Riders Republic chega com a proposta de ser uma referência em jogos de esportes, com um jogo imenso e com conteúdo de sobra, mas será que ele atinge a qualidade necessária para e tornar tal referência?
Ao analisar os últimos jogos esportivos da Ubisoft, podemos enxergar um tipo de padrão em relação a evolução que eles têm. Pegando de exemplo o The Crew, jogo de corrida da Ubisoft, lançado em 2014 com a proposta de ser um jogo de corrida em mundo aberto parrudo, com diversas modalidades de corrida de carros. E ele cumpre com o que propõe, é um jogo de corrida massivo que se passa no, talvez, maior mapa que a Ubisoft já criou. Sendo um jogo que teve um certo sucesso, uma sequência era esperada e assim aconteceu.
The Crew 2 lançou em 2018, como um jogo de corrida bem competente, mas se passava no mesmo mapa do jogo anterior, que era enorme, mas muito semelhante ao jogo anterior. Então onde veríamos uma evolução que fizesse sentido para passar de um jogo para o outro? Essa evolução veio de uma forma inesperada, mas que fez o jogo se tornar ainda mais ambicioso, ainda mais massivo e de fato se tornar uma referência no mundo dos jogos de corrida.
The Crew passou de apenas um jogo de corrida de carros para um jogo de corrida que reunia diversas modalidades, como corridas de barco, de aviões, entre outros. E assim como ocorria com as corridas de carros do jogo anterior, que tinha diversos tipos, como corrida com carro super, corridas urbanas, entre outros, o mesmo ocorria com todas as outras modalidades de corrida em The Crew 2. Não conheço nenhum outro jogo que te permita ter esse nível de variedade com o tamanho massivo que a franquia The Crew tem.
Tá, mas onde isso tem a ver com o Riders Republic? Voltando em 2016, a Ubisoft lançava Steep, um jogo de esportes radicais em mundo aberto, tendo como foco principais os “esportes de inverno”, como ski e snow board. A Ubisoft não costuma fazer jogos pequenos, e Steep é um jogo bem grande como de costume, mas apesar disso, é um pouco limitado, pois, diferente de The Crew, que tem carros e suas diversas particularidades, os esportes radicais na neve são mais limitados. Mas ainda assim o jogo fez um certo sucesso, mas para onde a Ubisoft iria para evoluir o jogo?
E é aí que chegamos em Riders Republic, que parece ter seguido a lógica de evolução que ocorreu em The Crew. Se em The Crew só tínhamos corridas de carros e na sequência foram introduzidas diversas modalidades, em Steep que só tínhamos os esportes de inverno e na sequência, que seria o Riders Republic, foram inseridos uma ampla variedade de modalidades, sendo esse o ponto principal dessa análise, então vamos falar sobre Riders Republic.
Riders Republic
Lançado no dia 28 de outubro de 2021, Riders Republic se trata de um jogo de esportes desenvolvido pela Ubisoft Annecy e publicado pela Ubisoft. Apesar de ser um jogo que é possível se jogar single player, é um multiplayer em seu cerne, principalmente pelo fato de não ser possível jogar seus principais modos sem internet. Existe um modo chamado Modo Zen, que é possível jogar sem internet, porém, ficamos limitados a apenas explorar o mapa, sem corridas e nem nada do tipo.
Ao jogá-lo, sempre se tem a sensação de estarmos jogando com outros jogadores, apesar de que na prática, não é isso o que ocorre o tempo todo. Em Steep, tínhamos corridas com ski e snowboard, além dos modos onde fazemos manobras para somar pontos. Em Riders Republic ainda temos esses modos, que são introduzidos no início do jogo, mas também somos introduzidos a corridas com wingsuits a jato e bicicletas, sendo essa o principal modelo de Marketing do jogo.
Jogabilidade
Em relação a jogabilidade, temos em Riders Republic uma gameplay bem decente, tudo funciona muito bem, não importa o tipo de esporte que seja escolhido. Existem dois momentos diferentes no jogo, quando estamos em algum evento e quando não estamos em nenhum. Apesar de ser bastante semelhantes esses dois momentos distintos, existem algumas diferenças.
