Após uma espera de mais de três anos desde o lançamento de Dragon Ball Super: Brolly a franquia de Akira Toryiama volta às salas de cinema com o filme Dragon Ball Super: Super Hero, um longa que tinha a missão de atender a um antigo pedido de muitos fãs: dar mais destaque a outros personagens do anime, além de Goku e Vegeta.
Nesse aspecto ao menos o filme não decepciona, já que a dupla de Sayajins protagonistas dá as caras apenas em uma pequena (e memorável) participação especial, sem qualquer conexão com a trama principal, e que acaba se estendendo até a cena pós-créditos.
Dragon Ball Super: Super Hero
A trama, que é bastante simples e superficial, mostra o comandante Magenta, filho do antigo General Red da extinta Força Red Ribbon e seus planos de vingança contra Goku e seus amigos, usando para isso o formidável intelecto do jovem Hedo, neto superdotado do Dr. Gero e que é ludibriado a utilizar sua inteligência na restauração do Exército Vermelho através da construção dos mais poderosos androides já feitos.
Hedo inspirado no ideal de heróis, cria a poderosa dupla de androides Gama 1 e Gama 2, além de um androide ainda mais poderoso e letal, que representa o retorno de um dos vilões mais icônicos de Dragon Ball Z: O Cell Max.
Outro ponto que diferencia esse filme de todos os demais é a qualidade em 3D do longa, que embora garanta um visual primoroso à animação, deixou a desejar nos combates que aqui parecem menos ferozes e vibrantes que na velha fórmula em 2D.
Com uma introdução fraca e demorada o filme engrena apenas na sua última parte quando Gohan, Picollo e os guerreiros Z entram em cena para enfrentar Cell Max, um incontrolável androide gigante, sem qualquer noção de racionalidade e disposto a destruir qualquer um que se coloque em seu caminho.
Durante o embate contra os vilões Picollo, com uma baita ajuda de Shen Long, desperta seus novos poderes e transforma-se no poderoso Orange Picollo (nomezinho questionável), e ao lado de Gohan, que também supera seus limites atingindo uma transformação ainda mais poderosa que a forma mística, mestre e discípulo conseguem mostrar um ótimo entrosamento, além de fazerem inúmeras referências a batalhas clássicas do anime, como a luta entre Goku e Picollo no torneio de Artes Marciais e até mesmo a batalha contra Raditz, no início da Saga dos Sayains.
A conclusão da batalha fica a cargo de Gohan, que parece ter aprendido com o erro cometido em sua batalha anterior contra Cell e resolve terminar a batalha sem dar chance para uma reação do inimigo e ainda prestando uma merecida homenagem a seu mestre com o golpe final.
Em linhas gerais é um filme razoável, que consegue desenvolver outros personagens, mas que tinha potencial para ser muito, mas muito melhor do que realmente foi. Mas verdade seja dita, embora o filme não tenha metade da qualidade de Dragon Ball Super: Brolly, é muito bom ver Akira Toryiama saindo de sua zona de conforto e se libertando da sua Goku-dependência.
Formado em direito pela UNESA, servidor público, pai de duas princesas e casado com a mulher da minha vida. Cinéfilo, Otaku, fã de animes, mangás. Curto mais piscina do que praia, prefiro calistenia à academia e tenho o gosto musical de uma pessoa de 60 anos. Não sou um cara muito normal, mas sou apaixonado pela vida e pelo Deus que a criou.