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The Callisto Protocol | REVIEW

The Callisto Protocol surgiu a algum tempo atrás para suprir os fãs órfão da franquia Dead Space, que por muitos anos ficou esquecida pela EA, e quem melhor para fazer um jogo desses do que o criador de Dead Space? E com essa ideia, The Callisto Protocol, que chamarei apenas de Callisto para ser mais fácil, foi criado e hypado, principalmente por ter envolvimento de uma mente brilhante e o de grandes empresas da indústria como Krafton e Sony.

Apesar de ter como foco explicitamente os fãs de Dead Space, é necessário ter um mínimo de originalidade, e o Callisto peca um pouco nesse sentido pois o jogo se trata de uma mistura de diversos clichês encontrados em outros lugares que forma um produto completo, mas que não alcança com perfeição nenhum dos pontos que o jogo explora. Fique com o trailer abaixo e voltaremos falando um pouco da história do jogo.

The Callisto Protocol – Trailer oficial de revelação de jogabilidade

Antes de falar da história em si, uma coisa que foi uma certa surpresa foram os atores escalados no jogo, que apesar de serem poucos, tem um currículo decente. Jacob, o protagonista do jogo é interpretado pelo ator Joshua Duhamel, que já atuou em diversos filmes e que teve como um dos primeiros papéis mais conhecidos o Major William Lennox em diversos filmes da saga Transformers.

Outra personagem importante no jogo é a Dani, interpretada pela Karen Fukuhara, conhecida pela recente série de sucesso The Boys, onde atua como a Kimiko, e até mesmo a Katana do filme primeiro filme do Esquadrão Suicide, grupo de anti-heróis da DC Comics. E um último ator que acho que vale a pena ser citado é o Sam Witwer, que tem também um bom currículo no cinema como participações na franquia Star Wars, mas também um bom currículo nos videogames atuando nos dois jogos de Star Wars: The Force Unleashed como o aclamado Starkiller e mais recentemente em Days Gone, onde interpreta o Deacon St. John.

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The Callisto Protocol

Dito isso, Callisto possui um elenco competente que possibilitaria uma história com boas atuações, porém, infelizmente não é isso que acontece. Como já falei, o jogo se apropria de muitos clichês presentes em diversas outras histórias já contadas, seja no cinema, TV ou o próprio cinema. Isso tira um pouco da originalidade que as atuações poderiam ter e outra coisa que pesa no não atendimento das expectativas é o fato de que os atores pouco atuam no jogo.

A maior parte do jogo, somente o protagonista fica em tela, tendo interações com outros personagens por meio de conversas de rádio, onde não vemos de fato os atores. Mas quando vemos, visualmente falando é um jogo muito impressionante, os modelos dos personagens são muito bem modelados, com uma fidelidade aos atores originais assustadora.

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The Callisto Protocol

Mas novamente pesa o fato de que eles praticamente não atuam no jogo, e o maior responsável por isso é a própria história do jogo, que se pode dizer que é meia linear demais. O jogo parte do princípio de que o protagonista Jacob, que é um transportador, tem sua nave invadida por “terroristas” ou que causa a sua queda num tipo de planeta presídio. Por razões explicadas no decorrer do jogo, Jacob é preso.

Pouco tempo depois de sua prisão, algo acontece que faz com que o caos ocorra dentro da prisão, e aí temos a principal missão do jogo que temos do início ao fim: escapar do planeta. Os grandes inimigos são algumas criaturas monstruosas, que se apresentam de diferentes maneiras e com diferentes designs, mas que não são tão inspiradas assim. Cada tipo de inimigo, apesar de ter um design diferenciado, não tem muita explicação do porquê de ele ser assim. Na verdade, esse ponto é um que é bem decepcionante em relação ao jogo.

Muita das coisas que são apresentadas no jogo são explicadas no decorrer do jogo, porém, algumas delas simplesmente não são explicadas, são assim porque são. Isso acaba se tornando um pouco decepcionante pois deixa uma sensação de vazio que não é legal, e o pior é quando algumas coisas são explicadas, mas a explicação é tão simples que era melhor ter deixado sem.

Resumo da história: era um jogo promissor no quesito storytelling mas que decepciona em quase todos os sentidos, seja por deixar em aberto muitas coisas que poderiam ser explicadas, por explorar pouco os atores presentes no jogo e por se basear muito em diversos clichês que já vimos em diversas outras mídias do entretenimento. Mas é importante que, apesar disso tudo, a história pode divertir aqueles que buscam apenas uma jogatina, ou mais ou menos…

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The Callisto Protocol

Como funciona a gameplay?

Como sucessor espiritual do Dead Space, The Callisto Protocol é um jogo do gênero Survival Horror com a perspectiva em terceira pessoa. Temos como objetivo entender tudo o que está acontecendo e encontrar uma maneira de deixar aquele planeta, e para isso, teremos que partir em uma jornada dentro da prisão Black Iron, enfrentando todos os desafios que encontramos pelo caminho.

Falando em desafios, quero dizer estritamente os inimigos do jogo, que tem uma função semelhante aos Necromorfos de Dead Space, mas que aqui no Callisto não possuem nenhuma nomenclatura. São alguns os tipos de inimigos que encontramos, que possuem algumas características diferentes, como por exemplos inimigos que possuem ataque de curta distância, outros de longa, um tem a capacidade de ficar invisível, outro tem mais vida, e assim por diante.

