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Dying Light 2 Stay Human | REVIEW

Lançado em 2014, o primeiro Dying Light foi uma grata surpresa trazendo um jogo de sobrevivência em primeira pessoa em uma cidade infestada de “zumbis”, aqui chamados de infectados. O jogo tinha um gráfico bem bonito para a época e era claramente uma evolução do conceito que o próprio estúdio, Techland, tinha criado anteriormente com a franquia Dead Island.

É um jogo aclamado pela crítica, tanto em relação a jogo em si como também por seus conteúdos adicionais, incluindo a DLC The Following, que para muitos é até melhor e mais bonito que o jogo original. E por conta dessa qualidade, era esperada que em uma possível sequência, houvesse uma evolução considerável. E então, na E3 de 2018, finalmente foi anunciado a sequência de Dying Light com o trailer que vocês podem conferir abaixo:

Então, foi criado um hype, e não poderia ser diferente, pois o que vimos nesse trailer era uma evolução clara em relação ao primeiro jogo, principalmente em relação ao gráfico, além disso, foi dito que nossas escolhas moldariam o mundo, tornando-o único conforme avançamos com a história. Uma promessa e tanto, não é? Será que ele cumpre o que promete? É o que vamos discutir no decorrer dessa análise!

Uma triste semelhança entre a arte e a realidade…

Para aqueles que jogaram o primeiro jogo, sabem que ele se passa na ilha de Haran, e o surto da infecção ocorreu ali enquanto o restante do mundo estava seguro. Mas por ganância de alguns poucos que quiseram usar essa infecção que causa as mutações como uma arma biológica, a infecção que antes estava disseminada apenas na ilha de Haran, acabou se espalhando rapidamente pelo mundo causando uma pandemia que em alguns anos acabou dizimando a maior parte da população.

O mundo está totalmente dominado pelos infectados, e os poucos humanos que sobraram ficaram presos em assentamentos e nele se adaptaram e sobreviveram da forma possível. Dying Light 2 Stay Human se passa 15 anos depois do primeiro jogo. O número de assentamentos pelo mundo está cada vez menor devido a crescente evolução da infecção.

E não se engane, as pessoas desses assentamentos não estão imunes a infecção, pelo contrário, todas elas estão contaminadas, mas elas conseguem retardar a eficácia do vírus por meio de algumas técnicas. Algo estranhamente familiar, não acha? As pessoas dificilmente saem desses assentamentos pois, se a vida ali dentro está difícil, fora deles a situação vai estar muito pior.

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Mas nem tudo o que é necessário para sobreviver está dentro dos assentamentos em Dying Light 2, e por isso, são necessários pessoas corajosas para se aventurar fora deles, e com esse objetivo que existem os peregrinos. Semelhante ao Sam de Death Stranding, os peregrinos fazem diversas entregas e são pagos por isso, e um desses peregrinos é o Aiden, personagem principal do segundo capítulo da franquia. E ele decide entrar em um desses assentamentos para buscar Mia, sua irmã, que havia desaparecido a anos atrás e o jogo se inicia a partir deste ponto.

Em termos narrativos, se fizermos uma comparação com o primeiro Dying Light, na minha opinião, o segundo jogo da franquia dá uma decaída significante. Não é uma história ruim, longe disso, se trata de uma história até mesmo bem corajosa em relação ao primeiro jogo se levarmos em consideração a história do primeiro jogo, mas por algum motivo, ela não me cativou tanto. E se formos realmente comparar, tem muitas semelhanças na história do primeiro e do segundo jogo, praticamente o mesmo protagonista com as diferenças naturais que uma sequência propicia.

Nesse segundo jogo, foi introduzido mecânicas de seleção de diálogos que podem mudar o rumo da história. Essa foi uma das promessas que eu disse lá em cima, lembra? Que nossas escolhas mudam tanto a história do jogo como também mudam o próprio mapa. Isso de fato acontece, mas em relação a história, apesar de mudar alguns diálogos e cenas, o enredo sempre se encaminha para uma única direção, e não tem nada de errado com isso, pois desse modo é possível se ter uma história mais bem elaborada, certo?

