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Halloween Ends – Crítica

O Bicho-Papão vai te pegar em Halloween Ends!

Em 1978, o “Halloween de John Carpenter lançou as bases para uma das franquias de terror mais amadas de todos os tempos. Desde então, foram 12 filmes, três linhas do tempo diferentes e um filme de antologia esquecido no churrasco. Embora nem todos sejam ótimos, eles estão sempre na discussão da cultura pop. Quando David Gordon Green e Blumhouse reiniciaram a franquia mais uma vez em 2018, todas as sequências da franquia foram eliminadas do folclore, fazendo com que “Halloween” de 2018 e “Halloween Kills” de 2021 se tornassem uma sequência direta do clássico imortal de 78. 

Em junho de 2018, Danny McBride confirmou que ele e David Gordon Green originalmente pretendiam lançar dois filmes que seriam filmados consecutivamente e depois decidiram contra, esperando para ver a reação ao primeiro filme. foi então, em julho de 2019, McBride informou que um segundo filme estava em desenvolvimento simultaneamente com um terceiro e Green retornaria como diretor.

Mas devido à pandemia do COVID-19, a Universal Pictures mudou as datas e “Halloween Ends” teve a data remarcada para esta quinta-feira, 13 de outubro e nós, do Nerds da Galáxia, fomos convidados para conferir o filme. Confira a crítica:

“Halloween Ends”: Trailer Final no YouTube da Universal Pictures Brasil.

Nota: Está é uma crítica sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência ao assistir o filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta ou uma resposta definitiva para a dúvida de assistir ao filme ou não. Sempre priorize em ver para estimular o cinema.

Sinopse: Quatro anos após os eventos de “Halloween Kills“, Laurie agora vive com sua neta Allyson e está terminando seu livro de memórias. Michael Myers nunca mais foi visto. Depois de permitir que a sombra de Michael pairasse ao longo de sua existência por décadas, ela finalmente decidiu se libertar do medo e da raiva e se voltar para a vida. Só que quando um jovem, Corey Cunningham, é acusado de ter assassinado um menino de quem cuidava, uma onda de terror e violência pairam sobre a cidade, forçando Laurie a se juntar com outras pessoas para combater o mal. Mas dessa vez, Laurie terá de lidar com Myers e acabar com ele, de uma vez por todas.

Enquanto aprecio os temas de “Halloween” lançado em 2018, que giram em torno de traumas e questões mal resolvidas, eu me vi revirando os olhos para o desenvolvimento de alguns personagens neste longa (estou olhando para vocês, Dr. Sartain e chefe de polícia com chapéu de caubói). À medida que a parte do meio da trilogia de Green, “Halloween Kills“, chega, é revigorante ver que a visão de Green sobre os traumas continua enquanto explora os aspectos sombrios da mentalidade humana, mas abala ao vemos a quantidade de personagens sem desenvolvimento e subtramas desnecessárias.

Halloween Ends.
“Halloween Ends” – Imagem: Divulgação/Blumhouse.

A ideia de David Gordon Green e da Blumhouse era de fazer uma trilogia de encerramento para a história de Laurie Strode e de Michael Myers de uma forma digna e aqui começo com um questionamento: para que complicar tanto algo que nasceu de uma ideia simples?

Para transmitir a tensão e o pavor em “Halloween Ends”, David Gordon Green tem uma direção solida e utiliza uma série de ângulos e movimentos de câmera já consolidados na franquia e no subgênero. Movendo lentamente a câmera pelo cenário, gravando com takes longos, close-ups invasivos nos rostos dos personagens enquanto mostra o que está no fundo e uma montagem para proporcionar um tom ameaçador. O design de produção minimalista concentra-se no estado mental e no dia-a-dia de seus personagens, assim como foi feito em outros filmes da saga. O design de som e a música são sensacionais e tão enervantes quanto as cenas gráficas da morte, que seguem o seu antecessor sendo feitas aos montes e sem nenhum susto.

Assim como em “Halloween” de 2018, Green escolheu focar e detalhar a narrativa de “Ends” em torno de sua protagonista, Laurie Strode, com histórias de fundo e vislumbres dos relacionamentos com sua neta, Allyson, seus amigos, Lindsey e o policial Frank e, obviamente, seu confronto com “The Shape“. Uma excelente escolha. Essa ideia foi deixada de lado em “Kills” para dar espaço à histeria dos moradores de Haddonfield, trazendo uma carga superficial na história e aqui eles corrigem isso.A complexidade criada para Laurie é cativante graças à boa performance Jamie Lee Curtis desde o filme de 2018 e ao roteiro de Danny McBride, continuando com as questões mentais em relação ao Michael Myers que se encerram de forma digna.

trailer halloween ends
“Halloween Ends” – Imagem: Reprodução/Blumhouse.

Enquanto Laurie lida com suas questões de superação com Myers e a deixar sua antiga vida para trás, nós somos apresentados ao segundo núcleo do filme, focado em Corey Cunningham, vivido por Rohan Campbell, que após ser acusado de assassinar uma criança enquanto tomava conta tenta viver uma vida normal e começa um relacionamento amoroso com Allyson, até o momento que é corrompido por Michael Myers e se torna a verdadeira ameaça do filme. Acompanhamos este personagem, vemos seu rápido e genérico crescimento, que, infelizmente, não convence. Essa história envolvendo o Corey seria excelente se fosse separada, se estivéssemos falando de uma nova franquia ou até mesmo se fosse um derivado.

Quando falamos de “Halloween“, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a imagem assustadora de Michael Myers (que por sinal, James Jude Courtney está bem no personagem). E pensar que o “The Shape“, a “Forma do Mal” ou a “Ameaça Original” da franquia se tornou um mero coadjuvante em seu próprio filme final em boa parte dele deixa um gosto bem amargo na boca até o último ato, onde acontece o seu desfecho.

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“Halloween Ends” – Imagem: Reprodução/Blumhouse.

Quando desmontadas como peças de um quebra-cabeça criado pelos roteiristas Paul Brad Logan e Chris Bernier chefiados por Danny McBride, na verdade há ideias decentes mas que não conseguem se comunicar, fazendo com que os fios narrativos se desgastam e todo o peso dramático dos outros filmes é sacrificado para fazer um monte de paralelos e um ponto maior que ele simplesmente não consegue transmitir, faltando planejamento e coordenação com a sólida e criativa direção de David Gordon Green para encerrar a abordagem inicial interessante de “Halloween” lançado em 2018. 

Já assistiram “Halloween Ends“? O que acharam? Comentem!

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Halloween Ends

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6 Comments

  1. […] Halloween Ends – Crítica […]

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  3. Muito obrigado!

  4. Opa! Muito obrigado pelas palavras, Denise!
    Fico muito feliz que decidiu seguir o site!
    Bem-vinda!

  5. Tenho seguido teus comentários. Parabéns.

  6. Muito bacana a crítica. Super elucidativa sem dar spoiler.
    Passarei a seguir o site e suas críticas. Parabéns!

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