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Need for Speed Unbound | Review

Me recordo com muito carinho de uma das minhas primeiras reviews, não só na Nerds da Galáxia, mas durante a minha atual jornada como jornalista.

Foi durante 2019, quando fomos agraciados com Need for Speed Heat, até então desenvolvido pela Ghost Games, que fez Need for Speed Rivals, Need for Speed (2015), Need for Speed Payback, e claro, Need for Speed Heat.

A Ghost Games foi fundada em 2011, com o nome de EA Gothenburg, e teria como o propósito desenvolver jogos na Frostbite Engine, conhecida pela franquia Battlefield e FIFA. Entretanto, em apenas um ano de vida, ela foi rebatizada para Ghost Games, assumindo então Need for Speed, na época da Black Box e Criterion.

Infelizmente, devido aos muitos fracassos com a franquia Need for Speed, a Ghost Games foi dissolvida, com cerca de 150 funcionários remanejados para a Criterion Games, e cerca de 55 funcionários continuaram no estúdio, que foi novamente renomeado para EA Gothenburg, para dar suporte à Frostbite.

ATENÇÃO: Não há spoilers significativos de Need for Speed Unbound ao decorrer deste texto.

A redenção da EA em Need for Speed Heat

Durante minha review de Need for Speed Heat, eu cravei que Heat era a redenção da EA, visto que os últimos jogos da franquia haviam sido um tanto quanto… horrorosos. Bem, eu não estava errado naquele ponto do campeonato.

Mas será que a redenção ficou estagnada em Need for Speed Heat, ou ela evoluiu até Need for Speed Unbound, agora desenvolvido pela Criterion Games? É até esse ponto em que quero chegar.

O datado e prazeroso mundo aberto de Need for Speed Unbound

Muito se fala da fórmula Ubisoft para os jogos de mundo aberto da atualidade, com pontos de sincronização – sejam para fast travel, ou como espécie de checkpoint –, vários itens colecionáveis que no fim das contas não servem para nada, e é claro, várias missões.

Bem, Need for Speed Unbound acaba não saindo desse molde, e nem trazendo nada de novo até ele, mas sinceramente, eu fiz mais de cem horas em Assassin”s Creed Valhalla, tal como sua platina, talvez eu seja um tanto quanto suspeito para analisar esse quesito.

Definitivamente o mundo aberto de Unbound não inova, e nem renova, mas ele consegue te dar o prazer do que é viver a vida perigosamente em alta velocidade, desde carros de menor expressão, como um Golf GTI, até mesmo uma Lamborghini Murciélago lindíssima e que transmite a real sensação de velocidade.

Gameplay de milhões e narrativa de centavos

A gameplay de Need for Speed na sua melhor forma

Não sei se chega a ser unânime, mas é de fácil entendimento que a gameplay da franquia Need for Speed nunca chegou a decair ao longo dos anos, jogo após jogo.

Houveram algumas divergências entre os fãs e as escolhas que os estúdios tomaram quando se trata das mecânicas de gameplay, tendo como maior exemplo o que aconteceu em Need for Speed Payback, onde havia um pífio sistema de cartas.

Entretanto, Need for Speed Unbound resgata tudo de bom visto anteriormente na franquia Need for Speed, e não só lá, mas também na franquia Burnout, desenvolvida pela Criterion Games, agora com NFS nas mangas.

Narrativa com fraca objetividade

Muitos elogiavam a vibe que Need for Speed (2015) transmitia para os jogadores, muito por se passar apenas durante a noite. Isso acabou mudando em Need for Speed Payback e Heat, e bem, a mudança fez parte em Need for Speed Unbound.

Um ciclo de dia e noite está presente no jogo, mas não da forma que você espera que seja, e curiosamente, o quanto isso impacta e faz com que a narrativa do jogo não seja a melhor possível é um tanto quanto bizarro.

O prólogo de Need for Speed Unbound se passa dois anos antes do período em que realmente desfrutamos da velocidade e das perseguições policiais, período esse em que acaba durando apenas um mês ao decorrer da narrativa.

