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Vagante | REVIEW

Nos últimos anos, vimos uma enxurrada de novos jogos que se aventuram pelo gênero roguelike, que está bem hypado atualmente. Para quem não sabe, roguelike (ou roguelite em alguns casos) são aqueles jogos em que o jogador precisa terminar o jogo inteiro em uma única jogada, e caso no meio processo o jogador morra, é necessário que ele reinicie o jogo do zero. Então, Vagante é mais um jogo que surfa nessa onde de roguelikes, correto? A resposta é NÃO!

Apesar de estar chegando aos consoles da PlayStation, Xbox e Nintendo recentemente, Vagante está disponível no PC a quase incríveis 8 anos, sendo lançado pela primeira vez dezembro de 2014. Pode se dizer que Vagante se trata de uma gema escondida já que tem em si um dos gêneros mais badalados da atualidade, e apesar disso, ainda tem uma originalidade em relação as diversas entradas do gênero que vemos hoje em dia.

Desenvolvido e publicado pela Nuke Nine, Vagante é um jogo de ação e aventura na perspectiva 2D com elementos de roguelike. É um jogo que possui um gráfico marcante devido a sua estética em 16 bits. Como dito anteriormente, o jogo passou por um longo período de early-acess disponível para Windows, Linux e MacOS e mais recentemente foi lançado para os consoles da PlayStation, Xbox e Nintendo.

Uma coisa que costuma ser importante nos jogos, que geralmente é o que cativa os jogadores a continuar no jogo é a história. Porém, essa não é o foco de Vagante, se trata de um jogo de exploração do desconhecido. No site do jogo, é possível encontrar a seguinte sinopse: “Um rumor recente diz que uma certa caverna à beira da floresta guarda um tesouro insondável. Enquanto um punhado de aventureiros intrépidos já se aventuraram na caverna, nenhum retornou. Sem se deixar intimidar pelo perigo potencial, você sai em caravana para investigar…

Em relação a história, inicialmente é isso o que precisamos saber ao dar início a jornada do jogo. Algo decepcionante em relação ao jogo é que, apesar do nome ser familiar para nós brasileiros, pelo menos a versão de PlayStation que é a que analisamos, não estava disponível a linguagem em português do Brasil. Esse fator é algo muito limitador, independente do jogo ou de quem o fez, pois, grande parte dos jogadores aqui no país não tem um conhecimento da língua inglesa, a mais comum nos jogos, e isso geralmente é um elemento que afasta possíveis fãs.

Vagante

Ao iniciar o jogo, temos a capacidade de escolher entra 4 classes que trazem algumas diferenças na jogabilidade, mas que compartilham um conjunto base de ações. Ao descer da caravana, na nossa frente vemos uma caverna que é o único caminho a seguir naquele momento e ao entrarmos nela, o jogo se inicia de fato.

Lembra que no subtítulo informei que Vagante trazia uma variedade de elementos de diversos gêneros? Ao iniciar o jogo é perceptível a inspiração em jogos Dungeon Crawler, até aí, previsível né, afinal, nosso objetivo é a exploração de uma caverna. Logo de cara percebemos que Vagante toma como forte inspiração Spelunky, um conhecido jogo de ação e aventura, ou seja, também temos elementos de jogos de ação e aventura por aqui. E obviamente, como já dito várias vezes e pegando também o exemplo de Spelunky, temos o gênero roguelike.

No geral, essa mistura de gêneros tornam o jogo uma experiência bem diversa e divertida, pois existem diversos elementos nele para evitar uma experiência cansativa. Além disso, mesmo a caverna tende a não ser tão cansativa pois a cada jogada, ela é gerada proceduralmente, ou seja, a cada iteração, temos uma experiência diferente em relação ao ambiente, coletáveis e inimigos disponíveis no mapa.