Apesar de haver essa variedade de inimigos, é bem pequena essa variação e pesa o fato de que a maneira de lidar com todos eles são exatamente a mesma. A maioria dos inimigos tem a capacidade de, quando feridos, evoluírem para uma forma onde se tornam mais resistentes e poderosos. Quando isso ocorre, apesar de ser com inimigos diferentes, todos acabem se tornando o mesmo tipo de inimigos, diminuindo ainda mais a variedade.

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The Callisto Protocol

No jogo, temos algumas boss fights, porém, sofrem do mesmo problema dos inimigos mais casuais. Tirando uma ou outra luta, em todo o jogo enfrentamos o mesmo inimigo como boss, tendo como única diferença o cenário onde eles se encontram. E novamente, a maneira de derrotar os inimigos é a mesma que em todas as outras vezes anteriores. Mas como os derrotamos?

Para enfrentar os inimigos temos ataques de curto e longo alcance. Falando nos ataques de curto alcance, temos o bastão de choque, que nos possibilita inicialmente um único tipo de ataque, mas que pode ser aprimorado possibilitando novos tipos. Mas somente atacar não é suficiente para derrotar os inimigos, pois eles têm a capacidade de se defender dos ataques e contra-atacar. Uma coisa que pode também ser citada é que os inimigos podem ser desmembrados, e isso gera diferentes tipos de ataques por parte deles, em alguns casos, o tornando ainda mais perigosos.

Os ataques dos inimigos causam um dano considerável, então é de extrema importância evitá-los, e para isso, existem duas maneiras de se fazer: se defender ou desviar. Independente da maneira de preferência, o modo de fazê-la é muito semelhante. Utilizamos o analógico esquerdo para as duas ações, ao mexer o analógico horizontalmente, desviamos de golpes de acordo com a direção do ataque e seleção do jogador. Ao mexer o analógico para baixo, realizamos a defesa.

É uma maneira diferenciada de realizar a defesa/desvio, novamente não é tão original pois encontramos a mesma feature em outros jogos, mas não deixa de ser diferenciada. O problema é que demora muito para pegar o ritmo correto e algumas vezes mesmo fazendo no tempo certo, acabamos levando o golpe, o que acaba sendo bem chato.

É possível remediar a situação com algumas opções de acessibilidade presentes no jogo, e uma delas é relacionada aos desvios que se tornam mais fáceis de serem realizados. Existem outras opções de acessibilidade para aqueles que possuem dificuldades visuais, bem simples, mas importante de se estar presente.

Além do bastão de choque, temos mais seis tipos de armas de médio e longo alcance, sendo cada uma delas armas de fogo. Diferente do bastão, cada uma delas tem suas próprias características e diferenças, seja no design, tipo de tiro, quantidade de munição, tempo de recarga, entre outros. As marcas são umas das poucas coisas que de fato tem variedade no jogo, cada uma delas utilizando um tipo de munição diferente.

Em relação aos cenários do jogo, temos cenários totalmente lineares, que possibilitam uma exploração muito limitada. Diferente do que ocorre com a franquia Resident Evil, Callisto não tem nenhum fator replay, então basicamente jogamos uma vez e não temos mais por que jogar novamente, a menos que queira testar suas habilidades com níveis de dificuldade.

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The Callisto Protocol

Visualmente impressionante

Se tem algo que o Callisto se destaca, é na parte visual. Como já dito, o modelo dos personagens é muito parecido com os atores que eles se baseiam. Esse cuidado se reflete também na ambientação do jogo. Apesar de não possuir muitas variações, sendo basicamente dois os tipos de cenários que atravessamos, toda ambientação é muito bem trabalhada e detalhada.

Os inimigos, apesar de serem pouco inspirados, como já dito, tem um visual atrativo, mas que parecem ser bem deslocados por serem bem diferentes um do outro, o que não faz muito sentido se levarmos em consideração sua origem explicada no jogo. Apesar dos problemas, o visual do jogo não é um deles.

A trilha sonora também é bem simples, passando despercebida na maior parte do tempo, e isso pode ser tanto algo positivo quanto negativo. Ou foi tão bom a ponto de estar em perfeita harmonia com os outros elementos do jogo ou é tão ruim que não foi percebida. Mas sendo sincero, acredito que seja a primeira opção.

Se você já jogou Dead Space, vai encontrar uma UI (user interface) muito semelhante com o jogo da EA, tanto a interface da vida, que está inclusa direto no personagem do jogo, quanto nos menus que são como janelas voadoras, assim como em DS. É possível dizer que The Callisto Protocol seja o melhor Dead Space desde o Dead Space, porém, é valido dizer que não tivemos muitos competidores nessa equação.

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The Callisto Protocol

Vale a pena?

E ao final de tudo, acredito que temos em mão um jogo bem mediano, que vai trazer algumas poucas horas de diversão, mas que recomendo esperar uma promoção antes de pegar. Vale também levar em consideração que grande parte das versões do jogo possuem alguns problemas de performance, com exceção da versão de PlayStation que até o momento é o melhor lugar para se jogar.

Porém, grande parte dos problemas já foram resolvidos por meio de atualizações, que mais para frente acredito que terá resolvido todos os problemas. Seu alto preço também é um ponto impeditivo, mas o jogo é sim divertido, com muitos problemas, mas que alcança seu objetivo que é divertir.

Sendo o primeiro jogo da Striking Distance, é possível que a empresa cresça ainda mais em futuros projetos. É um estúdio promissor, que com o orçamento necessário, pode trazer coisas muito grandes futuramente, vale a pena ficar de olho também.

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The Callisto Protocol

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