Enfrente eventos históricos, tome decisões morais impactantes e faça descobertas científicas
Humankind é um jogo do gênero 4X, lançado nesse ano (2021), desenvolvido pela Amplitude Studios e distribuído pela SEGA, disponível inicialmente apenas para PC. Nele, os jogadores lideram sua própria civilização por seis eras da civilização humana, iniciando como nômades até eras modernas.
Nele, o jogador guia a sua população para expandir territórios, desenvolver suas cidades, tecnologias, conhecimento científico, religião, controlando militares e outros tipos de unidades conforme interage com outras civilizações, de forma pacífica ou não. Um jogo bem completo do gênero, mas que de certa forma, não é para qualquer um.
Essa se trata da minha primeira experiência com jogos desse gênero. Já havia me aventurado em jogos de simulação de guerras e imaginei que iria encontrar algo semelhante nesse jogo. Estava enganado. Humankind vai muito além disso, mas o início pode ser um pouco estressante para aqueles que não estão acostumados, porém, não é culpa do jogo e sim do gênero. Permita-me explicar melhor a minha afirmação.
Após jogar horas e horas de jogo, eu não consigo pensar em alguma crítica negativa que possa fazer ao jogo, ele é muito completo, conteúdo de sobra e um grande fator de replay, mas que talvez nem seja preciso rejogar pois em uma primeira jogada contínua, o jogador terá uma quantidade de horas bem grande de conteúdo. Porém, se existe um ponto negativo, é o seu início arrastado, mas que não é em si culpa do jogo e sim do gênero, e isso é algo que o próprio jogo explica em determinado momento.
Para aqueles que, assim como eu, estavam desembarcando pela primeira vez no jogo, no gênero, e que ainda precisa aprender como funciona, prepare-se para uma enxurrada de textos explicativos que inicialmente parecida não ter fim. Lembro de me pegar pensando como eu poderia lidar com tudo aquilo de informações. Mas fica tranquilo, com o passar do tempo, tudo ficou bem mais natural.
Esse excesso de informações é algo necessário para entendermos tudo o que está acontecendo ali na tela, e não são poucas coisas, por consequência, não são poucas as explicações. Nos deparamos com um mapa repartido em diversos territórios, e em cada um deles, coisas acontecem em cada canto, fazendo com que o mundo esteja sempre vivo.
Bom, conteúdo eu posso dizer que o jogo tem de sobra, mas como ele funciona? Não é uma tarefa fácil explicar tudo o que podemos fazer no jogo, mas vou tentar dar uma visão geral dele, de forma que seja fácil a compreensão. Ao entrar no jogo, somos jogados em um, até o momento, pequeno mapa com um pequeno grupo de pessoas, aqui chamados de exército. É por meio desse exército que todas as outras mecânicas se desencadeiam.
Podemos controlar esse exército facilmente com alguns cliques no mouse para indicar onde queremos que ele vá, e assim, percebemos que aquele mapa que inicialmente era pequeno, estava apenas escondido esperando ser explorado, se relevando assim, proporcionalmente, um grande continente. E por meio dos exércitos, exploramos em busca de recursos e com esses recursos começar os rascunhos das civilizações.
Na minha adolescência, ainda na escola, eu costumava jogar muito jogos de carta, como por exemplo, Magic The Gathering, e nele nós pegávamos uma carta a cada rodada. Porém, existiam as cartas de “personagens” e as cartas de mana. Existiam personagens que exigiam uma grande quantidade de mana, e para isso, era necessário esperar algumas rodadas da partida para poder utilizá-los. Tá legal, mas o que isso tem a ver com o Humankind? Bom, posso dizer que ele se assemelha bastante com isso.
As nossas unidades, exércitos, são responsáveis pela exploração do mapa e aquisição de recursos, e é por meio deles também que podemos fazer as construções. Porém, eles têm um limite de quanto podem explorar, e isso está relacionado aos turnos do jogo, assim como ocorre com o Magic. Pelo que percebi, as unidades mais básicas podem andar por três hexágonos (como são as repartições do mapa), tendo que entrar em outro turno para que eles possam andar novamente após chegar a esse limite.
Essa maneira funciona para quase tudo no jogo. As construções e a formação de novos unidades de exército funcionam dessa maneira também, onde podemos ver quantas rodadas são necessárias para que elas fiquem prontas. O jogo também possui algumas “features” das civilizações, chamarei de habilidades para um melhor entendimento. E para ir evoluindo as habilidades, também é necessário passar as rodadas.
Como o próprio nome diz, no jogo controlamos a humanidade e como ela vai evoluir com o tempo. Nele, passamos por seis grandes eras da civilização humana, porém, como nada nesse jogo é simples, cada uma dessas eras possui dez tipos de civilizações com base nas sociedades históricas. De acordo com a seleção dessa civilização, o jogador terá bônus ou penalidades para como ela poderá construir a civilização. Além disso, é possível selecionar diferentes civilizações como modelo para construir, o que pode criar milhares ou até mesmo milhões de padrões de civilização distintos para o jogador desenvolver. Para evoluir as eras, o jogador precisa colecionar algumas estrelas douradas.
Para construir cidades, é preciso primeiro conquistar territórios no continente. Em cada território, o jogador só poderá criar uma cidade, e com o decorrer do tempo, é possível evoluir essa cidade e expandi-la de inúmeras maneiras. Mas não vai ser uma tarefa tão simples, pois assim como a sua civilização está crescendo, existem outras civilizações no continente que irão disputar com o jogador, territórios, recursos, e essa disputa pode ser pacífica, por meio de tratados, como pode ser de forma violenta com guerras.
Quando essas guerras ocorrem, o jogo usa uma abordagem semelhante a um RPG tático para uma resolução detalhada dessas batalhas, sendo possível tirar vantagem do terreno e de habilidades exclusivas de cada unidade. Essas batalhas podem se dar de maneira rápida, mas também podem durar diversas rodadas e até mesmo anos de acordo com a escala que a civilização se encontra. Caso não queira controlar o andamento das batalhas, é possível colocar no automático, e o mesmo ocorre quando se trata da exploração.
Um último detalhe é que a maneira que a civilização evolui é por meio de recursos, e isso inclui alimentos, indústria, ouro, ciência e influência, sendo cada um deles gasto de diversas maneiras visando acelerar a produção, avançar a tecnologia ou o comércio com outras civilizações.
Concluindo a análise, Humankind é um jogo com conteúdo quase infinito, que irá te prender por muitas horas. Tem um modo singleplayer que tem muito conteúdo, mas se busca desafio, existe também um modo mutiplayer onde o jogador que tiver mais Fama, ganha. Caso você seja novato no gênero, na primeira hora pode ser um pouco cansativo pela quantidade de informação que o jogo te passa, mas conforme o tempo passa, tudo funciona de forma natural e dinâmica. Fica atestado aqui a minha indicação, se busca um jogo com muito conteúdo, Humankind é esse jogo.
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