Porém, não é isso que se percebe, pois em diversos momentos a história parece ser um pouco rasa. Conhecemos diversos personagens no decorrer da história, todos eles possuem seu próprio plano de fundo e conforme vamos conhecendo-os melhor, mais entendemos as razões de suas ações, as vezes ficamos até com uma pulga atrás da orelha com alguns deles, muitos com razão, diga-se de passagem.

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É uma história rasa, mas os personagens que conhecemos no decorrer da jornada tornam a experiência mais agradável. E as escolhas que fazemos tem diferença de fato na linha de diálogos, apesar de seguir um caminho mais linear, vemos no decorrer da história algumas consequências de decisões que tomamos. Em relação a narrativa, o saldo é positivo apesar de estar abaixo do primeiro jogo em alguns quesitos.

Uma evolução indiscutível…

Partindo para a parte de jogabilidade, vamos primeiro concluir essa questão narrativa, afinal as escolhas que fazemos no decorrer do jogo fazem parte da jogabilidade. A questão de nossas escolhas afetarem o mundo que foi prometido que ia ter, de fato acontece, porém, tudo desenrola de uma maneira um pouco decepcionante. Não ocorre de maneira orgânica como parecia que seria.

Ao realizar algumas missões mais relevantes, podemos dar a posse de nossas conquistas para uma das duas “facções” principais que habitam os mapas que exploramos, os pacifistas, que atuam como a polícia local e os civis. Porém, essas escolhas afetam o mapa de acordo com a nossa escolha, e apesar de mudar um pouco o rumo da história, tem como o foco principal facilitar a nossa vida.

Por exemplo, podemos religar a energia de uma subestação e decidir para quem dar a posse dessa energia. Fazendo uma suposição, se déssemos o poder dela para os pacifistas, eles começariam a armas algumas armadilhas no mapa para matar infectados, em contrapartida, se déssemos para os civis, eles colocariam tirolesas pelo mapa que facilitaria a locomoção pelo mapa. Tudo gira em torno de combate e locomoção, não só essas escolhas como também quase tudo no jogo. Então, essas mudanças no mapa estão condicionadas ao estilo de jogar do player e não necessariamente a história.

Se você está ansioso pelo lançamento de Dying Light 2, pode começar a comemorar! Afinal, a desenvolvedora Techland postou hoje um teaser.

Já que citamos esses focos no combate e na locomoção, vamos falar sobre algo que faz muita diferença no jogo em termos de jogabilidade que é a boa e velha árvore de habilidades. Um dos pontos que deu essa fama que o jogo tem hoje em dia é o parkour introduzido no primeiro jogo, e ele está novamente presente no segundo capítulo da franquia. A árvore de habilidade é dividia em duas sessões, uma focada no combate e outra focada no parkour, e conforme lutamos e realizamos travessias pelo mapa, recebemos alguns pontos de habilidade que usamos para liberar novos movimentos.

Falando no combate, Dying Light 2 Stay Human traz uma evolução perceptível em relação ao primeiro jogo. Os controles estão bem mais responsivos e dinâmicos, a curva de aprendizagem não é tão grande e foram introduzidos diversos fatores que tornam a experiência bem mais gratificante. Tanto o combate com outros humanos como contra infectados está bem mais divertido que o jogo anterior. Ponto positivo!

Assim como no primeiro jogo, temos uma ampla variedade de armas de curto e longo alcance, e cada uma delas tem seu nível, o dano, que varia de acordo com as armas e tipos de armas, e a raridade. Quanto maior a raridade das armas, é possível adicionar “runas” que acrescentam algumas características adicionais. E novamente, podemos construir e evoluir as armas com alguns “templates” que adquirimos no decorrer do jogo. O bom e velho crafting retorna nessa sequência.

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São ao todo quatro níveis de dificuldade, pelo menos disponível no lançamento, e é claro que cada uma delas tem uma boa diferença em termos de jogabilidade, mas por essa evolução no combate, até o mais alto dos níveis se torna fácil de se dominar, mas é claro, isso requer bem mais tempo.

Outra coisa que evoluiu muito á a locomoção pelo mapa. Os movimentos de parkour praticamente duplicaram e a jogabilidade em si se tornou bem mais fluida que no jogo anterior e por conta disso, novamente, o fator diversão agradece. Podemos percorrer tanto por ambientes externos quanto internos e o mapa está bem mais vertical que o encontrado no primeiro jogo. Mais um ponto positivo!

