heróis, e muito menos nos filmes em animação… Grandes estúdios como DreamWorks e Disney pegaram a ideia e colocaram o realismo na gaveta, começando a fazer animações no estilo ‘2D-3D estilizada‘“.
E quase quatro décadas depois de sua criação, o encanto por Michelangelo, Donatello, Raphael e Leonardo ficou abalado, em parte graças à sucessão de mãos erradas que tentaram diferentes abordagens a partir de uma mesma premissa (Sim. Eu estou falando de você, Michael Bay). Será que Seth Rogen, o mais recente elo dessa linha de sucessão, conseguiu um resultado tão positivo que justifique “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, a nova aventura dos quatro irmãos contra as forças das trevas que estreia nos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira (31 de agosto)? Confira a resposta abaixo:
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Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.
“Heroes in a Half-shell, Turtle Power!”
“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” conta uma aventura repaginada de Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello, que após serem expostos a uma substância radioativa, tornam-se quatro tartarugas mutantes, criados por um rato afetado pela mesma substância chamado Splinter, que decidiu cuidar deles não apenas como pai, mas como mentor e professor de artes marciais. E agora, cansados de viverem nas sombras, os irmãos se tornam os protetores de Nova York, lutando contra as ameaças de uma gangue de mutantes, comandada pelo Super-Mosca.
As primeiras informações liberadas a respeito de “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” foram que o longa seria uma adaptação atualizada do universo criado por Peter Laird e Kevin Eastman, com uma nova representação das quatro tartarugas como adolescentes dos dias atuais (bem como a geração Z), e também que “Caos Mutante” teria uma animação no estilo da tendência iniciada por “AranhaVerso” com uma mistura de 2D-3D muito estilizado. Ótima decisão para criar uma expectativa, além de tentar trazer novidades e boas escolhas para essa história. Afinal de contas, as Tartarugas Ninja não tiveram muita sorte nas telonas e essa oportunidade elas precisam de um grande acerto.
A Paramount Pictures, Nickelodeon Movies e Seth Rogen, o produtor/roteirista, chamaram Jeff Rowe (“A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas”) para comandar “Caos Mutante” e felizmente, ele entrega uma direção capaz de criar momentos de diversão, emoção e ação frenética em meio a cenas impressionantes com um excelente tratamento da animação por traços belos, únicos e uma explosão de cores vivas, utilizando ângulos e movimentos de câmeras inventivos e energéticos de tirar o fôlego com a sensacional composição artística de Kent Seki (“Homem de Ferro”) e a edição de Greg Levitan (“Looney Tunes: De Volta à Ação”), mas o que prejudica é a trilha sonora nada evolvente de Trent Reznor e Atticus Ross (responsáveis por “A Rede Social”).
(É importante frisar que não estou falando de músicas licenciadas, como a icônica “Go Ninja, Go” e outras músicas consagradas dos anos 1980, mas sim da trilha original composta para o filme.)
A Nerds da Galáxia foi convidada para assistir à versão dublada em português de “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, com isso, os atores do elenco de dublagem estão bem em seus respectivos papeis. Todos conseguem transmitir, seja individualmente ou em conjunto, carisma, afeto, empatia e realmente entendem o que os personagens precisam ser para essa história, com destaque para Rodrigo Ribeiro vivendo o Leonardo, Victor Hugo Fernandes como Raphael, Enzo Dannemann emprestando a voz para Michelangelo e Arthur Carneiro sendo Donatello por se entregarem aos personagens de uma forma impecável com uma dinâmica e uma sinergia interessante. Enquanto Jorge Lucas sendo o Super-Mosca que certamente está se divertindo muito sendo a voz brasileira de Ice Cube mais uma vez.
Agora, para imaginar uma história circunstancial em torno da repaginação dos quatro irmãos em “Caos Mutante”, Seth Rogen, ao lado de Evan Goldberg (“Superbad – É Hoje”), Dan Hernández e Benji Samit (“Pokémon: Detetive Pikachu”), recebeu a tarefa de escrever um roteiro simples, mas original, que se permita ser divertido e repleto de ação frenética com uma narrativa bem conduzida, especialmente quando combinada com a sua capacidade de dialogar com o público por meio seções sobre família e inclusão, o faz os espectadores se conectarem com história a partir da construção dos personagens e do bom trabalho ao tratar de seus dilemas. Apesar de qualidades majoritárias, a história costuma tomar rumos facilitados com sequências repetitivas e algumas repaginações de personagens questionáveis.
Não tem como negar que “As Tartarugas Ninja: Caos Mutante”, novo filme em animação da Paramount Pictures e Nickelodeon Movies, responde à pergunta no início da crítica de uma forma bem positiva, sendo um excelente filme, tanto para os admiradores do subgênero quanto para aqueles que vão assisti-lo somente por puro entretenimento. E por mais que não seja perfeito, – falha ao tomar rumos facilitados com sequências repetitivas e repaginações questionáveis, ele se beneficia com a direção impressionante de Rowe além de belas atuações dos dubladores brasileiros de Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello que têm uma excelente dinâmica que permite o roteiro de Rogen fluir em uma história divertida, repleta de ação frenética e cheia de seções sobre família e inclusão.
“Caos Mutante” contém uma cena entre-créditos, que dá pistas para a participação de um clássico vilão nas próximas continuações.
“As Tartarugas Ninja: Caos Mutante” estreia na próxima quinta-feira, 31 de agosto, nos cinemas brasileiros e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre o filme.
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Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.
As Tartarugas Ninja: Caos Mutante
"As Tartarugas Ninja: Caos Mutante" conta uma aventura repaginada de Leonardo, Raphael, Michelangelo e Donatello, que após serem expostos a uma substância radioativa, tornam-se quatro tartarugas mutantes, criados por um rato afetado pela mesma substância chamado Splinter, que decidiu cuidar deles não apenas como pai, mas como mentor e professor de artes marciais. E agora, cansados de viverem nas sombras, os irmãos se tornam os protetores de Nova York, lutando contra as ameaças de uma gangue de mutantes, comandada pelo Super-Mosca.