Shadow Warrior é uma franquia de jogo mais antiga do que parece. Ela apareceu pela primeira vez por volta dos anos de 1997, como um jogo de tiro em primeira pessoa nos moldes de Doom e Duke Nukem 3D. Já em 2013, o jogo sofreu um reboot que foi bem recebido pela crítica especializada, rendendo uma sequência em 2016.
E é então que chegamos em 2022, com Shadow Warrior 3, desenvolvido pela Flying Wild Hog e publicado pela Devolver Digital e com data de lançamento para dia 01 de março deste ano.
Como citado anteriormente, é perceptível a forte inspiração que o jogo possui em Doom, mas os jogos mais recentes chegaram a esse ponto de forma mais gradual, com o primeiro jogo sendo um pouco mais cadenciado e chegando ao terceiro jogo da forma mais frenética possível.
Como o jogo funciona?
Para entender melhor como o jogo funciona, precisamos saber um pouco sobre o contexto do jogo. Tomamos o controle do personagem Lo Wang, um ninja mercenário moderno com o objetivo de consertar uma merda que ele mesmo fez. E olha… É possível dizer que nós três jogos da franquia, o objetivo sempre é esse. Mas o que foi que o Lo Wang fez dessa vez?
Em Shadow Warrior 3, Lo Wang liberta um dragão ancestral no mundo, inacreditavelmente grande e capaz de destruir todo o mundo e nosso objetivo dessa vez é encontrar um jeito de destruí-lo antes que seja tarde demais. E é com esse pretexto que atravessamos diversas fases lineares, passando por diversos templos orientais, enfrentamos hordas de demônios, para assim, conseguirmos realizar nosso objetivo, como acontece em todos os jogo da franquia.
Ok, mas isso não deixa o jogo repetitivo? O jogo segue sim uma fórmula bem simples e repetitiva, mas o fator que deixaria o jogo menos original, essa repetição, na verdade é o verdadeiro trunfo do jogo, e aquilo que torna o jogo verdadeiramente divertido.
Você com certeza já deve ter jogado algum dos Dooms mais recentes, e a estrutura é mais ou menos a mesma, e isso não muda o fato de o jogo ser um dos melhores FPS da atualidade, e o mesmo ocorre com Shadow Warrior, ele segue uma mesma estrutura base, mas acrescenta alguns elementos que elevam o jogo a nível de gameplay.
Nesse jogo atual foram incluídos algumas novas habilidades para o Lo Wang que tornam o jogo ainda mais dinâmico, como o grapple hook, a capacidade de correr nas paredes e uma quantidade insana de armadilhas ambientais que somos capazes de jogar os inimigos ou atraí-Los para elas. Somente esses fatores já seriam o suficiente para ter uma gameplay dinâmica e com muitas variações, mas o jogo ainda apresente muito mais do que isso.
Temos um grande Arsenal de armas, desde armas de fogo até armas brancas, cada uma com suas particularidades e jogabilidade únicas, cada uma delas podem ser ainda melhoradas utilizando alguns pontos que são coletados no decorrer das fases.
E essas armas não as únicas que temos acesso no decorrer do jogo, pois, ao derrotar inimigos, se enche uma barra que possibilita realizar habilidades especiais. Algumas dessas habilidades possibilitam derrotar inimigos mais poderosos e alguns deles, ao serem derrotados, liberam a utilização de armas especiais por um tempo limitado. Cada arma varia de acordo com o inimigo, seja em visual ao até mesmo em variação de ataque, e podem ser tanto armas de fogo como armas brancas.
Falando nos inimigos, eles são um dos pontos centrais na grande variação de jogabilidade no jogo por conta da enorme quantidade de inimigos diferentes que somos apresentados. Novamente, cada um deles tem seus próprios tipos de ataque, seu próprio design (obviamente), sua barra de vida e é claro, o trabalho que ele vai dar para os jogadores.
E quanto parte gráfica, impressiona?
Uma coisa que tenho dito a um tempo é que o gráfico do Shadow Warrior engana bem, e isso está longe de ser algo ruim. É um jogo que não possui um orçamento dos mais gigantescos, e ainda assim, o estúdio consegue, com as “armas” que tem, fazer um visual agradável.
Se tivermos um olhar mais minucioso no jogo, vamos encontrar alguns defeitos em texturas de baixa definição ou que parecem não ser muito inspiradas, mas, está sempre acontecendo alguma coisa que nos tire a atenção dessas coisas, como alguma folha caindo ou algo do tipo. Porém, sinto que nós jogos anteriores isso acontecia mais, de forma melhor que no atual. Sentia a sensação de ser um jogo bonito por mais vezes.
Acontece que acaba sendo uma repetição de cenários, que não são exatamente iguais mas que possuem grande semelhança estética, apesar das diferenças estruturais. Mas se há uma repetição nos cenários, o mesmo não pode ser dito em relação aos inimigos.
Há uma grande variedade de inimigos como já foi citado, e são bem diferentes visualmente, cada um deles é único, então, dificilmente vai achar muito repetitivo, exceto se levar em consideração que aparecem muitas vezes, e isso ocorre pelo fato de o jogo seguir uma lógica de combates em hordas. Inevitavelmente serão vistos inúmeros inimigos iguais ao mesmo tempo, repetidas vezes, mas isso não é algo que dê pra escapar pelo gênero do jogo.
Em relação aos personagens principais da franquia, assim como alguns outros introduzidos nesse jogo, os designs são bem decentes. Os personagens mais antigos da franquia sofreram algumas mudanças no visual, em especial o protagonista, que teve uma mudança bem significativa.
Shadow Warrior 3 tem uma história?
Bom, a resposta pra essa questão já foi respondida nesta análise. Temos como plano de fundo a busca de uma maneira de derrotar o dragão e é isso. A história nunca foi o ponto forte da franquia, mas sim o seu humor ácido que está mais presente do que nunca.
O humor vai desde os momentos onde a “história“ é desenvolvida até momentos de falas aleatórias, o jogo em nenhum momento se leva realmente a sério. Isso tem seu lado bom e ruim, rende alguns bons momentos descontraídos, mas que em excesso se torna um pouco cansativo.
Acho que o fato de se tornar repetitivo e cansativo são os pontos fracos do jogo, e não relacionado apenas a esse humor ácido exagerado, os exageros presentes no jogo o tornam cansativo com o passar do tempo. Mesmo o jogo apresentando diversas novidades no decorrer da campanha, a estrutura não muda, sendo sempre hordas e hordas de inimigos.
Claro, é o gênero do jogo, mas sinto que ele poderia ter inovado mais. Não é como se não tivesse nada de novo, tem sim, novas mecânicas, visuais renovados, entre outros, mas nada que o tornem um jogo acima da média. Mas pelo menos nesse caso, ele tem uma duração que considero ideal, nem muito longo mas também não muito curto.
A conclusão que tiro é que o jogo entrega aquilo que promete. Bons momentos de diversão, tiroteio frenético, humor ácido, muito sangue e muitas mortes. É um jogo bem competente, mas que acredito que possa melhorar em alguns sentidos, como já melhorou em relação aos jogos anteriores.
*Key cedida para análise
- Desenvolvedora: Flying Wild Hog
- Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Microsoft Windows
- Plataforma de Teste: Microsoft Windows
- Data de Lançamento Inicial: 01 de Março de 2022
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