Apesar de cada modalidade ter sua diferença em relação a jogabilidade, os comandos são basicamente os mesmos. Nós podemos acelerar, pular, frear, usar impulsos e realizar algumas manobras. É basicamente isso que fazemos o tempo todo em Riders Republic, mas existem variações que mudam completamente o jogo.
Como dito anteriormente, o jogo tem como principais focos os esportes de neve, bicicletas e os aéreos com uso das wingsuits. Mas como ocorre em The Crew 2 e aqui também, cada uma das modalidades possui uma ampla variedade de modos. Por exemplo, em relação a bicicleta, existem as bicicletas de corrida “off-road”, que tem um melhor manuseios, existem as bicicletas para corridas mais retilíneas, que são rápidas, mas com controle mais limitado, e existem também as bicicletas de manobras, que como o próprio nome diz, são melhores para realizar manobras.
Essa mesma variação ocorre com as outras modalidades disponíveis em Riders Republic, mas não temos acesso a todas elas no início do jogo. É aí que entra o sistema de progressão do jogo. E como ele funciona? Bom, a cada corrida que corremos, ou competição que entramos, recebemos uma estrela. Cada uma dessas competições tem objetivos bônus, que dão estrelas a mais ao completá-los. Para conseguirmos patrocinadores, liberar novas modalidades e alcançar novos níveis de notoriedade, temos que acumular essas estrelas. A cada quantidade de estrelas definidas alcançadas, liberamos alguma coisa. Mas a progressão não para por aí.
Cada uma das modalidades possui sua própria barra de progressão. Quanto mais jogamos na modalidade, mas evoluímos nela. O quanto evoluímos, depende da maneira que jogamos, quando melhor jogarmos, mais pontos ganhamos e consequentemente, mais rápido as barras enchem. Conforme elas enchem, recebemos algum bônus e novos modelos, sejam novas bicicletas, novos snowboards ou novos wingsuits. É importante sempre trocar pelos modelos adquiridos pois geralmente eles são melhores que os anteriores, tem um nível maior, que pode trazer um melhor desempenho no jogo.
Ao correr, recebemos também dinheiro, que podem ser utilizados para adquirir novos modelos das modalidades desejadas ou roupas para personalizar o personagem. A personalização também é um ponto importante a se tocar. No início do jogo, temos a opção de criar nosso próprio personagem. O sistema de criação é bem simples, mas é importante para cada jogador ter seu próprio personagem. Sendo um jogo 100% online, é importante ter isso para não termos um jutsu clone das sombras a cada competição. Além disso, podemos personalizar a roupa que o personagem vai utilizar em cada modalidade individualmente.
Foi dito anteriormente que ao jogar Riders Republic, sempre temos a sensação de estarmos jogando com outros jogadores, mas que na prática não é bem assim. Isso ocorre porque sempre corremos contra “fantasmas” de outros jogadores. Vemos o nome do jogador, a plataforma que ele joga, pois esse jogo possui crossplay. Mas apesar de vermos essas informações, os adversários são controlados por IA, o que me faz pensar que não haveria a necessidade de se estar sempre online para jogar as corridas. Mas isso era algo que já acontecia em The Crew 2, e o mesmo acontece aqui.
Porém, existem sim modos onde corremos/disputamos com outros jogadores reais, mas antes de falar deles, vamos falar de como chegamos nele. Como dito anteriormente, existem 2 momentos distintos no jogo, quando estamos em alguma competição e quando não estamos. Quando não estamos em uma competição, temos a opção de selecionar a modalidade que quisermos para explorar o mundo do jogo, ou podemos andar a pé.
Existe no jogo um HUB, onde podemos encontrar diversos jogadores andando por ali, e é nele que encontramos os locais para gastar os colecionáveis, como o dinheiro que coletamos no decorrer do jogo, e é também nele que encontramos os modos multijogador como por exemplo, um modo onde formamos equipe com outros jogadores para disputar qual equipe consegue juntar mais pontos em determinado tempo, e os modos de corrida tradicionais.
