Ruim pra Cachorro (2023) – Besteirol canino consegue arrancar risos e constrangimento

O que aconteceria se um cachorro quiser se vingar do dono por tê-lo abandonado?

“Ruim pra Cachorro”, filme de comédia besteirol dirigido por Josh Greenbaum (“Duas Tias Loucas de Férias”) e escrito por Dan Perrault (“Players”), imagina os resultados: uma aventura de road trip com cachorros malucos e festeiros, promovido por um relacionamento abusivo entre um cachorro e seu dono. Em vez de recontar um drama digno de Sessão da Tarde, aqui, a comédia, estrelada por Will Ferrell (“Barbie”) e Jamie Foxx (“Ray”), é uma armadilha perfeita para pais desatentos: os animais são bocas-sujas e tarados, disparando palavrões e se encoxando em tudo que veem pela frente, além de ficar bêbados e ingerir cogumelos alucinógenos. Definitivamente, não é um filme para assistir com as crianças! (Classificação indicativa é para maiores de 16 anos).

Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência em assistir à obra. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a sua dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.

Conforme a sinopse, “Ruim pra Cachorro” acompanha a história de Reggie, um inocente e adorável cachorro abandonado nas ruas por Doug, seu antigo dono. Em sua nova vida, os caminhos do animal e de um grupo de vira-latas liderada por um Boston Terrier acabam se cruzand o, começando uma improvável amizade. Na verdade, ainda vão mais além: os cães se unem para levar Reggie de volta para casa para fazer Doug pagar pelo que fez.

A história de “Ruim pra Cachorro” em si é curiosa. Abordar assuntos tão delicados e complexos quanto relacionamentos tóxicos e violência animal torna a história de Reggie interessante o suficiente para atrair um certo público. E com as primeiras informações liberadas a respeito do longa, que a comédia maluca e escrachada seria abraçada e misturada com uma aventura road trip foi óbvio que seria uma boa decisão para tentar trazer novidades e boas escolhas para essa história.

A Universal Pictures, chamou Josh Greenbaum para comandar “Ruim pra Cachorro” e ele entrega uma direção capaz de criar momentos de diversão e emoção em meio a cenas inventivas remanejadas pela edição competente de David Rennie (“A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos”). Porém, o que prejudica é a série de ângulos e movimentos de câmera básicos planejados pelo compositor artístico Tim Orr (“Dickinson”) e a trilha sonora nada evolvente de Dara Taylor (“Duas Tias Loucas de Férias”).

(É importante frisar que não estou falando de músicas licenciadas, como “Wrecking Ball”, de Miley Cyrus e outras músicas consagradas, mas sim da trilha original composta para o filme.)

Eu fui convidado a assistir à versão dublada em português do Brasil de “Ruim pra Cachorro”, que deu um “sabor” mais especial para a história, com isso os atores (e estrelas convidadas) do elenco de dublagem estão bem em seus respectivos papeis, com destaque para Wendel Bezerra (“Bob Esponja”) vivendo o Border Terrier, Reggie e Wellington Lima (“Dragon Ball Z”) como o Fila, Hunter, por se entregarem aos personagens de uma forma impecável e entenderem o que os personagens precisam ser para essa história.

Agora, os demais personagens do filme que são dublados por humoristas famosos da comédia brasileira, como: o grupo Os 4 Amigos como os Bulldog, Chester; o Rottweiler, Finn; o Poodle, Bubsy e o Bloodhound, Munchkin, Fábio Rabin sendo o Boston Terrier, Bug e Bruna Louise emprestando sua voz para a Pastor Australiano, Maggie. Todos eles fazem um trabalho funcional, embora o brilhantismo fique por conta apenas de Bezerra e Lima.

Agora, para imaginar uma história circunstancial em torno da vingança de Reggie contra Doug, seu antigo dono, o roteirista Dan Perrault escreveu um roteiro simples e nada original para “Ruim pra Cachorro”.

O filme é contado de forma bem direta e só se preocupa em fazer o público rir a qualquer custo, sempre usufruindo de piadas apelativas que em sua maioria são pouco engraçadas, sacrificando um bom ritmo na história e timing cômico adequado para que as boas piadas pudessem ter mais impacto. Isso sem mencionar que a história costuma tomar rumos facilitados com sequências gratuitas, nojentas, constrangedoras e repetitivas sobre órgãos genitais e fezes. Porém, a sua capacidade de dialogar com o público por meio seções sobre amizade, relacionamentos abusivos e violência animal com sensibilidade é honesta, podendo amenizar parte dos problemas.

Não tem como negar que “Ruim pra Cachorro”, novo filme de comédia da Universal Pictures é um filme mediano, tanto para os admiradores da temática quanto para aqueles que vão assisti-lo somente por puro entretenimento. E por mais que não seja perfeito, – falha ao não conseguir contar uma boa comédia sem ser extremamente apelativa, ele se beneficia com a direção competente de Josh Greenbaum, a edição de David Rennie, além de belas atuações de Wendel Bezerra e Wellington Lima, que permite a sua capacidade de dialogar com o público por meio seções sobre amizade, relacionamentos abusivos e violência animal em uma comédia para maiores de idade.

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“Ruim pra Cachorro” estreou na quinta-feira, 28 de setembro, nos cinemas brasileiros e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre o filme.

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Fabrizio Galluzzi

Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.