KUNG FU PANDA 4 (2024) | Nova aventura de Po rouba alguns risos em raras seções divertidas e uma ação criativa, mas não consegue justificar sua existência
A DreamWorks Animation, que atualmente é um estúdio subsidiário da Universal Pictures, revolucionou a maneira de contar as histórias em filmes de animação quando lançou “Shrek”, e conseguiu criar mais duas franquias quase tão bem sucedidas quanto a do Ogro Verde: “Kung Fu Panda” e “Como Treinar seu Dragão”. Como as franquias estão em alta em Hollywood, o estúdio lançou “Gato de Botas 2 – O Último Pedido” para ver se o público sente saudades da sua primeira franquia, e olhem só… “Shrek 5” já está em desenvolvimento, assim como um live-action da primeira aventura de Soluço e Banguela para surfar na onda de remakes da Disney.
Enquanto os novos projetos de suas propriedades intelectuais continuam em fase de desenvolvimento, a DreamWorks está lançando nesta quinta-feira (21 de março de 2024) o “Kung Fu Panda 4” — que traz de volta Po, o Panda, ao lado de Mestre Shifu e seus pais, Ping e Lee, além de introduzir novos personagens a esse universo do Kung Fu animalesco. Mas será que o resultado é positivo? Confira na opinião abaixo:
Nota: Está é uma opinião sem spoilers, a fim de não estragar sua experiência ao assistir o filme. A crítica consiste em uma opinião do escritor e não deve ser considerada absoluta e/ou uma resposta definitiva para a sua dúvida sobre assistir ou não à obra. Sempre priorize ver para estimular o trabalho dos realizadores e desenvolver sua formação de opinião. As informações contidas na crítica já foram apresentadas em sinopses e trailers.
Conforme a sinopse, “Kung Fu Panda 4” acompanha Po, o Panda (e Dragão Guerreiro), sendo escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz. O problema é que o panda sabe tanto sobre liderança espiritual quanto sobre a dieta paleo(lítica). Agora, ele terá que encontrar e treinar um novo Dragão Guerreiro, enquanto precisa deter a Camaleoa, uma poderosa feiticeira capaz de se transformar em qualquer criatura, antes que ela traga de volta todos os vilões já derrotados por Po do reino espiritual.
Durante uma entrevista com a IndieWire em dezembro de 2010, Jeffrey Katzenberg, o ex-presidente da DreamWorks Animation, comentou que havia planejado seis filmes para “Kung Fu Panda”. Mais dois filmes foram lançados e depois disso, o assunto sobre sequências sumiu. A verdade é que a DreamWorks sofreu algumas mudanças com o passar dos anos, com processos de diversificação e expansão, e até sendo comprada pela Comcast NBCUniversal com direito a troca de CEO em 2016.
Obviamente, os planos para a “Kung Fu Panda” mudaram, sendo encerrada com terceiro filme em 2016, mas comentei anteriormente que “as franquias estão em alta em Hollywood”. No entanto, é necessário ter um bom argumento para trazer uma história que havia sido encerrada de volta. Geralmente retorna para contar algo que ninguém havia pensado antes, ou experimentar de uma nova tecnologia. Infelizmente, este não é o caso de “Kung Fu Panda 4”.
A DreamWorks escolheu Mike Mitchell (“Uma Aventura LEGO 2”) e a novata Stephanie Stine para comandar “Kung Fu Panda 4” e eles entregam uma direção consistente, capaz de criar momentos de diversão e emoção, porém, utilizando os mesmos artifícios apresentados nos outros filmes. Para ajudar, os diretores têm o trabalho da equipe de animação para o bom tratamento de animação 3D tradicional a partir de belos traços e uma explosão de cores vivas, criando cenas impressionantes com os ângulos e movimentos energéticos. Principalmente, quando isso é combinado com a empolgante trilha sonora composta e guiada por Steve Mazzaro (“007: Sem Tepo para Morrer”) e Hans Zimmer (“Duna: Parte 2”)
Os roteiristas da trilogia original de “Kung Fu Panda”, Jonathan Aibel e Glenn Berger, retornaram no quarto filme para supervisionar o trabalho de três roteiristas novatos na franquia, Darren Lemke (“Shazam!”), David Lindsay-Abaire (“Robôs”) e Lillian Yu (“Warrior”). E assim como os diretores, os novos roteiristas escreveram um roteiro que sabe exatamente o que é e não tenta reinventar a roda, porém no sentido negativo e genérico, construindo uma história como uma grande colcha de retalhos dos temas e arcos dramáticos já trabalhados nos três filmes anteriores, remendados de qualquer jeito. Sobrando para “Kung Fu Panda 4” apenas cenas de ação muito bem feita e criativas, além de raros momentos de diversão, que roubam alguns risos.
A Nerds da Galáxia foi convidada a assistir à versão dublada em português do Brasil, com isso posso dizer que os atores (e estrelas convidadas) do elenco de dublagem estão bem em “Kung Fu Panda 4”, com destaque para Lúcio Mauro Fillho (“A Grande Família”) novamente como Po. Entretanto, por mais que o elenco consiga nos cativar e demonstre empenho, os roteiristas criaram vários problemas, como desenvolvimentos superficial e retrocesso de personalidade, que entram em conflito com a construção da narrativa na franquia.
Deixem-me explicar: Mauro Filho está impecável como Po (sendo a melhor coisa do filme), no entanto, Po sempre foi um personagem cômico e descontraído e de natureza gentil e altruísta, mas em “Kung Fu Panda 4”, o personagem regrediu tanto que nem parece ser o mesmo dos três filmes anteriores, se tornando bobo e até sem presença. Além disso, há uma tentativa de criar uma nova trilogia a partir desse filme, introduzindo Zhen, personagem de Awkwafina/Danni Suzuki, como a nova parceira de jornada de Po. Zhen tem potencial, mas lhe falta um verdadeiro desenvolvimento e uma personalidade própria. Não é à toa que nenhum dos Cinco Furiosos aparecem no filme, iriam ofuscar a nova personagem.
Não tem como negar que “Kung Fu Panda 4”, nova animação da DreamWorks Animation, é um filme medíocre, tanto para os admiradores da franquia quanto para aqueles que vão assisti-la somente por puro entretenimento. E por mais que não seja perfeito, — falhando ao não conseguir justificar sua existência, ele se beneficia com raras seções divertidas e uma ação criativa nesta nova jornada de Po, o Panda (e Dragão Guerreiro).
Kung Fu Panda 4 teve estreia nesta quinta-feira, 21 de março de 2024, nos cinemas brasileiros e caso você já tenha assistido, comente a sua opinião sobre o filme.
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Olá, viajantes! Meu nome é Fabrizio Galluzzi. Assim como vocês, viajei para Westeros até uma Galáxia Muito, Muito Distante. Conheci os Heróis Mais Poderosos da Terra e os Grandes Deuses Nórdicos e Gregos. Porém, no meu tempo livre sou um simples aluno universitário do curso de Rádio e TV, que ama muito ir ao cinema.
Kung Fu Panda 4
Kung Fu Panda 4 acompanha Po, o Panda (e Dragão Guerreiro), sendo escolhido para se tornar o Líder Espiritual do Vale da Paz. O problema é que o panda sabe tanto sobre liderança espiritual quanto sobre a dieta paleo(lítica). Agora, ele terá que encontrar e treinar um novo Dragão Guerreiro, enquanto precisa deter a Camaleoa, uma poderosa feiticeira capaz de se transformar em qualquer criatura, antes que ela traga de volta todos os vilões já derrotados por Po do reino espiritual.