Existe um modo multiplayer que é de longe o mais impressionante deles, que é o Mass Race, aquelas corridas que vemos nos itens de marketing do jogo. São corridas onde corremos com 64 jogadores simultaneamente. São um total de 3 corridas caóticas, onde a cada corrida, conseguimos determinada quantidade de pontos de acordo com a nossa posição.
Existe uma tabela, semelhante as do futebol, que exibe a posição que nos encontramos nessa corrida e quanto pontos temos. Ao final das três corridas, o jogador que tiver mais pontos ganha. É uma ótima maneira, inclusive, de conseguir estrelas. Esse modo é de longe o mais divertido de todos, porém, o acesso a ele não é tão simples pois essas corridas ocorrem apenas de hora em hora. O jogador tem 4 minutos para entrar em uma delas ou vai ter que esperar mais uma hora para poder ter a possibilidade de jogar o modo.
Audiovisual
Mudando um pouco de aspectos no jogo, vamos falar um pouco sobre questões técnicas que vemos em Riders Republic, começando pelo mundo do jogo. Aqui temos aquela estética de festival que está cada vez mais comum nos jogos de esporte, semelhante a o que ocorre em Forza ou no próprio The Crew. O pouco de história que temos é que somos um novato e queremos aumentar nossa notoriedade.
Temos um mundo bem grande para se explorar, mas não tão grande quanto o encontrado em The Crew. Conforme exploramos o mapa, novas áreas são liberadas, assim como novas competições que podem estar escondidas nessas áreas que liberamos. Existe uma certa variação de cenários, bem limitada, mas que é o suficiente para o que o jogo propõe. Encontramos basicamente cenários desérticos, com neve e algumas florestas pouco densas. Tudo para favorecer os esportes, é claro.
Não existe ciclo de dia e noite no jogo, sendo um dia infinito, mas em alguns momentos existem algumas mudanças climáticas, novamente, bem limitado, sendo apenas limitado a chuvas, mas o céu continua sempre aberto. Em algumas corridas, vemos uma mudança de iluminação, aliado com a chuva, que faz totalmente e diferença no clima do jogo, mas é algo que aconteceu muito raramente e que devia ser mais explorado. É um jogo bonito, apesar de que em várias partes do mapa, é visível que poderia ter tido um pouco mais de capricho por parte dos desenvolvedores.
Outro ponto que o jogo peca um pouco é na trilha sonora. Existem algumas músicas boas, e elas conseguem transmitir bem o clima que o jogo quer passar. E são gêneros bem variados, desde hip-hop até rock, com músicas bem famosas, por sinal. Porém, o número de músicas disponíveis no jogo poderia ser maior.
Conclusão
A pouca variedade de músicas acaba ficando cansativo de certa forma, pois ouvimos a mesma música de novo, e de novo, e de novo. Fica muito repetitivo, e o mesmo pode ser dito em relação aos cenários do jogo, e até mesmo a estrutura do jogo. Chega um momento em que se tem a sensação de estar fazendo exatamente a mesma coisa repetidas vezes, a ponto de ficar visualmente cansativo.
Apesar disso, a jogabilidade do jogo é muito gostosa e prazerosa, o que mascara bem todos esses problemas, pois diversão é o que não falta aqui. Em todo o tempo que joguei, presenciei apenas uma queda no servidor, de resto, tudo funcionou muito bem. Riders Republic é sim um jogo bem divertido, que vai te fazer gastar horas e horas de jogos.
Ele entrega aquilo que ele se propõe a entregar, mas apesar disso, tem muitas coisas que ele ainda pode melhorar. E para falar a verdade, eu acredito que em alguns meses ou anos, tudo estará muito melhor, pois a Ubisoft mantém um suporte aos jogos por bastante tempo, constantemente melhorando-o. Então, caso tenha se interessado, pode adquirir o jogo que não vai se arrepender, mas se quiser esperar uma promoção, provavelmente vai conseguir um jogo ainda mais completo no futuro.
Riders Republic foi lançado para Microsoft Windows, PlayStation 4, PlayStation 5, Amazon Luna, Stadia, Xbox One e Xbox Series X / S.
*Key recebida para análise
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