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Apesar disso, algo que pode cansar um pouco é o visual, pois, apesar de bem-feito, pode se tornar um pouco cansativo com o decorrer de jornada. Isso porque, apesar de ter uma variedade de cenários decente, a estética se mantém em cada um deles. É um jogo bem escuro, que vai ficando mais claro ao redor do personagem conforme o personagem avança nos cenários. É uma estética que pode ser cansativa, mas que traz sempre uma certa tensão em relação ao que virá pela frente. E apesar de ser uma variável muito presente no jogo, existem diversos momentos que ela não ocorre, ou ocorre de maneira mais branda.

Em questão gráfica, os cenários são bem semelhantes entre si, tendo diferença em relação a texturas e planos de fundo, mas tem a base bem semelhante. É um jogo que avançamos no caminho tanto na horizontal quanto na vertical e por conta disso, a cada vez que o cenário é gerado, as possibilidades são bem grandes. E não é só os cenários que possuem essa grande variação.

No decorrer do jogo, encontramos uma grande variedade de inimigos, com visuais, ataques, habilidades e temperamentos distintos, cada um requerendo uma estratégia diferente para serem derrotados. E isso pode dificultar um pouco a vida de quem jogar, pois em alguns momentos enfrentamos diversos inimigos ao mesmo tempo, tendo que colocar em prática diversas estratégias ao mesmo tempo, e ainda tendo que lidar com a variedade dos cenários.

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Os cenários também são desafiadores, principalmente junto aos inimigos, agindo quase como uma unidade. O fato de ele ser gerado de forma procedural pode trazer algumas variações mais complicadas de se lidar, e colocando inimigos dentro delas fica ainda mais tenso. Pois como disse, cada inimigo possui uma forma diferente de se derrotar, então é necessária uma adaptação, porém, com os diferentes cenários, é necessário se adaptar tanto ao inimigo quanto ao cenário, o que torna a experiência no mínimo, complexa.

Dito isso, a dificuldade encontrada no jogo é bem alta, mas justa, quase sempre. Em determinados momentos no decorrer do jogo, a experiência pode se tornar bem punitiva, muito por esses fatores já citados e pelos inimigos se tornarem mais poderosos. Porém, existe um fator que torna a experiência um pouco mais agradável nesse sentido.

No decorrer do jogo, é possível criar saves do jogo, podendo dar pausas e retornar exatamente de onde foi salvo anteriormente. Ao salvar um jogo, retornamos para a caravana, e ao lado da entrada da caverna, existe um “totem” onde acessamos os saves, no plural pois é possível criar diversos saves, seja em jogadas ou momentos diferentes e o fato desses saves existirem torna a experiência, que pode sim ser punitiva em alguns momentos, se tornar mais agradável.

Não podemos deixar de citar que muitos elementos dos diversos gêneros englobados em Vagante estão presentes, como baús onde encontramos itens que nos auxiliam na jornada, livros que podemos ler para aprender e evoluir habilidades e encontramos algumas lojinhas no decorrer da jogatina, onde podemos comprar muitos dos itens citados.

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Outro ponto muito interessante e divertido de Vagante é a capacidade de ser jogado com os amigos. É possível jogar com até três outros jogadores localmente, o que torna a experiência bem divertida. E mesmo quando morto, podemos voltar a vida como esqueletos, que não possuem nenhum equipamento para atacar, mas que pode ajudar a adquirir itens que auxiliam na jornada dos outros jogadores.

A conclusão que tiro é que Vagante é uma joia escondida, que traz diversos momentos muito divertidos, alguns muito desafiadores, mas que em geral, possui um saldo altamente positivo no aspecto geral do jogo.

Vagante ficou disponível em 27 de janeiro para PS4, PS5, Xbox, Switch. Originalmente lançado em 2018 no PC, Linux, Mac.

*Key cedida para análise.

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Vagante

8.6

Pontos Positivos
  • Divertido
  • Boa variedade de inimigos e cenários
  • Visual interessante
  • Capacidade de criar saves durante uma run
Pontos Negativos
  • Muito escuro
  • Pode se tornar repetitivo
  • Punitivo em alguns momentos
  • Não está localizado em Português

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