Mas não se empolgue, é um mês da forma mais maçante possível, onde há apenas quatro cutscenes de história, que vamos de encontro apenas no último dia de cada semana.

Para passar um dia, você deve correr pelo menos uma corrida durante o dia, então retornar até a sua garagem e fazer o mesmo durante a noite, dessa forma, passando para o próximo dia.

Você deve repetir esse ciclo por todos os dias da semana, até o último, onde você precisará ter atingido os requisitos para fazer uma das quatro partes do grande evento, normalmente exigindo uma quantia X de dinheiro, e um carro de potência Y.

Por mais clichê que seja a história, ela ainda tem algo a se interessar, um plot por descobrir – por mais que seja previsível –, e personagens carismáticos a apresentar, mas que com a pequena quantidade de história que o jogo nos apresenta, acaba ficando apenas de pano de fundo.

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A má utilização do astro

Desde os vazamentos do jogo já havia algo que os fãs desejavam: Conhecer A$AP Rocky em Need for Speed Unbound.

Sim, é real, A$AP Rocky está no jogo, não só ele como o seu icônico Mercedes-Benz 190E Evolution II, mas infelizmente, não da melhor forma possível.

Quando foi realmente confirmado pela Criterion Games e EA Games a participação de A$AP Rocky, imaginei vê-lo fazendo parte da narrativa, sendo alguém a ser batido nas corridas e até mesmo o grande vilão do jogo, mas bem, ele apenas é organizador de alguns confrontos de drift, e aparece em corridas de sprint do Rank S+.

A sua representação no jogo é maravilhosa, tanto no visual do personagem como no seu icônico carro, que até temos o prazer de dirigir em um momento específico do jogo, mas que fica praticamente por aí.

Pelo menos, é claro que A$AP Rocky é um dos principais nomes na FANTÁSTICA trilha sonora de Need for Speed Unbound.

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Imagem: The Loadout

Vale a pena jogar Need for Speed Unbound?

Sim, eu sei que até esse momento da review, não pareceu ter muitos pontos positivos no jogo, mas na verdade, tem.

Eu sou um tanto quanto suspeito pra falar de jogos assim, não necessariamente de jogos de corrida, mas de jogos de mundo aberto. Eu gosto da tal fórmula de checar todos os “?” pelo mapa, pegar os pontos de controle e concluir missões secundárias.

Há algumas missões secundárias em Need for Speed Unbound, por mais que estejam um pouco mais discretas, e o mesmo se referem aos pontos de fast travel, que até é presente no jogo, mas apenas quando você não está carregando dinheiro com si, sendo possível apenas de uma oficina até outra.

A sensação de velocidade, e até mesmo a dificuldade de fugir da polícia, é muito maior do que em qualquer antecessor à Unbound, fazendo com que eu acredite que esse seja o jogo da franquia com a melhor inteligência artificial, o melhor visual, e o melhor gameplay.

A personalização dos veículos talvez é algo que poderia ser melhorado, mas que acabou não me incomodando já que eu corri com o mesmo veículo em 90% das corridas do jogo, trocando apenas quando a corrida me exigia um carro de categoria inferior.

A trilha sonora é indiscutivelmente sensacional, com nomes como A$AP Rocky, Diplo, Tropkillaz, Clau, Rosalía e muito mais.

Já sobre o “vale ou não a pena comprar”, particularmente também sou suspeito de dizer se o jogo vale ou não o valor proposto pela empresa nas plataformas, até porque sou totalmente contra o atual valor de qualquer jogo “Triple-A” que está chegando no mercado, mas, uma coisa eu posso dizer: A minha experiência foi a melhor possível, e a necessidade da velocidade entrava na minha mente todas as vezes que eu deitava na minha cama.

Need for Speed Unbound já está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC. Nossa review foi realizada na versão de PlayStation 5.

Agradecimento especial à equipe da Electronic Arts Brasil e Milenium Group, que cedeu gratuitamente a chave de Need for Speed Unbound para review.

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Need for Speed Unbound

8

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