A MALDIÇÃO DO QUEEN MARY (2023) – Novo filme de terror com navio assombrado se desenrola em duas linhas do tempo subdesenvolvidas e confusas

Durante a Segunda Guerra Mundial, O RMS Queen Mary (1936 – 1967) foi utilizado para transportar milhares de soldados americanos para combater as tropas do Eixo, que dominavam a França e outros países europeus. Um fato que, obviamente, selou o destino de muitos soldados, inclusive daqueles que sequer desceram em terra firme. Hoje aposentado, o RMS Queen Mary, que ganhou a fama de mal-assombrado, está aberto como atração turística em Long Beach, California, onde várias pessoas afirmam que sentiram a presença de entidades habitando o navio.

E é sobre esses e outros relatos sobrenaturais que “A Maldição do Queen Mary“, novo filme de terror dirigido por Gary Shore (“Drácula: A História Nunca Contada“), que estreará nesta quinta-feira (14 de dezembro de 2023) e estrelado por Wil Coban (“Rei Arthur: A Lenda da Espada“), Alice Eve (“Além da Escuridão: Star Trek“), Dorian Lough (“Um Lugar Chamado Notting Hill“), Jim Piddock (“Independence Day“) e Joel Fry (“Cruella“) quer nos mostrar. Será que o resultado é positivo? Confira na crítica abaixo:

Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência ao assistir ao filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta e/ou uma resposta definitiva para a sua dúvida sobre assistir ou não à obra. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores e desenvolver sua formação de opinião. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.

Conforme a sinopse, “A Maldição do Queen Mary” mostra a história da dupla de fotógrafos Anne e Patrick que, acompanhados de seu filho, embarcam em um luxuoso navio conhecido como RMS Queen Mary. Porém, esperando uma viagem divertida em família, não demora até que eles percebam que o icônico navio esconde uma série de segredos extremamente sombrios e violentos, e cada um dos tripulantes será envolvido em seu passado obscuro.

Uma das primeiras informações liberadas a respeito de “A Maldição do Queen Mary” foi a de que o longa seria uma história “levemente” inspirada nos relatos sobrenaturais dos visitantes do RMS Queen Mary misturada com algumas superstições náuticas da época da revolução industrial, talvez na intenção de trazer algo mais palpável atrelado aos acontecimentos sobrenaturais da história, que infelizmente, foi capaz de criar uma sensação confusa e uma ligação mais fraca com um público novo ou com aqueles que já se aventuraram em tramas semelhantes.

A Vertigo Films escolheu o diretor Gary Shore para estar a frente do projeto e comandar o “A Maldição do Queen Mary” e, infelizmente, ele entrega uma direção bem mecânica e não consegue criar cenas realmente marcantes, nem com ajuda da direção de fotografia competente de Isaac Bauman (“Loki – 1ª temporada“) que utiliza ângulos e movimentos de câmeras inventivos e o bom design de produção de Gary Mackay (“Podres de Ricos“). Outras coisas que prejudicam são a trilha sonora genérica composta por Jason e Nolan Livesay (“Desconhecido“) e a edição inconsistente de Colin Campbell (“The Hole in the Ground“), que não entendeu o ponto certo de quando cortar uma cena ou excluir seções que não avançam a história.

Para imaginar uma história inspirada nos relatos dos visitantes do RMS Queen Mary, os roteiristas Stephen Oliver (um roteirista iniciante) e Tom Vaughan (“A Maldição da Casa Winchester“), ao lado de Shore, escreveram um roteiro que certamente precisava de mais revisões, sendo o maior problema do filme. Já que por mais que uma história seja atraente por ser em um ambiente real e histórico, fica difícil aproveitar e comprar a ideia quando a artificialidade ou a confusão narrativa são bem evidentes, com uma má coesão entre as tramas do passado e presente, com sequências repetitivas e sem explicação em meio a inúmeras camadas e subversões desnecessárias que atrapalham e confundem o público para compreender a história.

Graças ao mal cuidado com o roteiro e uma direção mecânica, o enredo também não consegue desenvolver os protagonistas o suficiente para se tornarem minimamente interessantes, os personagens secundários são muito caricatos e sem personalidades e os antagonistas até podem nos deixar curiosos, porém não há espaço de tela para brilharem. Com isso, os atores do elenco não têm conteúdo para desempenharem bem os seus papéis em “A Maldição do Queen Mary” e ninguém transmite, seja individualmente ou em conjunto, carisma, afeto, empatia e outras emoções ou sentimentos.

Não tem como negar que “A Maldição do Queen Mary” é um filme ruim tanto para os admiradores do gênero de terror quanto para aqueles que vão assisti-lo somente por puro entretenimento, falhando ao criar uma confusão narrativa e uma artificialidade na trama. E nem com uma direção de fotografia competente de Isaac Bauman e o bom design de produção de Gary Mackay ele consegue se beneficiar ou aliviar a sua longa, cansativa e amaldiçoada história de uma hora e cinquenta e quatro minutos.

A Maldição do Queen Mary estreia nesta quinta-feira (14 de dezembro de 2023) nos cinemas brasileiros e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre o filme.

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Fabrizio Galluzzi

Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.