Com um simples pano de fundo focado na perda e na vingança, Sifu coloca o jogador na pele de um personagem não nomeado, que testemunha o assassinato de toda sua família, morto por um ex-aluno de seu pai.
O jogo se passa 8 anos após os acontecimentos, onde você já está apto o suficiente para finalmente realizar sua vingança, ou será que não?
Mecânica
Com uma íngreme curva de aprendizado e um loop que dependendo de sua paciência e atenção, pode acabar se tornando eterno, Sifu trás para os jogadores um combate fluido, ambientes interativos e cenários que irão te deixar de queixo caído.
Sifu inova ao trazer um novo sistema para o Roguelite, que até então não me recordo de ter visto antes.
Seu personagem começa com 20 anos de idade, após morrer, será contabilizado uma morte, e você terá 21 anos. Após morrer novamente, será contabilizado duas mortes, e você terá 23 anos, e assim por diante.
Não há uma explicação tão plausível do porque você consegue fazer isso, apenas que é graças a um pingente que seu personagem carrega com si mesmo.
O pingente que você carrega há cinco medalhões que representam a quantidade de vezes que você poderá ressuscitar. A cada dez anos de vida, um medalhão irá quebrar, como são cinco no total, você terá cerca de 70 anos para alcançar a vingança.
Combate
Sifu trás um dos combates mais gostosos que já pude experimentar no mundo dos videogames. Um sistema maravilhoso – e muito difícil – de esquiva, porradaria comendo solta e muita calma nessa hora.
É evidente uma mescla do roguelite com um pouco da raiz do Beat ’em up, trazendo além de muita pancadaria, uma árvore de habilidades com inúmeros golpes e combos para serem realizados.
A cada esquiva e inimigo derrotado, você irá acumular uma quantidade de experiência, que podem ser gastas na árvore de habilidades ao morrer, ou ao acessar alguns totens durante a gameplay.
Vale ressaltar que ao chegar na idade máxima, acontecerá um “Game Over”, e as habilidades adquiridas serão perdidas por completo, exceto se você compra-las 6x durante a mesma vida.
Repetição
Bebendo da fonte dos jogos da FromSoftware, Sifu tem uma gota de repetição e um balde cheio de prazer.
Assim como em Dark Souls e outros jogos da franquia, ao decorrer da sua jornada você irá conseguir algumas pistas, chaves e descobrir segredos que ao repetir aquela fase, você irá conseguir passar por alguns atalhos.
Em seu “QG” há uma espécie de Quadro de Objetivos, onde mostra os seus inimigos – que são cinco, um para cada fase – e as pistas recolhidas em cada fase, que lhe auxiliaram em jogadas futuras.
Ao utilizar as pistas ao seu favor, algumas fases que você demorou 15-20 minutos para chegar até ao fim da primeira vez, agora duram menos que cinco minutos. Mas não se deixe levar, lembre-se que chegando mais rápido até o fim, o desafio será muito maior.
Direção de Arte
Uma das partes que mais impressionam em Sifu é a sua direção de arte, trazendo um design meio cartoonesco e uma grande variação de cenários e bosses.
O jogo vai do subúrbio até mesmo para as “florestas” e prédios luxuosos, além de trazer designs arrepiantes e tocantes de inimigos em cenários comuns e principalmente em cenas chaves da história.
A direção de arte do jogo vai muito além de cenários e inimigos, mas também através dos golpes que foram capturados por um Sifu de verdade, fazendo com que a imersão seja muito maior.
Dificuldade
Um dos pontos chaves de Sifu é a dificuldade e o aprendizado por trás da repetição, que tenta deixar o jogador imerso e fazer como um verdadeiro mestre do Kung-Fu: Ter calma e foco.
O jogo até o momento não trás nenhuma opção de dificuldade se não a chamada paciência, entretanto já foi confirmado através do Twitter que o jogo irá receber algumas opções de acessibilidade, inclusive uma dificuldade mais fácil e uma mais difícil:
Hey! So it’s weird I get to help break news but yes #Sifu is getting #accessibility updates post-launch.
– Better captions
– High Contrast Mode on PS4/5 (was on PC, but not PS4/5 at launch due to a bug)
– Difficulty Modes. Both easier & harder, similar to Metroid Dread’s update. https://t.co/9pFTOmfvnR— Steve Saylor (@stevesaylor) February 11, 2022
Por mais que você tenha acesso à uma árvore de habilidades e a um totem que pode lhe dar algumas vantagens, nesse quesito, Sifu é um jogo completamente linear, não trazendo nenhuma build ou algo do gênero.
Um dos maiores prazeres de Sifu com certeza é a dificuldade a íngreme curva de aprendizado, que faz ser cada vez mais prazeroso derrotar um chefe e passar de fase, entretanto, isso com certeza irá afastar jogadores mais casuais.
Vale a Pena?
Já nos primeiros minutos de jogo, você entrará em uma cena de apresentação do jogo digna de cinema, onde o jogo irá lhe apresentar alguns golpes e te soltar em um dos jogos mais difíceis que já joguei.
Desde o primeiro momento eu já me apaixonei por Sifu e pude entender que ele é muito mais além que uma simples história de vingança, um combate beat ’em up ou um sistema roguelite.
Sifu não é para muitos, e nem para poucos, mas para mim, Sifu é um jogo indispensável para os amantes de jogos indies e que vale a pena reservar um pouco de resiliência para desbravar o novo universo da Sloclap.
*Key recebida gratuitamente para review
Sifu está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC via Epic Games Store.
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Colunista, Reviewer e Streamer da Nerds. Apaixonado por Jogos, Filmes e Séries, mais especificamente apaixonado por Assassin’s Creed e Harry Potter.
19 anos e um milagre aconteceu.
Twitter: @otaldomarcosh
Prós
- Combate
- Trilha Sonora
- Direção de Arte
- Legendado em PTBR
Contras
- Dificuldade