Cobra Kai – 5ª temporada

Os criadores da série Cobra Kai Jon Hurwitz e Josh Heald, com um significativo investimento da Netflix, conseguiram reproduzir o ambiente nostálgico dos filmes Karatê Kid e ao adicionarem novos elementos a esse universo também apresentaram a uma nova geração de fãs uma das franquias cinematográficas de maior sucesso dos anos 80.

Em sua 5ª temporada a série continua apostando alto na nostalgia ao trazer personagens dos 3 filmes originais e inseri-los de forma orgânica na série protagonizada por Jonny Lawrence (William Zabka) e Daniel Larusso (Ralph Macchio).

A fórmula da eterna luta do bem contra o mal embora pareça batida ganha fôlego novo a cada nova temporada na série e em especial nessa 5ª etapa, que estreou na Netflix em 09 de setembro, Cobra Kai conseguiu se superar ao aprofundar os conflitos internos dos protagonistas e dar destaque a coadjuvantes pouco ativos nas temporadas anteriores como o filho mais novo dos Larusso, Anthony (Griffin Santopietro) e principalmente seu rival Kenny (Dallas Dupree Young), cujo personagem cresce consideravelmente em importância na trama.

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Para além dos conflitos adolescentes, que são marca registrada da série, as aparições de personagens da trilogia original são a cereja do bolo nessa incrível 5ª temporada. Dessa vez ganham destaque os personagens de Karatê Kid 3 como o vilão Mike Barnes (Sean Kanan), além do antigo par romântico de Daniel San no filme, Jessica Andrews (Robyn Lively).

Apesar de todas as participações especiais que recheiam a série, não há como deixar de mencionar a arrebatadora incursão de Terry Silver, interpretado magistralmente por Thomas Ian Griffith, como o grande vilão da temporada. Os recursos financeiros injetados no Cobra Kai por Silver fizeram com que o Dojô fosse elevado a um novo nível, não lembrando nem de longe aquela salinha alugada por Jonny Lawrence na 1ª temporada para ensinar karatê aos jovens do bairro.

Mas além de um grande volume de dinheiro, Silver injeta o seu DNA malicioso em seus alunos, de uma maneira que nem mesmo Jonh Creese havia conseguido, e com isso, Daniel, Jhonny e Chosen (Yuji Okumoto) são impelidos a unirem forças para evitar que o Cobra Kai, que já é o principal Dojô da região, amplie seu alcance e seus métodos de luta em âmbito mundial.

Lidar com uma ameaça real dá aos protagonistas Johnny e Daniel a oportunidade não apenas de cooperarem, mas de estabelecerem verdadeiros laços de amizade e companheirismo, que também são experimentados por Miguel Diaz (Xolo Maridueña) e Robby Keene (Tanner Buchanan) e, em um menor grau, entre Samantha (Mary Mouser) e Tory (Peyton Roi List).

Em meio à guerra declarada entre os dojôs, John Kreese (Martin Kove) encontra-se isolado em uma penitenciária, após ter sido incriminado por seu “amigo” Terry Silver, ao final da temporada anterior, mas mesmo assim o antigo sensei do Cobra Kai consegue manter sua influência sobre todos os acontecimentos, atuando nos bastidores com o apoio de Tory, e construindo paulatinamente sua vingança contra seu antigo companheiro.

Como já tornou-se padrão em Cobra Kai o último episódio da temporada envolve uma batalha direta e generalizada entre os dojôs, que revela-se uma boa oportunidade para avaliar a evolução dos personagens em seus respectivos estilos de luta, mas dessa vez, além de Miguel Diaz e companhia, os fãs conseguem deleitar-se com os 3 vilões dos filmes clássicos, Johnny, Chosen e Mike, unindo forças com Daniel Larusso para colocarem abaixo os ambiciosos planos de Terry Silver.

A trama bem amarrada, as ótimas coreografias de luta, grandes participações especiais, um vilão daqueles e muita nostalgia fazem da dessa 5ª temporada a melhor de Cobra Kai, embora a conclusão desse arco, com o Cobra Kai esvaziado, torne difícil a tarefa de manter o nível elevado de entretenimento das próximas temporadas, já que grande parte dos conflitos e rivalidades encontraram um ponto final agora. Mas a série não decepcionou até aqui, e o retorno de John Kreese ao jogo certamente fará com que Johnny e Daniel suem a camisa para colocar as coisas no lugar.

Enquanto a 6ª temporada não chega, podemos ver e rever essa temporada incrível de Cobra Kai e curtir (demais) o sensei Kreese colocar em prática seu plano de fuga da prisão, que envolve malícia, habilidade e a quantidade certa gelatina de morango, tudo isso ao som do clássico de Frank Sinatra, My Way. Simplesmente épico.

William Fortunato

Formado em direito pela UNESA, servidor público, pai de duas princesas e casado com a mulher da minha vida. Cinéfilo, Otaku, fã de animes, mangás. Curto mais piscina do que praia, prefiro calistenia à academia e tenho o gosto musical de uma pessoa de 60 anos. Não sou um cara muito normal, mas sou apaixonado pela vida e pelo Deus que a criou.