Hell Let Loose | REVIEW

Hell Let Loose é um jogo de tiro em primeira pessoa, exclusivamente multiplayer com o objetivo de trazer ao jogador uma sensação genuína de uma pessoa em um campo de guerra, onde todos os controles tentam simular um realismo, dentro do possível. Ou seja, você jogador de Call of Duty, não, esse jogo não é para você, mas talvez seja caso esteja aberto a uma experiência nova.

Lançado originalmente em junho de 2019, mas apenas para PC, no final de 2021 o jogo foi disponibilizado também para PlayStation 5 e Xbox Series X|S, inclusive, chegando gratuitamente para os assinantes da PS Plus no mês de lançamento. Como dito anteriormente, é um multiplayer tático em primeira pessoa desenvolvido pelo estúdio Black Matter e publicado pela Team17.

Se você está procurando um jogo desse tipo por enredo, não é isso que vai encontrar em Hell Let Loose, afinal, não é esse o propósito pelo qual o jogo foi desenvolvido. Nele, os jogadores lutam em batalhas icônicas das Frentes Orientais e Ocidentais da 2ª Guerra Mundial, divididos por pelotões, bem divididos.

A primeira vez que entrei numa partida, a primeira impressão não poderia ser mais positiva. Bom, para iniciar a partida, é necessário estar em um pelotão, e são diversos os disponíveis, porém, eles geralmente são privados, então, é necessário enviar uma solicitação para entrar nele e esperar que ela seja aceita. Em caso de recusa, é possível criar seu próprio pelotão, porém, ao cria-los, o jogador obrigatoriamente será da classe comandante.

Existe uma grande variedade de classes disponíveis para o jogador, porém, caso tenha escolhido um pelotão operador de blindados, esse número de classes diminui, o caso tenha escolhido um pelotão “comum”, não será possível operar os veículos blindados. São poucas as marcações que a interface do jogo exibe, e uma delas é a dos aliados, sendo a marcação azul para aliados da mesma “frente” e a verde para aliados do mesmo pelotão.

Essa questão de marcações da interface é algo importante em Hell Let Loose justamente pela ausência delas, o que torna tudo mais realista. Por exemplo, o jogador não vai encontrar uma barra de vida, ou retículo de mira, nem mesmo a contagem de munição da arma. Essa questão da munição é importante, pois ela é limitada, e caso tenha algumas balas no pente e o jogador decida recarregar, as balas serão perdidas. Porém, é possível recuperar a munição em alguns locais, longe dos focos de batalha, em alguns dos raros locais onde a interface indica alguma coisa.

Já que entramos um pouco na jogabilidade, vamos nos aprofundar um pouco mais nela. É um jogo diferenciado dos jogos de tiro mais mainstream, mas no básico, todos eles têm suas semelhanças. Como de costume, podemos andar, correr, agachar, rastejar, mirar e atirar, utilizar itens de cura (quando dá tempo), e utilizar itens arremessáveis.

Mas lembra que disse que esse jogo talvez não seja o indicado para os fãs de COD? Bom, a razão disso é que aqui tudo é muito mais lento. Por exemplo, para utilizar a mira da arma, o que é extremamente necessário já que em hip fire não se tem uma mira, vai ser perder um tempo valioso que é suficiente para o inimigo te dar um tiro. Ou caso vá jogar uma granada, primeiro o personagem vai pegar ela na mão, ativá-la e depois arremessá-la.

A questão de tempo é um ponto também muito importante, em determinados momentos o jogo parece muito lento, enquanto em outros é tudo muito rápido, mas isso é condizente com a proposta do jogo e vou explicar o porquê. O jogo pode passar a sensação de ser um pouco lento ao iniciar o jogo e ao morrer, isso porque se morre bastante nele. Ao morrer, geralmente o respawn é em uma base e elas costumam estar em uma distância muito grande uma entre as outras, isso pois o mapa é muito grande, e cada uma das bases ficam bem espaçadas.

Até chegar aos locais onde as batalhas estão ocorrendo, vai demorar um tempo considerável, tanto se for a pé como se for utilizando os veículos. São basicamente dois tipos de veículos, caminhões de transporte e tanques, e ambos são lentos, os caminhões um pouco menos. E o jogo vira quando chegamos as batalhas, pois aí passa a ser rápido.

Isso porque são necessários poucos tiros para matar os personagens no jogo, e isso varia de acordo com a arma, obviamente. Falando em armas, existe uma quantidade boa de armas, cada uma com uma jogabilidade única, uma sensação única, mas todas muito lentas na hora de mirar, e não tem problema algum nisso. Mas existem jogadores e jogadores, a experiência pode ser diferente de pessoa para pessoa, como? Vamos discutir!

Ao início dessa análise, citei que a minha primeira impressão do jogo não poderia ser melhor, não é? Existem duas razões para isso, a primeira razão é por conta da parte visual e sonora no jogo. Por ser de uma desenvolvedora pequena, eu não esperava encontrar um visual muito impressionante, mas o que encontrei foi exatamente o contrário do que eu esperava.