Porém, essa travessia por ambientes internos não é tão simples dependendo do horário que elas são feitas. Assim como no primeiro jogo, temos um ciclo de dia e noite bem definidos, e na noite, os infectados se tornam mais poderosos e estão em maior número visto que a luz UV é um dos pontos fracos dele. Ou seja, se for explorar alguns ambientes internos na parte do dia, vai encontrar um grande número de infectados “dormindo”, e caso faça algum barulho, eles acordam facilmente. Caso queira explorar esses cenários, é recomendado fazer de noite quando eles estão vazios, porém, a noite é possível encontrar diferentes tipos de infectados, alguns ainda mais poderosos.

Dying Light 2

Falando nos infectados, temos alguns novos tipos deles, cada um com uma aparência diferente e com habilidades diferentes também, porém, é mais difícil encontrar as “espécies” mais diferenciadas do que no primeiro jogo. Os tipos mais diferentes estão quase sempre limitados a algumas missões o jogo. Porém, existem alguns infectados únicos que não estão relacionados a nenhuma missão principal e é possível encontrá-los explorando o mapa.

Mapa esse que está bem mais denso em relação ao jogo anterior e, principalmente, com uma maior variedade de missões secundárias. As missões do jogo são divididas em missões, que são as principais e as secundárias, instalações, atividades e desafios.

Muitas dessas missões podem ser encontradas utilizando um binóculo, uma das novas ferramentas implementadas no jogo. Outra ferramenta que aparece com o decorrer do jogo é um parapente, que traz uma dinâmica diferente para a locomoção e bem divertida também visto que sua jogabilidade é bem mais inclinada para um lado arcade do que para o realista.

E o visual? Impressiona?

O primeiro jogo era visualmente bonito quando foi lançado, nada muito impressionante, mas que era bem agradável aos olhos. E sendo uma sequência, é esperado uma evolução considerável nesse quesito e ela de fato ocorre. Os mapas, como já dito, estão bem mais densos e povoados, seja por NPCs como por elementos de cenário.

O primeiro jogo, apesar de ter muitos elementos nos mapas, sempre me passava uma sensação de ser meio monocromático por ter umas cores com tons pasteis e com pouca saturação. O segundo capítulo da franquia é uma clara evolução nesse sentido. É possível enxergar uma ampla variedade de cores pelo mapa independentemente de onde olharmos.

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Porém, se pegarmos o resultado que temos acesso e compararmos com o visual do anúncio, é perceptível que houve um downgrade em relação ao anunciado. A diferença é muito grande e isso é um ponto negativo pois esperamos uma coisa que parecia muito boa e recebemos algo que é bom, mas que está aquém do que foi mostrado anteriormente.

Existem três modos de jogo que mudam um pouco a experiência, sendo eles os modos: desempenho, resolução e qualidade. Um ponto que poderia ser melhor é o momento em que selecionamos um desses modos, pois não se tem nenhuma explicação sobre a diferença entre cada um deles. Mas entende-se que o modo desempenho favorece a taxa de quadros, o modo resolução favorece o gráfico e a resolução das texturas e o modo qualidade favorece o efeito ray-tracing.

E aí? Vale a pena?

Agradecemos a Techland pelo envio da key do jogo, recebemos ele com alguns dias de antecedência, porém, um problema disso é que alguns problemas do jogo não haviam sido corrigidos com um patch day one, e até esse presente momento, eles continuam sem correção.

O principal problema que encontrei na minha jogatina se trata da localização do jogo. É válido informar que o jogo está totalmente localizado, com legendas e dublagem em português. Porém, algumas frases são cortadas antes de serem terminadas, e com isso, é fácil se perder no contexto dos diálogos e é algo que aconteceu algumas vezes comigo. A própria Techland indica jogar o jogo com áudio em inglês, pelo menos até sair as correções necessárias.

Mas apesar desses pequenos problemas, em Dying Light 2 Stay Human, encontramos um jogo de sobrevivência com uma jogabilidade e história sólidas, que vai te prender por muitas horas sem cansar. Acredito que valha a pena o investimento pela grande quantidade de conteúdos que ele apresenta.

Dying Light 2 Stay Human está disponível para Xbox Series X, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Nintendo Switch (futuramente) e Microsoft Windows.

*Key cedida para análise.

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Dying Light 2 Stay Human

8.8

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