O jogo possui um bom número de mapas e cada um deles é muito bonito, com uma boa quantidade de detalhes e impressiona à primeira vista. Os cenários possuem variações climáticas, que não funcionam em tempo real, mas trazem ainda mais brilho ao jogo pois contam com alguns efeitos de neblina e coisas do tipo que são bem impressionantes.

Os efeitos, tanto visuais como sonoros, são outro ponto impressionante em Hell Let Loose. São diversos efeitos, de neblina, como já citado, efeitos de fogo, partículas, fumaça, explosões, todas muito bonitas, mas que em relação a gameplay, não tem muito efeito. Muitas deles são efeitos cenográficos, porém, quando estão relacionadas ao gameplay, como ocorre com as explosões, voltam a ser impressionantes. Além disso, são diversas as escalas, indo desde explosões pequenas até explosões gigantes, mas apesar disso, o cenário não me pareceu muito destrutível.

Se os efeitos visuais não afetam muito a gameplay, o mesmo não pode ser dito em relação aos efeitos sonoros. Se for jogar, recomendo muito utilizar fones de ouvido, pois a experiência fica em outro nível, principalmente aliado os softwares de áudio 3D, como o Dolby Atmos no Xbox ou Tempest 3d no PlayStation.

Os sons são bem responsivos aos acontecimentos in-game e aliado aos visuais, transformam o jogo é uma experiência audiovisual autêntica que te transporta diretamente para as guerras. Cada um dos efeitos visuais citados possuem um efeito sonoro específico, o que torna a experiência muito mais imersiva.

Bom, a experiência audiovisual é a primeira razão para me deixar uma ótima primeira impressão, a segunda coisa que me deixou impressionado foi a tensão que o jogo é capaz de criar. Ao entrar pela primeira vez no jogo, caí em uma partida noturna, entrei em um pelotão e nasci em uma das bases. Porém, não tinha ninguém lá, então eu fui andando em busca de alguns aliados que apareciam no mapa.

O mapa do jogo é estático e não possuem muitas informações, ele exibe a localização das bases aliadas e inimigas. Então fui andando em direção onde eu achava que estavam meus aliados. Porém, não imaginava que o mapa era tão grande, e ele parecia tão desolado, vazio, morto, um silêncio que eu não esperava encontrar em um jogo de tiro, muito menos um de guerra. Depois de um tempo andando, eu finalmente encontrei alguns aliados.

Para minha sorte, eram jogadores experientes, e por isso disse anteriormente que a experiência de jogo ia variar de acordo com o jogador. Pois, como esses jogadores tinham experiência, eles agiam de forma totalmente tática, sincronizada, evitando barulhas desnecessários para evitar serem localizados. Eles discutiam bastante sobre como iam se portar na batalha, que não estava ali, mas, de acordo com eles, iria chegar.

Foi bom ter iniciado com jogadores experientes pois eles me passaram muitas dicas, como por exemplo que o ideal era andar agachado ou rastejando pois era mais difícil para o inimigo enxergar. E além do meu pelotão atual, do qual dava para ouvir a conversa claramente, ao se aproximar de um jogador, é possível ouvir também o seu personagem.

Um ponto que não citei em relação aos personagens é que eles são bem genéricos visualmente, mas isso não atrapalha em nada na gameplay. Então, os jogadores simplesmente esperaram a batalha chegar até eles e montaram uma tática para fazer a guarnição daquela base. Uma maneira diferente de jogar daquele tipo de jogador que simplesmente vai correndo em direção ao tiroteio.

Mas é importante deixar claro que não existe uma maneira certa ou errada de se jogar, vai depender do que for mais divertido para nós, jogadores. O jogo também possui crossplay, ou seja, jogadores das três plataformas onde o jogo está disponível (PC, Xbox e PlayStation) jogam juntos, o que é uma maneira legal para conhecer novos jogadores.

Para finalizar, algo muito importante a se citar também é sobre os modos de jogo que encontramos em Hell Let Loose. O único modo que joguei é o de conquista, onde batalhamos até termos conquistado todos os postos do mapa. Ter apenas esse modo pode ser um pouco cansativo depois de muitas jogadas, ainda mais levando em consideração que uma partida é muito longa, chegando até a incríveis 2 horas e meia de jogo em uma partida.

Porém, essa falta de modos não tira em nada todos os méritos que o jogo tem, ele realmente te traz uma sensação genuína de se estar em uma guerra, mas outros modos de jogo fazem falta para não se tornar uma experiência maçante. Se você está lendo essa review para saber se vale ou não a pena comprar esse jogo, na minha opinião, acho sim que vale a pena, pelo menos pela experiência única que ele propõe. Apesar de ter apenas um único modo de jogo, ele é bem competente, possui essa variação de jogabilidade e não deve ser tão rápido de se cansar. Se estiver em uma promoção, vale ainda mais a pena.

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Pedro Muniz

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